Mais uma opinião: a de David Pontes, no Jornal de Notícias de hoje, sob o título "Os professores e a razão". Uma prova mais de que o debate que anda nas bocas do mundo não teve coerências, demonstrou fragilidades, não foi preparado. Por responsabilidade de quem?
"É grande a angústia sempre que me preparo para escrever sobre as recentes polémicas à volta dos professores. Sofro, porque tenho bons amigos que sei serem excelentes professores, dedicados aos seus alunos. Sofro, por dever de memória, já que guardo boas recordações da maioria dos meus professores de liceu. E, independentemente das polémicas, não sou insensível ao drama humano de quem construiu um futuro tendo por base expectativas que agora saíram goradas.
Mas quando vejo um professor no programa televisivo "Prós e Contras" dar como exemplo da falta de flexibilidade do sistema educativo o facto de no dia seguinte ao debate ter de comparecer no seu local de trabalho para dar aulas, eu percebo que há gente que estava mesmo mal habituada. Quando recebo um "mail" de um professor, em forma de manifesto, que gasta o seu início a explicar que "o principal erro que se comete em Portugal em matéria de Educação" é o facto de nós, contribuintes, nos atrevermos a discutir o sector, ou que não percebe por que é que a pasta da Educação não tem habitualmente um professor como titular (como se o habitual ocupante da Cultura fosse artista), eu percebo o ar de corporação ferida que se respira. E quando vejo os professores a insinuar que são capazes de dar mais boas notas aos alunos para serem melhor classificados, eu vejo que, por muitas asneiras que a ministra da Educação possa fazer, há quem não tenha pejo em ameaçar com asneiras maiores.
Dito isto, convém reafirmar que as generalizações são injustas e que acredito que as melhorias no ensino passam obrigatoriamente pela aposta nos professores. Por isso, aceito algumas das críticas que são feitas à condução política da ministra destas reformas, mas não deixo de pensar que se lhe faltou algum coração, não deixa de ter, na maioria dos casos, a razão do lado dela.
As mudanças doem, e há quem sofra com elas, muitas vezes injustamente. Mas isso não é razão suficiente para não as fazer."
Mas quando vejo um professor no programa televisivo "Prós e Contras" dar como exemplo da falta de flexibilidade do sistema educativo o facto de no dia seguinte ao debate ter de comparecer no seu local de trabalho para dar aulas, eu percebo que há gente que estava mesmo mal habituada. Quando recebo um "mail" de um professor, em forma de manifesto, que gasta o seu início a explicar que "o principal erro que se comete em Portugal em matéria de Educação" é o facto de nós, contribuintes, nos atrevermos a discutir o sector, ou que não percebe por que é que a pasta da Educação não tem habitualmente um professor como titular (como se o habitual ocupante da Cultura fosse artista), eu percebo o ar de corporação ferida que se respira. E quando vejo os professores a insinuar que são capazes de dar mais boas notas aos alunos para serem melhor classificados, eu vejo que, por muitas asneiras que a ministra da Educação possa fazer, há quem não tenha pejo em ameaçar com asneiras maiores.
Dito isto, convém reafirmar que as generalizações são injustas e que acredito que as melhorias no ensino passam obrigatoriamente pela aposta nos professores. Por isso, aceito algumas das críticas que são feitas à condução política da ministra destas reformas, mas não deixo de pensar que se lhe faltou algum coração, não deixa de ter, na maioria dos casos, a razão do lado dela.
As mudanças doem, e há quem sofra com elas, muitas vezes injustamente. Mas isso não é razão suficiente para não as fazer."
2 comentários:
Concordo com David Pontes!As mudanças doem, e há quem sofra com elas, muitas vezes injustamente. Mas isso não é razão suficiente para não as fazer.
Claro! A razão para as fazer está na sua justeza, nas bases da sua fundamentação, na quase certeza da sua eficácia em relação à melhoria!
A Ministra já provou alguma destas coisas? Quando o fizer ... conversamos!
Temo que não cheguemos a conversar!
MCT
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