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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Camões e Bocage, com a Biblioteca Municipal de Setúbal, em colecção de livros que são "ex-libris"



Doze livros integram a colecção “Ex-Libris - Tesouros das Bibliotecas de Portugal” que o jornal Público começará a distribuir amanhã, a ritmo quinzenal, até 11 de Fevereiro, em edições facsimiladas.

Não deixa de ser interessante que a colecção se inicie com Camões e feche com Bocage, os dois maiores sonetistas portugueses, um e outro unidos por várias circunstâncias da vida e da escrita. O primeiro título, Rimas, de Camões, é impresso a partir do exemplar pertencente à Biblioteca D. Manuel II do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança, publicado em 1595; o último título, Rimas, de Bocage, reproduz o exemplar existente na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, datado de 1799.

Entre estes dois títulos, há lugar para obras de Fernão de Oliveira, Francisco Álvares, Manuel Alegre ou Francisco de Holanda.


sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Castelo do Neiva - A comunidade piscatória retratada por Abel Coentrão



Há reportagens que nos surpreendem pela positiva. Aliás, deviam sempre surpreender, pois a reportagem é o caminho entre o jornalismo e a literatura, assim ficando sempre o desejo de que uma reportagem seja uma obra de arte, mesmo se pequena...
Hoje, ao ler uma reportagem do Público, de imediato me veio o nome de Raul Brandão por causa da sua obra Os Pescadores (1923). Estou a referir-me à peça que Abel Coentrão assina no “P2” de hoje, entre as páginas 1 e 3, intitulada “Em Castelo do Neiva há um barco chamado Esperança”.
A delicadeza e o conhecimento com que o repórter entra na peça é inebriante e denota uma boa preparação e sensibilidade. Fala-se das pessoas, dos seus problemas, da pesca, do papel das entidades, dos receios, da vida, daqueles que olham o mar tentando adivinhar-lhe a emoção, oscilando o vocabulário ligado ao mar com o sentimento, a descrição e o discurso reproduzido. Fala-se de um modo de viver, acreditando na esperança, jogando metaforicamente com o nome da embarcação.
É lindo de ler este texto de Abel Coentrão. E assalta logo a vontade de ir até à Pedra Alta, ali em Castelo do Neiva, olhar o rio (Neiva, claro) e o Atlântico, correr a memórias da infância em que, da praia da Amorosa, íamos à do Castelo para ver o movimento dos barcos e dos pescadores.
Creio que Raul Brandão, na sua obra Os Pescadores, não fala de Castelo do Neiva (não posso agora confirmar), muito embora escreva sobre a costa norte entre Caminha e Póvoa de Varzim. Mas, se fosse possível, Brandão iria agora ao Castelo, mesmo que fosse apenas para ver se Coentrão não o teria lido...

sábado, 30 de dezembro de 2017

Museu da Música Mecânica: uma visita obrigatória



O Museu da Música Mecânica, que funciona em Pinhal Novo, merece hoje página inteira no diário Público (pg. 14), em reportagem assinada por Rita Pimenta e Vera Moutinho.
A peça jornalística incide preferencialmente sobre o fundador do Museu, Luís Cangueiro, transmontano que se radicou cá para sul e construiu um museu na sequência do seu espírito coleccionador, depois de anos de burocracias, de trabalho docente e de actividade empresarial no domínio da publicidade.
Mas do seu discurso emerge também uma quase visita guiada ao Museu. E esse pode ser o melhor sabor, porque o Museu da Música Mecânica, em cuja inauguração em Outubro de 2016 esteve o Presidente da República, vale pelo recheio (fruto de uma colecção cuidada ao longo de quase três décadas) e pode ainda aumentar o seu valor se for visitado sob a orientação de Luís Cangueiro, uma possibilidade que os visitantes têm ao fim de semana.
Imprescindível nos roteiros turísticos, nos passeios em família, na satisfação da curiosidade, no afecto à música!

domingo, 2 de abril de 2017

Sebastião da Gama não está nesta fotografia


O Público de hoje, a propósito do congresso sobre Teixeira de Pascoais realizado em Amarante, traz o texto a duas páginas "Teixeira de Pascoais: O mago do Marão regressa ao cânone" (Público: 2017-04-02, pp. 18-19), assinado por Luís Miguel Queirós. Uma fotografia de arquivo de Teixeira Pascoais ilustra o artigo com a seguinte legenda "Teixeira de Pascoais com Sebastião da Gama, em Gatão", também ela ocupando parte das duas páginas.


