Mostrar mensagens com a etiqueta Jesuítas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Jesuítas. Mostrar todas as mensagens

domingo, 27 de novembro de 2016

Para a agenda: Casas Religiosas de Setúbal e Azeitão



Actualizado em 29 de Novembro - A obra Casas Religiosas de Setúbal e Azeitão (Setúbal: LASA / Estuário Edições, 2016), coordenada por Albérico Afonso Costa, António Cunha Bento, Inês Gato de Pinho e Maria João Pereira Coutinho, retoma as comunicações de congresso que a LASA promoveu há tempos sobre o mesmo tema.
Em 3 de Dezembro, dia que também é de S. Francisco Xavier (patrono de Setúbal e referência ligada a esta cidade por proposta da ordem religiosa dos Jesuítas, congregação que também por aqui teve casa), a LASA vai apresentar publicamente a obra no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal, pelas 17h00. Um marco importante para a história religiosa de Setúbal e para a história local. Para a agenda!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Para a agenda: Inês Gato de Pinho conta a história do Palácio Fryxell e da passagem dos Jesuítas por Setúbal

 

Inês Gato de Pinho apresenta De Colégio de S. Francisco Xavier a Palácio Fryxell (Setúbal: Instituto Politécnico de Setúbal, 2013) amanhã, pelas 15h00, no Palácio Fryxell, sede dos Serviços da Presidência do IPS.
Uma boa oportunidade para contactar com um livro bonito, interessante, bem construído e inteligente, versando assunto de que rareia a bibliografia: o Palácio Fryxell, a reabilitação arquitectónica em Setúbal e a passagem dos Jesuítas por Setúbal. Para a agenda!
 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Inês Gato de Pinho: "De Colégio de S. Francisco Xavier a Palácio Fryxell"



Aceite o leitor o convite para subir a Rua Arronches Junqueiro, ali a partir do centro de Setúbal, até chegar ao arco de S. Sebastião, ponto em que atravessa a muralha, desembocando no Largo dos Defensores da República. O espaço anuncia-se vasto e, do seu lado esquerdo, surge-lhe frontaria de casa nobre, com duas torres não muito altas relativamente ao resto da fachada, numa pose rígida quanto baste, reforçada por uma localização algo altaneira, voltada para o Sado, via de entrada na cidade, sobretudo em tempos que já lá vão, talvez na época em que o edifício foi construído…
É neste momento que a história se nos impõe qual demanda por sendas de aventura ou peregrinação pelos itinerários da identidade. É neste momento que nos socorremos da obra De Colégio de S. Francisco Xavier a Palácio Fryxell, de Inês Gato de Pinho (Setúbal: Instituto Politécnico de Setúbal, 2013), guia que nos desvenda as linhas arquitectónicas bem como as linhas por que a história se foi fazendo – a história da construção e longas e diversas entradas na história de Setúbal, uma e outras vogando a par no ondular do passado.
O título do escrito remete-nos para duas utilizações distintas deste espaço – a primeira, devida a ordem religiosa, e a segunda, a utilização próspera e aburguesada – ambas marcando justamente os extremos da vida do edifício até à sua passagem para as mãos do Instituto Politécnico de Setúbal pela década de 1980.
Entre as duas referências constantes no título passou um tempo de cerca de três séculos, o que nos possibilita um recuo até meados de Seiscentos, quando D. João IV assinou autorização para a instalação de colégio jesuíta em Setúbal a fim de que aqui houvesse “pregadores, confessores e mestres que ensinem latim e as ciências necessárias para os sujeitos da terra”.
Corria o ano de 1654 e o despacho régio era datado de 3 de Junho. A essa data, já vários colégios da Companhia de Jesus existiam em Portugal, o mais antigo dos quais localizado em Coimbra desde 1542, a que se seguiram, por ordem alfabética, fundações em Angra do Heroísmo, Braga, Bragança, Elvas, Évora, Faial, Faro, Funchal, Lisboa, Ponta Delgada, Portalegre, Porto, Santarém e Vila Viçosa. O consentimento régio, como resposta a pedido da câmara da vila, em associação com o facto de a ordem dos Jesuítas ter sido herdeira única de André Velho Freire e de sua mulher, D. Filipa de Paredes, levou a que muito rapidamente, em 1655, fosse iniciada a construção do colégio sadino, nos arrabaldes de Palhais, numa área extensa, localizada entre as traseiras da Igreja de Santa Maria e o dito Palácio Fryxell, passando pelos terrenos do Pátio Gago da Silva e da gráfica dos Armazéns de Papéis do Sado.
As instalações serviram os Jesuítas durante cerca de um século, até à expulsão desta ordem religiosa em 1759, depois de forte impulso na reconstrução devida aos estragos causados pelo terramoto. Uma década mais tarde, o edifício passava para outra ordem religiosa, das freiras bernardas, passando a ser, ao longo de uma década, o Real Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré de Setúbal. A partir daqui, a propriedade começou a desmembrar-se e a ter diversificados fins: um teatro com porta para a Rua de Santa Maria nas duas primeiras décadas do século XIX, estabelecimentos comerciais, afectação pelas obras ferroviárias da Linha do Sado, espaço de habitação no Pátio Gago da Silva, fábrica de conservas alimentícias e de conservas de sardinha, fábrica de transformação de cortiça e parque tipográfico, num trajecto que vem até ao século XXI.
A história do edifício que Inês Gato de Pinho nos vai contando, sempre orientada pela pesquisa arquitectónica e tendo em vista o processo das sucessivas reabilitações do edifício, surge eivada de outras histórias, num processo de contaminação com o meio e com o que tem sido a própria narrativa de Setúbal. A investigação levada a cabo, não isenta de dificuldades (sobretudo relacionadas com a inexistência de documentação alusiva a datas importantes do edifício), ultrapassa os limites murais da propriedade e entra nos quotidianos de Setúbal de várias épocas, dando conta das evoluções socioeconómicas, do modo de viver das próprias ordens religiosas (com destaque para a Companhia de Jesus e o seu “Modo Nostro”), dos agentes promotores (que biografa), das vidas de trabalho, num quase reconhecimento de que a localização do espaço permite uma visão de conjunto sobre a comunidade.
À medida que os episódios sobre esta construção vão avançando vai o leitor tendo consciência de que a própria história está a ser construída, não deixando Inês Gato de Pinho de acentuar que algumas das leituras que apresenta são conjecturas que poderão vir a ser contrariadas ou aprofundadas por outros estudos ou por outras descobertas – não podemos esquecer que muitos dos documentos que poderiam fundamentar a história do complexo jesuíta em Setúbal desapareceram na voragem da perseguição à própria ordem religiosa no século XVIII e no incêndio dos Paços do Concelho em Outubro de 1910 e que muitos outros documentos andam dispersos (perdidos?) por instituições várias.

