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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Bocage também ajuda a que se beba...



Bocage, entre outras não menos conhecidas figuras, como Camões e Garrett, por exemplo, a consumir a bebida que nunca lhe terá sido associada... não fosse a ideia da publicidade ao leite "Vigor" num mural de "street art", em Lisboa, na Rua José Gomes Ferreira, ali bem perto das Amoreiras. Original! E literário...

domingo, 21 de abril de 2013

Um "curriculum" em papel higiénico

Conta a notícia que um jovem de Felgueiras mandou imprimir o seu "curriculum vitae" em rolos de papel higiénico, antecedido de apelativa e provocadora frase a convidar para uma leitura atenta dos passos que fizeram a sua vida.
Originalidade, subida aos limites, desespero, criatividade, publicidade... chame-se-lhe o que se quiser. E há ainda a conversão das economias num possível investimento a seu favor, a necessidade de imprimir este trabalho nos Estados Unidos, a chamada de atenção para a dificuldade de emprego entre os jovens, a insistência no pormenor de ser dada importância a um "curriculum". Lá que é original... é! E é também a aplicação prática do que, no curso de publicidade, aprendeu. Nota vinte pela ideia.
Quanto ao conteúdo... que se pronuncie quem receba os exemplares - vinte - deste "curriculum"!

terça-feira, 1 de maio de 2012

É isto normal?


O que levou o grupo Jerónimo Martins a promover as suas vendas da forma que o fez hoje, com 50% de desconto em compras iguais ou superiores a 100 euros? Só a empresa o saberá, mas o retrato - também por ser no dia de hoje - não é bonito…
Em primeiro lugar, o Pingo Doce não deu nada a ninguém; em segundo lugar, contribuiu para alguma inquietação social; em terceiro lugar, não podemos considerar que tenha sido seguido o princípio da formação do consumidor ou de um consumo responsável, como deveria ser apanágio deste tipo de distribuidores; em quarto lugar, é grave que, como dizem as notícias, as lojas tenham tido de encerrar mais cedo “por razões de segurança”.
Poder-se-á argumentar que foram a necessidade e a poupança que levaram a esta corrida todos os clientes… poderá, ainda que não fique provado que necessidade e poupança sejam irmãs gémeas das compras descontroladas, adquirindo-se aquilo de que se precisa e aquilo de que não se precisa…
Cada vez gosto menos de hipermercados. Os consumidores têm sido explorados até ao tutano por essas catedrais de consumo. Agora, que o tempo é o que é, apresentam-se como alguém que dá uma prenda aos carenciados que todos somos, levando já os primeiros (ou os últimos) euros do mês. Incongruências de um regime que agride continuamente cada pessoa…
Leia-se a reportagem surgida na edição online do Público e pense-se…
É isto normal?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

N'«O Setubalense» de ontem - Professor

Antes de mais, uma declaração de interesses: sou professor. Por gosto, por prazer, por necessidade de aprender cada vez mais. Tenho de muitos dos meus professores gratas recordações, porque com eles aprendi muito, porque me ajudaram a ter do professor a imagem que tenho, positiva. Recordo muitos deles, sejam da escola primária (era assim que se chamava), do ensino secundário ou do ensino superior. Recordo-os com boas lembranças e, quando os encontro, faço também questão de lhes mostrar essa ligação. De alguns fiquei amigo, de convívio frequente; de outros, sei deles pela memória.
De igual forma, tenho tido alunos que me têm lembrado a importância de nos termos encontrado. Como haverá outros que nem se lembram ou que quiseram esquecer rapidamente. Leis da vida e das conjunturas, pois educar e ensinar não é simples, embora seja uma área sobre a qual é fácil dar palpites, talvez porque todos temos algo a ensinar ou a aprender. Sebastião da Gama dizia isso mesmo aos seus alunos, conforme o recorda no Diário: «Não sou, junto de vós, mais do que um camarada um bocadinho mais velho. Sei coisas que vocês não sabem, do mesmo modo que vocês sabem coisas que eu não sei ou já esqueci. Estou aqui para ensinar umas e aprender outras.» Revolucionário para a época, em Janeiro de 1949? Não, apenas natural, como continua a ser natural hoje, mas com sabor a aprendizagem e a ensinamento.
Vem tudo a propósito de um texto que vi escrito num saco. É verdade: num saco. Começou o período da apresentação de manuais escolares e, há dias, numa sessão promovida pela Porto Editora, por facilidade de arrumação, os vários componentes dos respectivos projectos eram entregues dentro de um saco, em cujo corpo se podia ler o seguinte texto, dirigido aos professores: “Pela sua paixão, pela sua dedicação e pela sua coragem. Por nos mostrar o mundo. Por nos abrir os olhos. Por nos fazer pensar, imaginar e sonhar. Por cada aula. Pelas letras e pelos números. Pelos pensadores, pelos construtores e pelos inventores. Por nos mostrar o caminho e por caminhar ao nosso lado. Por ensinar as nossas crianças. Por abrir horizontes a Portugal. Obrigado.”
Poder-se-á dizer que a mensagem corresponde à dimensão poética do que pode conter o texto publicitário; poder-se-á dizer que é a boa promoção de uma marca. Certo. Mas não é menos certo que, depois do que tem sido, nos últimos anos, a forma de tratar este grupo profissional, sabe bem ler isto. Todos nós, professores, nos sentimos perto do que esta mensagem diz, às vezes; noutros momentos, sentimos a distância porque não conseguimos chegar ali. Contingências de sermos humanos…
De ser professor gostaria de ter uma recordação como aquela que George Steiner enunciou uma vez, quando lhe perguntaram qual a recompensa possível para um professor: «A recompensa suprema é a de encontrar um aluno muito mais dotado que nós mesmos, que vai avançar mais do que nós, que vai criar a obra que um futuro professor vai ensinar.»