Com efeito, a figura da esquerda é o poeta amarantino; contudo, à direita, não é Sebastião da Gama quem aparece. Também não sei dizer quem é o retratado amigo do poeta do Marão. De facto, Sebastião da Gama visitou Pascoais na sua casa em Gatão em 14 de Setembro de 1951, num encontro que comoveu o poeta de Azeitão e em que a conversa girou, entre outras coisas, em torno da simbólica do Marão e da Arrábida, como Gama viria a testemunhar numa crónica que depois publicou na imprensa e está reproduzida na obra O Segredo é amar.
Há registo fotográfico desse encontro, conforme se documenta, vendo-se um Teixeira de Pascoais já mais velho (um e outro acabariam por falecer no mesmo ano, em 1952):


Não é esta primeira vez que Sebastião da Gama surge associado a uma legenda errada. Já na obra O Grande Livro dos Portugueses (Lisboa: Círculo de Leitores, 1990), registo enciclopédico sobre individualidades portuguesas, a ficha sobre Sebastião da Gama reproduz uma sua suposta fotografia, mas que não passa disso mesmo, pois o retratado é alguém que não consigo identificar, mas que não é Sebastião da Gama. Certo é que essa mesma fotografia povoa muitas páginas da net como sendo a figura do poeta, quando, na verdade, não passa de uma suposição errada.
Compreende-se a razão de ser do lapso: em grande parte das fotografias dos arquivos não surge a data nem a referência aos fotografados e, num esforço de interpretação ou por testemunhos incertos ou traídos pela memória, há a tendência (e o risco) de identificar. Compreende-se o esforço, da mesma forma que se compreende o erro...

sexta-feira, 10 de março de 2017

Papa Francisco: oito razões, entre muitas





Entre as (muitas) razões que possam existir para uma adesão a este Papado, Bárbara Reis, no Público de hoje (pg. 50), enuncia oito. Não é um número construtor de perfeição, mas contabiliza bons argumentos. Subscrevo.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

O livro de Cavaco Silva e o artigo de José Sócrates segundo Luís Afonso



Eis a "controvérsia" entre o livro de Cavaco Silva e o artigo-resposta de José Sócrates sobre quintas-feiras que muito deram / darão que falar, segundo o humor de Luís Afonso!...

sábado, 29 de novembro de 2014

O cante alentejano, com parabéns e uma memória através dos "Ausentes do Alentejo"

O cante alentejano integra o património imaterial da Humanidade desde anteontem, 27 de Novembro, conforme decisão divulgada pela UNESCO em Paris. Uma homenagem à genuinidade, ao saber, ao património cultural de Portugal, chegado pela toada alentejana. Com regozijo, com parabéns!
Recordo-me de o ter ouvido, quase de repente, quando, em 1986, vivi em Beja e pela região dei umas voltas. Aprendi a gostar do Alentejo (que mal conhecia) e convivi com pessoas extraordinárias. Cinco anos depois, numa colaboração com o diário Público, noticiei sobre a existência do grupo “Ausentes do Alentejo”, constituído em Palmela. Gostei de ter conhecido o grupo e da forma como falaram do “seu” Alentejo. A peça saiu na edição de 30 de Março de 1991, na página 35. Por lá passam as saudades e as marcas da terra, o bulir e o cantar da terra, uma forma própria de ser. Também se falou do cante alentejano.
Em jeito de lembrança – ou será de homenagem? – do que fui aprendendo sobre este património e sobre o Alentejo e em jeito de saudação ao grupo “Ausentes do Alentejo”, reproduzo o texto. Apenas uma errata: o segundo parágrafo da segunda coluna foi amputado por lapso técnico, omitindo o resto do texto e escondendo o sentido – aqui fica a correcção, à maneira de adenda: «Mas a boca acabará por lhe fugir para a verdade. “O grupo vai muitas vezes cantar ao Alentejo e, aí, sinto saudades por não estar mais tempo a cantar lá.”»


