Ontem, estive num Conselho de Turma em que o professor de Educação Física referiu que a turma em questão se queixava do pouco número de aulas práticas na disciplina. Com efeito, o ginásio da minha escola não reúne as melhores condições e, desde há anos (muitos!), que se vive uma situação de eterno adiamento de obras, sejam elas de manutenção, sejam elas de reconstrução, apesar do movimento de pais e encarregados de educação, apesar das muitas reuniões sobre o assunto (entre parceiros, na comunidade educativa, com “quem de direito”). A escola teve que protocolar com outras instituições no sentido de a Educação Física poder ser exercida noutros locais da vila (a considerável distância da Escola), com deslocação dos professores, dos funcionários e de algumas turmas para lá, situação que está longe de responder às necessidades de todas as turmas e que envolve todos os inconvenientes imagináveis. Por outro lado, mesmo nas instalações escolares, não há pessoal auxiliar suficiente para dar assistência ao ginásio e muitas aulas de Educação Física ocorrem noutros espaços menos adequados à componente prática, passando, com frequência, por aulas teóricas… Desabafava o meu colega, fazendo eco de desabafos dos alunos, que gostam da disciplina de Educação Física e que a vêem como um espaço outro, bem diferente daquilo a que ela está a ser confinada neste caso.
Hoje, depois de ler a crónica de Alves Pinto com o título que reproduzo acima, em O Primeiro de Janeiro, resolvi trazer o assunto para aqui. E também destacar alguns sublinhados desse texto que fundamenta a urgência de uma visão sobre a Educação Física que não seja a de disciplina menor ou dispensável. Ficam, então, os excertos, com um convite para o leitor chegar ao texto total.
“(…) A Educação Física vale muito mais do que parece e pode valer muitíssimo mais do que agora vale. Bastará que todos, incluindo os professores, a apreciem enquanto espaço intencionalmente preparado para que o aluno desenvolva, num ambiente responsável, construtivo e solidário, através da linguagem do corpo e do movimento, uma relação saudável consigo mesmo e com os outros, por via da prática do Desporto, da Dança, da Ginástica e de todos os diversos conteúdos que integram a disciplina. (…) A Educação Física, trabalhada numa lógica lúdica e recreativa, despida de excessos técnicos e da cultura de falsas «performances», solta o aluno, ajuda-o a ver-se e a conhecer-se totalmente, desenvolve-lhe capacidades motoras, inicia-o em processos de competição saudável, socializa-o num ambiente natural, alegre e solidário. Alunas e alunos, indistintamente, indiferentes ao género, ao estatuto social e a outros factores discriminatórios, despidos de preconceitos, aprendem a respeitar-se, a trabalhar em grupo, a partilhar sucessos e insucessos, a ajudar-se mutuamente sem reservas nem exclusões.(…) As Escolas têm profissionais habilitados, em geral dispõem de boas instalações, podem desenvolver programas adequados, são o espaço e o contexto, no tempo certo, para que os jovens aprendam, como convém, a olhar e a cuidar, agora e prospectivamente, do seu corpo e da sua saúde. (…)”
Hoje, depois de ler a crónica de Alves Pinto com o título que reproduzo acima, em O Primeiro de Janeiro, resolvi trazer o assunto para aqui. E também destacar alguns sublinhados desse texto que fundamenta a urgência de uma visão sobre a Educação Física que não seja a de disciplina menor ou dispensável. Ficam, então, os excertos, com um convite para o leitor chegar ao texto total.
“(…) A Educação Física vale muito mais do que parece e pode valer muitíssimo mais do que agora vale. Bastará que todos, incluindo os professores, a apreciem enquanto espaço intencionalmente preparado para que o aluno desenvolva, num ambiente responsável, construtivo e solidário, através da linguagem do corpo e do movimento, uma relação saudável consigo mesmo e com os outros, por via da prática do Desporto, da Dança, da Ginástica e de todos os diversos conteúdos que integram a disciplina. (…) A Educação Física, trabalhada numa lógica lúdica e recreativa, despida de excessos técnicos e da cultura de falsas «performances», solta o aluno, ajuda-o a ver-se e a conhecer-se totalmente, desenvolve-lhe capacidades motoras, inicia-o em processos de competição saudável, socializa-o num ambiente natural, alegre e solidário. Alunas e alunos, indistintamente, indiferentes ao género, ao estatuto social e a outros factores discriminatórios, despidos de preconceitos, aprendem a respeitar-se, a trabalhar em grupo, a partilhar sucessos e insucessos, a ajudar-se mutuamente sem reservas nem exclusões.(…) As Escolas têm profissionais habilitados, em geral dispõem de boas instalações, podem desenvolver programas adequados, são o espaço e o contexto, no tempo certo, para que os jovens aprendam, como convém, a olhar e a cuidar, agora e prospectivamente, do seu corpo e da sua saúde. (…)”
2 comentários:
Parafraseando o professor Jorge Bento "a Educação Física reflecte o modo como o sistema educativo se relaciona com o corpo".
Leccionar Educação Física nessa escola é tarefas para missionários. O que está a acontecer aos alunos e professores é muito duro e injusto. Mas será por certo a única maneira de não remeter a disciplina para uma sala de aula. Mas até quando? Vamos baixar os braços quando aquele espaço exterior estiver em funcionamento? A Sec. de Palmela merece aquilo por que espera há tantos anos - espaços desportivos decentes!!!
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