Pelo que revela – de que se podem destacar os casos da localização da igreja do colégio jesuíta, as mutações ou adaptações a que o espaço esteve sujeito, os intervenientes responsáveis por essas alterações, o repositório que a actual capela de S. Francisco Xavier é no respeitante a elementos oriundos de outros espaços de Setúbal e até as possibilidades de investigação no futuro –, este estudo de Inês Gato de Pinho bem se torna importante para a bibliografia sadina, não só na vertente de história da arquitectura, mas também nos domínios da sua história religiosa e da sua história económico-social. Iniciativa louvável, pois, para uma obra que se afigura indispensável para o estudo da identidade setubalense.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Para a agenda - A história do palácio Fryxell contada por Inês Gato de Pinho



De colégio de S. Francisco Xavier a Palácio Fryxell - História e análise arquitectónica - eis o título do trabalho de Inês Gato de Pinho, que pode ser lido a partir de 3 de Dezembro, data em que a obra será apresentada nas instalações do Instituto Politécnico de Setúbal e que coincide com uma data xavieriana. Para a agenda!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Para a agenda - No dia de S. Francisco Xavier, em Setúbal



S. Francisco Xavier anda envolto numa lenda em relação a Setúbal. Mas o certo é que é ele o padroeiro de Setúbal e tem direito a monumento ali à beira-Sado. Atesta também a ligação dos jesuítas a Setúbal, relação ainda pouco estudada. A LASA iniciou a tradição de celebrar o dia do padroeiro xavieriano, a que estão associadas outras instituições, designadamente a diocese, a autarquia e o Instituto Politécnico de Setúbal. Todo o programa tem interesse, mas devo destacar um muito bom contributo para a história local, que é a apresentação da obra de Inês Gato de Pinho sobre o Palácio Fryxell, casa ligada aos Jesuítas e, actualmente, ao IPS, mas que já foi várias outras coisas. Para a agenda, no dia 3 de Dezembro!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Francisco, o Papa, e Francisco, o Santo