sábado, 29 de outubro de 2011

A "felicidade" dos 100 mil

O jovem sai da motorizada, tira o capacete e o inquérito sobre a felicidade surge. O clube? Não o faz feliz. A escola? Só o faz feliz nos intervalos. A namorada? Ainda não o faz feliz. Então o que o pode fazer feliz? Talvez uns 100 mil!
O desempenho é artificial, o anúncio é dos “25 dias Jumbo”, passa na televisão em horário nobre.
A gente vê e questiona-se. A cadeia de hipermercados só encontra a felicidade pelo dinheiro; não entende a felicidade pelas opções próprias ou pela vida aprendida com vitórias e com derrotas; não entende a felicidade valorizada pelo saber; não entende a felicidade da relação humana. E um jovem adolescente é empurrado para todo este mundo, aniquilando outros valores que não os do dinheiro… Nem sequer se levanta o véu de uma educação para o consumo, nada!
Uma sociedade que se interessasse consigo mesma teria já repudiado a história deste anúncio. Que pode ela esperar de jovens adolescentes que se vendem ao fascínio do dinheiro, desprezando o fascínio da formação humana? Entretanto, os dias felizes do hipermercado correm… enquanto o jovem vê a felicidade de contribuir para o anúncio dos 100 mil que não para ficar com eles… As sociedades têm os deuses que merecem, não é?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Como 1 euro (a)trai!

Circula-se num hipermercado, dando cumprimento à lista das compras necessárias para casa. Há quem faça o mesmo, quem olhe as prateleiras com ar de contemplação, quem assuma um ar de estudo dos preços e dos produtos, quem passeie por entre os outros em jeito de quem vai ao campo ou à beira-rio respirar a brisa… Coisas que estamos acostumados a ver, claro!
- Mãe, olha, estes são só a um euro!
E a mãe fez a vontade ao petiz, carregando logo duas embalagens de três pacotinhos de determinada bebida. Eram três pacotinhos de 200 ml pelo preço de um euro, com letreiro garrido a chamar a atenção para o preço. Mas nem o petiz nem a mãe repararam que, mesmo ao lado, sem anúncio multicor, havia conjuntos de três pacotes de bebida idêntica de duas outras marcas (que não eram marcas brancas), com a mesma capacidade, a 79 cêntimos!
Mais adiante, no sector da alimentação, um “pack” de duas embalagens de um dado produto era anunciado como promoção pelo custo de 4,78 €, com o bónus de um vale de 1 euro para abater na próxima compra. Um olhar mais atento sobre uma embalagem individual do mesmo produto e com a mesma dosagem permitiu ver que o seu custo era de 1,98 €. Assim sendo, as duas embalagens ficariam por 3,96 €. Na prática, o tal vale do bónus não significava 1 euro, mas era apenas de 18 cêntimos, porque os outros 82 cêntimos eram pagos adiantadamente pelo consumidor que embarcasse na promoção da dupla embalagem!!!
Faz-se a opção mais certa e procura-se o resto que falta para concluir a lista de compras, enquanto as vidas vão correndo por entre ofertas e ilusões.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A farinha agradece...

Há dias, foi a frase-bomba de Manuel Pinho a aconselhar um deputado a fazer-se grande com farinha "Maizena". E o produto passou a andar nas bocas do mundo, com reportagens a contar a sua história, com indicações sobre o seu uso culinário, com espantos sobre a capacidade anunciante do ministro. Hoje, a edição do Público dá mais uma achega: página inteira de publicidade sobre a farinha "Maizena".
Não sei há quanto tempo não via um anúncio a este produto. Mas a simultaneidade surpreendeu-me. E lá temos mais um governante a vender uma coisa! Não há como incentivar as marcas e as empresas!... Abençoado! Só é pena que tenha sido da maneira que foi - a menos elegante, a menos própria, a mais demagógica, a menos educada!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Minudências (31)

Publicidade a qualquer custo? Não, obrigado.
Ontem, fui a Lisboa. Ao descer para a Praça do Marquês de Pombal, fui surpreendido por uma rotunda pontuada por enormes caixotes em cima dos quais assentam enormes bolas, com publicidade à TMN. Não sendo suficiente, há ainda uma tenda junto à base do monumento ao Marquês, virada para a Avenida da Liberdade. Achei uma aberração este aproveitamento da publicidade por um local identitário de Lisboa, sem qualquer respeito pelo equilíbrio das formas. A primeira (e má) impressão.
Passei também na Praça do Comércio. Idêntica situação. A praça não é o local de passeio, de construção da cidade, de ponto de observação para o Tejo e para a Outra Banda; a praça é o suporte publicitário, tão disparatado como o ter a mesma praça sido um parque de estacionamento. Segunda (e má) impressão.
Com o anoitecer, acendeu-se a iluminação no Cristo-Rei, em Almada. Uma dupla de anjos, sob os tons de azul e branco, chama a atenção. É Natal, pensa-se. Na base da iluminação, a Samsung punha a assinatura. Terceira (e má) impressão.
Nada tenho contra a publicidade. Admiro a sua capacidade engenhosa e a sua veia artística e criativa. Não lhe concedo o direito de se sobrepor a espaços como estes (carregados de simbolismo histórico, religioso ou mesmo urbano) nem o de contribuir, mesmo que a título de provocação ou inovação, para a poluição visual. Detestável.