Inês Pedrosa escreve hoje na revista “Única” do Expresso uma crónica sobre a escola, intitulada “Poder aos professores”. Duas motivações a levaram a este tema: os resultados do inquérito há dias divulgado, feito pelo Instituto Gallup para o Fórum Económico Mundial, que dava o grupo dos professores como o de maior confiança por parte dos sondados (em oposição aos políticos, que eram os menos “confiáveis”), por um lado; e a reposição de uma verdade em sua defesa, por outro (desmentindo um título do semanário Tal e Qual, que, pelos vistos, numa das suas derradeiras edições, pôs na sua boca coisas que Inês Pedrosa não disse).
De facto, na altura, estranhei que Inês Pedrosa tivesse dito que se as nossas crianças estavam mal isso era devido aos professores. Algo não encaixava. Mas, uma vez dado o esclarecimento… Em frente.
A crónica de hoje, assinada por Inês Pedrosa, vai então buscar a autoridade dos professores. E é bom que este tenha sido o tema da sua reflexão, tão mal tem andado tudo para o lado da valorização do que é ser professor. Note-se: valorização, disse eu, e não privilégio, que é o que mais parece subjazer como existente em todos os ânimos que contra a docência se têm levantado. Deixo excerto, que vem a propósito do momento:
“Ensinar não é fácil, exige vocação – e sabemos a que ponto as vocações andam perdidas no turvo oceano do numerus clausus e do desemprego. Acresce que as reformas da Educação têm sido tantas, tão frustres e contraditórias, que a quantidade de professores efectivamente cultos e empenhados que temos é ainda um milagre. A autoridade dos professores foi, ao longo das últimas décadas, sujeita a tratos de polé, enquanto os direitos dos alunos cresceram de uma forma tão avassaladora que se viraram contra eles mesmos: podendo tudo, não aprendem nada. (…)
A autoridade dos professores não se repõe à força, com directores autocráticos substituindo os conselhos directivos das escolas. Repõe-se promovendo uma cultura de responsabilidade e consequência – essa que desapareceu quando, em vez de escolas autónomas, passámos a ter ‘agrupamentos escolares’ e, antes disso ainda, quando os programas escolares se vergaram ao ‘sentido lúdico’ e aos supostos ‘interesses’ dos alunos. (…)”
De facto, na altura, estranhei que Inês Pedrosa tivesse dito que se as nossas crianças estavam mal isso era devido aos professores. Algo não encaixava. Mas, uma vez dado o esclarecimento… Em frente.
A crónica de hoje, assinada por Inês Pedrosa, vai então buscar a autoridade dos professores. E é bom que este tenha sido o tema da sua reflexão, tão mal tem andado tudo para o lado da valorização do que é ser professor. Note-se: valorização, disse eu, e não privilégio, que é o que mais parece subjazer como existente em todos os ânimos que contra a docência se têm levantado. Deixo excerto, que vem a propósito do momento:
“Ensinar não é fácil, exige vocação – e sabemos a que ponto as vocações andam perdidas no turvo oceano do numerus clausus e do desemprego. Acresce que as reformas da Educação têm sido tantas, tão frustres e contraditórias, que a quantidade de professores efectivamente cultos e empenhados que temos é ainda um milagre. A autoridade dos professores foi, ao longo das últimas décadas, sujeita a tratos de polé, enquanto os direitos dos alunos cresceram de uma forma tão avassaladora que se viraram contra eles mesmos: podendo tudo, não aprendem nada. (…)
A autoridade dos professores não se repõe à força, com directores autocráticos substituindo os conselhos directivos das escolas. Repõe-se promovendo uma cultura de responsabilidade e consequência – essa que desapareceu quando, em vez de escolas autónomas, passámos a ter ‘agrupamentos escolares’ e, antes disso ainda, quando os programas escolares se vergaram ao ‘sentido lúdico’ e aos supostos ‘interesses’ dos alunos. (…)”
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