Francisco, o Papa, tem sido motivo de variadíssimos comentários, não fosse a importância da Igreja Católica hoje, não fosse tudo aquilo que tem acontecido de menos bom e de mau nessa mesma Igreja. Obviamente, os exageros nos comentários são muitos, com os fundamentalismos da praxe, mesmo que disfarçados de coisas que vestem roupagens das mais variadas.
Li duas crónicas sobre o Papa Francisco no Expresso de ontem que carregam muito daquilo que senti com esta escolha - deste Papa e deste nome. A primeira é devida a José Tolentino Mendonça, que, sob o título "O nome é um programa?", dá a resposta para a pergunta que lança. Depois de biografar a acção de Jorge Bergoglio, Tolentino Mendonça afirma: "O poverello de Assis foi o grande reformador da radicalidade evangélica, que impôs à Igreja uma cura de pobreza, de humanidade e de confiança vibrante em Deus. Sabe-se que na conversão de Inácio de Loiola, fundador dos Jesuítas, teve enorme importância a descoberta do seu exemplo. Inácio ter-se-á perguntado: 'E se eu fizesse o mesmo que Francisco?' Será isso que o Papa Bergoglio se pergunta?"
Na mesma linha se situa Fernando Madrinha, ao assinar a crónica "A importância de se chamar Francisco", dizendo que "o facto de terem passado oito séculos antes de um eleito escolher o seu nome, e com isso o apresentar como guia espiritual, diz alguma coisa sobre as referências dos Papas, sobre o modo como interpretam a função da Igreja e como encaram o luxuoso trono em que se sentam."
O que ressalta desta escolha, intensificado pelo que tem sido o discurso do novo Papa, é a vez da esperança, que corresponderá à vontade que existe no mundo católico de que a Igreja seja a proximidade, a fraternidade, a esperança ela mesma. A simpatia por este Papa advém daí: marca de esperança, pois.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Encontro com o Padre João Felgueiras




Há meia dúzia de meses, encontrei na net a referência ao livro Nossas memórias de vida em Timor, testemunho dos padres jesuítas João Felgueiras e José Alves Martins sobre a sua experiência dura e histórica naquele país (Apostolado da Oração, 2010 – 2ª ed.).
Era um reencontro com o padre Felgueiras (n. 1921, na zona de Guimarães), que conheci em Cernache, onde, em 1969/70, foi meu professor de Latim. Por pouco tempo, pois, ainda nesse ano lectivo, rumou para Timor.
Nunca mais nos cruzámos. Ficou-me sempre a saudade de um homem bom, extraordinariamente bom, atento, dedicado, sereno. Ao longo dos anos, várias vezes o recordei e me questionei sobre o que lhe poderia acontecer, mesmo tendo em conta o que se passava em Timor. O encontro com esse livro de memórias foi uma alegria, quer pelo reencontro, quer pelo facto de saber que o padre Felgueiras continua a espalhar imagem igual àquela que me deixou gravada.
Duas amigas minhas estão em Timor há pouco tempo. A ambas recomendei que conhecessem o padre Felgueiras e pedi-lhes que lhe dissessem desta admiração e afecto que mantenho por ele, apesar de saber que não se lembrará do jovem estudante impressionado porque éramos muitos e o tempo de convívio foi curto.
Hoje, a Cristina enviou-me uma mensagem a dizer que tinha conhecido João Felgueiras e a manifestar o seu deslumbramento. Simultaneamente, deu-me as coordenadas de uma reportagem disponível na net, produzida no ano passado, com realização de Carlos Narciso, intitulada “Padre João Felgueiras – Breve peregrinação”. São 21 minutos de testemunho, de encontro com o passado de Timor e com a liberdade, de lembrança e de lição de vida. Aqui fica o testemunho.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

S. Francisco Xavier, padroeiro de Setúbal

S. Francisco Xavier (Setúbal, Instituto Politécnico de Setúbal)

A presença dos Jesuítas em Setúbal cimentou-se a partir de 1654, ano em que aqui foi obtida concessão para a fundação de um colégio da ordem, por iniciativa de André Velho Freire e de Filipa Paredes, sua esposa, que só viria a concretizar-se já no início de Setecentos. Também do início do século XVIII, de 10 de Março de 1703, foi a decisão camarária de Setúbal passar a ter S.Francisco Xavier como padroeiro, assinalado no dia 3 de Dezembro, data do seu passamento.