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sexta-feira, 9 de junho de 2017

Prémio Camões 2017 para Manuel Alegre


A 29ª edição do Prémio Camões teve como vencedor Manuel Alegre. Parabéns ao poeta, romancista, cronista! Parabéns ao militante das causas cívicas e ao cidadão interventivo! Parabéns, Manuel Alegre!


Do Público:
Antes do prémio agora atribuído a Manuel Alegre, o Brasil, com 12 premiados, tinha apenas mais um do que Portugal, que estreou a galeria com Miguel Torga, o primeiro escritor a receber o Camões, em 1989. Nos anos seguintes, o prémio voltou a ficar em Portugal com Vergílio Ferreira (1992), José Saramago (1995), Eduardo Lourenço (1996), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Eugénio de Andrade (2001), Maria Velho da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís (2004), António Lobo Antunes (2007), Manuel António Pina (2011) e Hélia Correia (2015).
A lista de premiados brasileiros começa com João Cabral de Melo Neto, em 1990, e inclui Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), António Cândido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira Gullar (2010), Dalton Trevisan (2012), Alberto da Costa e Silva (2014) e Raduan Nassar (2016).
O poeta moçambicano José Craveirinha foi o primeiro autor africano a receber o Camões, em 1991. Em 1997, Pepetela, então com 56 anos, tornava-se simultaneamente o primeiro angolano e o mais jovem autor de sempre a ser galardoado com este prémio, que só voltaria à literatura africana em 2006 para reconhecer a obra do angolano Luandino Vieira, que recusou o galardão. Em 2009, venceu o poeta cabo-verdiano Arménio Vieira, e, em 2013, o escolhido foi o romancista moçambicano Mia Couto.

terça-feira, 28 de maio de 2013

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O poema e o poeta segundo Gullar

Ferreira Gullar recebeu, aos 80 anos, o Prémio Camões, que lhe foi entregue há dias no Rio de Janeiro, sem que os Presidentes do Brasil ou de Portugal estivessem presentes. Na edição do JL de ontem, Ferreira Gullar merece destaque através de uma entrevista conduzida por Maria Leonor Nunes e de um artigo assinado por Arnaldo Saraiva. É da entrevista que retiro excertos em que o escritor fala sobre o poema e sobre o poeta.
1."O poema não é uma coisa lógica, que nasça da minha vontade. É uma descoberta, um momento... A minha poesia nasce do espanto. E dura o tempo de um espanto."
2."O poeta é incoerente. Diz a verdade que se revela no poema, não importa que vá contradizer o que disse noutro. Por isso, pode revelar coisas que não sabia um minuto antes e muito do que a filosofia não pode explicar. Às vezes, até me pergunto se poesia é Literatura."
3.O poema é na verdade uma invenção da realidade. Acho que a Literatura não revela, inventa a realidade. Porque o que não está dito não existe."
4."O poema é uma alquimia em que a dor vira prazer estético."
5."Os poetas percebem o mundo a partir da linguagem que usam."

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Arménio Vieira é o "Camões" 2009

O cabo-verdiano Arménio Vieira foi o escritor galardoado com o Prémio Camões 2009. Nascido em 1941, é jornalista e autor de obras como Poemas (1981), O eleito do sol (1990), No Inferno (1999) e Mitografias (2006). Dele reproduzo o poema “Quiproquó” (um dos três poemas deste autor que consta no cd Poesia de Cabo Verde e sete poemas de Sebastião da Gama, apresentado por Afonso Dias em 2007):

Quiproquó

Há uma torneira sempre a dar horas
há um relógio a pingar no lavabos
há um candelabro que morde na isca
há um descalabro de peixe no tecto

Há um boticário pronto para a guerra
há um soldado vendendo remédios
há um veneno (tão mau) que não mata
há um antídoto para o suicído de um poeta

Senhor, Senhor, que digo eu (?)
que ando vestido pelo avesso
e furto chapéu e roubo sapatos
e sigo descalço e vou descoberto.

domingo, 27 de julho de 2008

João Ubaldo Ribeiro, o "Camões" de 2008

João Ubaldo Ribeiro (n. 1941) foi o vencedor do Prémio Camões. O que aprecio na sua escrita é o tom de ironia e de coerência, de frontalidade e de conhecimento do homem. E dizer que o seu livro A casa dos Budas ditosos teve venda interdita em Portugal em supermercados por causa da linguagem, corria o final do século XX! É justamente dessa obra, a cujo lançamento assisti no Estoril e em que Ubaldo Ribeiro me ensinou o significado da palavra “xará” ao escrever uma dedicatória, que transcrevo um excerto sobre deuses e religião:
Os católicos são politeístas, botaram os santos no lugar dos deuses especializados. Os gregos e os romanos tinham um deus menor para cada coisa, regras atrasadas, artistas falidos, transações impossíveis, dívidas falimentares, casamentos, músicos bêbedos, agricultores, criadores de cabra, tudo, tudo, tudo. Os católicos substituíram os deuses pelos santos. Os músicos? Santa Cecília. Os ruins da vista? Santa Luzia. As solteironas? Santo António. E por aí, como você sabe. Até lugares. São José de Não Sei Onde? Diana de Éfeso, a mesmíssima coisa. Os deuses não foram derrotados ou eliminados, continuam imortais como sempre foram e somente mudaram de nome, se adaptaram às mudanças.” (A casa dos Budas ditosos. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1999).
O Prémio Camões, criado ao abrigo do Acordo Cultural Luso-Brasileiro em 1988 por iniciativa de Mário Soares e José Sarney, teve como primeiro vencedor Miguel Torga (1989) e foi já atribuído a outros escritores brasileiros – João Cabral de Melo Neto (1990), Rachel Queirós (1993), Jorge Amado (1994), António Cândido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003) e Lygia Fagundes Telles (2005).
[foto a partir de www.focojornalistico.com.br]