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domingo, 9 de julho de 2017

Para a agenda: Ventura Terra em Setúbal




O arquitecto Miguel Ventura Terra (1866-1919) vai ter exposição em Setúbal, a inaugurar em 14 de Julho, pelas 18h00, na Galeria Municipal do antigo Quartel do 11 (Escola de Hotelaria e Turismo), sob o título "Ventura Terra - O Arquitecto em Setúbal".
A anteceder a abertura da mostra, haverá um ciclo de palestras, pelas 16h00, sob a responsabilidade de Fernando António Baptista Pereira, Ana Isabel Ribeiro, Inês Gato de Pinho e Alda Sarria Terra, e a apresentação do livro juvenil Açor - O Cão do Miguel Ventura Terra, de Gisela Silva, por Fernando Capela Miguel.
Arquitecto nascido em Seixas, no concelho de Caminha, Ventura Terra Deixou espalhadas muitas obras em Portugal, depois de ter estudado no Porto e em França, cujo governo reconheceu oficialmente o valor do arquitecto caminhante devido ao sucesso obtido no país que o acolheu.
A reconstrução do Palácio de S. Bento, a que Ventura Terra não assistiu devido a morte prematura, poderá ser a sua maior obra, mas outras atestam o seu mérito. Lisboa parece ser a cidade que mais património dele recebeu: quatro prédios galardoados com o Prémio Valmor em 1903, 1906, 1909 e 1911, além de uma Menção Honrosa em 1913; os liceus Camões (1907) e Pedro Nunes (1908); a Maternidade Alfredo da Costa (1908) e o Teatro Politeama (1912). No Minho, há o santuário de Santa Luzia (1903), em Viana do Castelo, e o restauro do Palácio da Brejeira, em Monção. Sobre a obra de Ventura Terra, afirmou Rui Mário Gonçalves que contém "uma renovação da linguagem arquitectónica, partindo de ultrapassados elementos neo-românticos e neo-clássicos, para tentar pô-los ao serviço de novos objectivos."
Setúbal teve também a marca de Ventura Terra no estabelecimento de banhos levantado a partir de projecto do arquitecto seixense no início do século XX, obra que foi estudada por Inês Gato de Pinho no livro Vilegiatura Marítima em Setúbal (Setúbal: LASA, 2010).

domingo, 16 de maio de 2010

A propósito dos 60 anos sobre a escrita do "Diário", de Sebastião da Gama

“Uma leitura do Diário 60 anos depois” foi o tema que Fernando António Baptista Pereira trouxe ao Museu Sebastião da Gama, em Azeitão, nesta noite, actividade integrada na “Noite dos Museus”.
Foi uma leitura pessoal do Diário de Sebastião da Gama, obra escrita no período 1949-1950 (apenas publicada em 1958), justificada por se poder “encontrar nas páginas de Sebastião da Gama a paixão de ser professor”. Como ideias fortes, Baptista Pereira deixou a da pedagogia do Diário, em que “o grande segredo reside em gostar daquilo que se faz, em gostar dos outros”, a da actualidade desta obra e a da leitura do Diário como complemento da obra poética ou desta como complemento daquele, já que Sebastião da Gama “era poeta, homem e professor em todo o lado”.
Para Baptista Pereira, os vectores inovadores principais do Diário são: a modernidade pedagógica (não-directividade; recusa da punição em favor da consciencialização, da lealdade e da responsabilização), educação para a liberdade e para a cidadania, acompanhamento individual dos alunos dentro e fora da sala de aula e não esquecimento dos alunos durante as férias.
Ao longo da comunicação, houve excertos da obra, a comprovarem a actualidade da sua mensagem, bem como a valorização do Sebastião da Gama pedagogo e poeta, que se retratou nos poemas “O menino grande” e “Carta de guia”, ambos datados de 1946 e ambos publicados postumamente, em Itinerário paralelo (1967), focagens que cantam a alegria permanente, visível também nas entradas do Diário como ingrediente necessário para se educar.
No final, ficou a sensação da necessidade de esta obra dever ser de leitura e estudo obrigatório na formação de professores. Na prática dos professores, acrescento, e, já agora, leitura recomendada para quem tenha preocupações na área da educação, independentemente da função que desempenha.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Propostas para a Noite dos Museus

É já no próximo fim-de-semana que acontece a "Noite dos Museus", acção integrada no Dia Internacional dos Museus. Aqui está um lote de sugestões para uma noite cultural.
Há boas propostas, mas, por afinidades, que são minhas, destaco a palestra de Fernando António Baptista Pereira, no dia 15, pelas 21h30, no Museu Sebastião da Gama, em Azeitão, intitulada "Uma leitura do Diário de Sebastião da Gama 60 anos depois".

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

João Vaz em exposição em Setúbal (a não perder!)

A propósito dos 150 anos sobre o seu nascimento, João Vaz (que aqui já biografei em 9 de Março) está de volta a Setúbal, a sua terra, numa exposição que reúne três dezenas de obras e que pode ser vista até 28 de Fevereiro na Casa da Baía (na Avenida Luísa Todi).
A temática da mostra é “João Vaz e Setúbal” e por ela passam motivos sadinos, o mar, os pescadores e uma época, sessenta anos depois de Setúbal ter feito uma “Exposição retrospectiva de quadros de João Vaz”, em Setembro de 1949, e quatro anos depois de, em Lisboa, na Casa Anastácio Gonçalves, ter ocorrido uma grande exposição do pintor, reunindo uma centena de peças.
A acompanhar esta mostra existe um catálogo, contendo textos de Fernando António Baptista Pereira (“João Vaz em Setúbal – Celebrar os 150 anos do nascimento do pintor”), Ana Catarina Stoyanoff (“João Vaz, o pintor de Setúbal”) e António Galrinho (“João Vaz e o ensino industrial e comercial em Setúbal” e “Tendências técnicas e estéticas na obra de João Vaz”), bem como a reprodução da quase totalidade das obras expostas.
Entre outros motivos de importância, destaco duas notas interessantes deste catálogo: uma, devida a António Galrinho, quando explica a questão da luminosidade e dos reflexos da água nas telas de João Vaz, pela visão certeira e não menos clara – “Um dos aspectos que mais ressalta da pintura de João Vaz é a mestria com que regista os reflexos na água. Barcos, pessoas, rochedos ou edifícios surgem reflectidos de diferentes modos, consoante as condições atmosféricas. Se a água é límpida e tranquila e a luz forte e clara, as figuras espelham-se nítidas; se é turva e levemente agitada e a luz é suave, as figuras esbatem as cores e encurvam os contornos; se é levemente soprada pelo vento mas a luz é forte, as formas diluem-se; se está mais agitada e a luz escasseia, os reflexos quase se extinguem, reduzindo-se a meia dúzia de pinceladas largas e soltas ou ondulantes.” A segunda nota decorre do texto de Baptista Pereira, ao deixar a notícia de que, em 2011, quando passarem 80 anos sobre a morte de João Vaz, os setubalenses poderão ver uma nova apresentação da sua obra, aí incluindo o “Pano de boca” do antigo Teatro D. Amélia, em Setúbal, devidamente restaurado e que se encontra guardado nas reservas do Museu da cidade.