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Catorze obras para 800 anos de literaturas em português



“800 anos de literaturas em português” é o título da colecção de obras literárias que o jornal Público vai passar a ter a partir de 21 de Outubro, assim pretendendo assinalar os 800 anos sobre o documento mais antigo escrito em português.
Característica comum a essas obras é o facto de esta série reunir fac-símiles de primeiras edições pertencentes a um tempo que vem desde o século XVI até ao século XX, como se pode ver pelos títulos que sairão: Menina e Moça, de Bernardim Ribeiro (1554); Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto (1614); Camões, de Almeida Garrett (1825); Os Maias (2 volumes), de Eça de Queirós (1888); Flores de Coral, de Alberto Osório de Castro (1908); Pau Brasil, de Oswaldo de Andrade (1925); Ilha de Nome Santo, de Francisco José Tenreiro (1942); A Rosa do Povo, de Carlos Drummond de Andrade (1945); Chiquinho, de Baltasar Lopes (1947); Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa (1956); A cidade e a Infância, de Luandino Vieira (1960); Karingana ua Karingana, de José Craveirinha (1974); Entre o ser e o amar, de Odete Costa Semedo (1996); Cantigas de Trovadores.
Passam, assim, textos que atravessam a história da língua portuguesa desde a lírica galego-portuguesa, com motivos e autores de Portugal, de Timor (Osório de Castro), do Brasil (Oswaldo de Andrade, Drummond e Guimarães Rosa), de São Tomé e Príncipe (Francisco José Tenreiro), de Cabo Verde (Baltasar Lopes), de Angola (Luandino), de Moçambique (Craveirinha) e da Guiné (Odete Semedo).
O primeiro título a chegar ao público sai no dia 21 – o primeiro volume de Os Maias.

domingo, 13 de outubro de 2013

Edições facsimiladas da Biblioteca da Universidade de Coimbra



O diário Público começou a editar a colecção "Primeiras edições facsimiladas" a propósito da passagem dos 500 anos da Biblioteca da Universidade de Coimbra. O primeiro número da colecção foi essa obra que é fundacional em termos de identidade e que continua a obra magna da cultura e da literatura portuguesa que é Os Lusíadas, de Camões, pela primeira vez editada em 1572, saída na 3ª feira passada. Para 15 de Outubro, 3ª feira (dia em que saem os vários títulos da colecção), será a vez do Padre António Vieira e do seu livro "anteprimeiro" da História do Futuro, que teve primeira edição em 1718.
Uma colecção simpática e importante, que a todos mostrará também a história do livro em Portugal, além de fazer um percurso por obras identitárias da cultura portuguesa, tal como se pode ver pela lista dos títulos que se seguem aos dois já enunciados: Mau tempo no Canal (1944), de Vitorino Nemésio (22 de Outubro); O crime do padre Amaro (1876), de Eça de Queirós (29 de Outubro); Portugal na balança da Europa (1830), de Almeida Garrett (5 de Novembro); Esteiros (1941), de Soeiro Pereira Gomes (12 de Novembro); Nome de guerra (1938), de Almada Negreiros (19 de Novembro); A confissão de Lúcio (1914), de Mário de Sá-Carneiro (26 de Novembro); Portugal pequenino (1930), de Maria Angelina e Raul Brandão (3 de Dezembro); As praias de Portugal (1876), de Ramalho Ortigão (10 de Dezembro); Fado (1941), de José Régio (17 de Dezembro); (1892), de António Nobre (24 de Dezembro); Contarelos (1942), de Irene Lisboa (31 de Dezembro); Grandes aventuras de um pequeno herói (1946), de Natália Correia (7 de Janeiro); Mensagem (1934), de Fernando Pessoa (14 de Janeiro) e Coração, cabeça e estômago (1862), de Camilo Castelo Branco (21 de Janeiro). A não perder!