domingo, 30 de janeiro de 2011

Cada um vê o que quer... mas não vê pelos outros!

As declarações são atribuídas a Fernando Medina. Não consigo ver nada disto que este senhor diz. Consigo ver políticos que querem fazer dos portugueses parvos, recorrendo às interpretações mais surrealistas; consigo ver a fantasia que tem animado a política numa distância cada vez maior da vida real; consigo ver o malabarismo que vai sustentando a nossa “tristeza contentinha”, como dizia O’Neill… Pobreza de ideias, pobreza de discurso, pobreza de convicções!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama em 13ª edição

A 13ª edição do Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama está em curso, podendo os trabalhos ser entregues até 31 de Março. Organizado pelas Juntas de Freguesia de Azeitão (S. Lourenço e S. Simão), tem a parceria da Câmara Municipal de Setúbal, da Associação Cultural Sebastião da Gama e da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense. O trabalho que venha a ser premiado (em sessão que decorrerá em 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente), além do valor pecuniário, terá também incluída a sua publicação a cargo da organização do Prémio.
O Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama foi certame criado em 1988, em Azeitão, pelas Juntas de Freguesia de S. Lourenço e de S. Simão, e teve realização anual até 1993 (6ª edição). A partir daí, passou a ser um concurso bienal até à sua 10ª edição, tendo depois sofrido interrupção. O certame foi retomado em 2007 (11ª edição) e teve a mais recente edição em 2009.
O primeiro trabalho vencedor deste Prémio, em 1988, foi a obra Água das Pedras, assinado pelo pseudónimo Maria Helena Salgado, correspondendo à autora Maria do Rosário Pedreira, escritora e editora reconhecida. Este trabalho mereceu publicação no ano seguinte (Setúbal: Folha d’Hera). Nesta primeira edição do Prémio, houve 131 trabalhos a concurso e, simultaneamente, foi lançado o concurso de “Jogos Florais Juvenis O Segredo é Amar”, que, devido à escassa participação, não teve prémio atribuído. Pelo júri de 1988 passaram Arlindo Mota, Joana Luísa da Gama e José Jorge Letria.
Outros vencedores das várias edições deste Prémio foram Hugo Santos (1989 e 1991), Maria Graciete Besse (1992), Graça Pires (1993), João Carlos Lopes Pereira (1995), Alberto Marques (1997), António Menano (2001), Amadeu Baptista (2007) e José Carlos Barros (1990 e 2009). Além do primeiro vencedor, outros trabalhos que obtiveram o primeiro lugar nas várias edições deste Prémio tiveram publicação: Uma abstracção inútil, de José Carlos Barros (Évora: Declives, 1991); O aprendiz de ventos, de Hugo Santos (Lisboa: Vega / Ulmeiro, 1992); Errâncias, de Maria Graciete Besse (Lisboa: 1992); Labirintos, de Graça Pires (Murça: Câmara Municipal de Murça, 1997); O Bosque Cintilante, de Amadeu Baptista (Azeitão: Juntas de Freguesia de S. Lourenço e de S. Simão, 2007). Pelo júri deste Prémio passaram, além dos nomes já referidos, também Ana Mafalda Leite, Luís Rosa, Ernesto Rodrigues, Luís Fagundes Duarte, Fernando Campos, Maria Helena Reis Horta, José Correia Tavares, Vergílio Alberto Vieira, José do Carmo Francisco e Ruy Ventura, entre outros.

sábado, 22 de janeiro de 2011

"Quartzo - Vidas de um Veterinário", de Manuel Cardoso

São vinte e três histórias e mais um “glossário breve” – as narrativas trazem-nos episódios rurais, o glossário é composto por cerca de três dezenas de termos ou expressões surgidos nas histórias para ajuda do leitor que lhes esteja menos habituado. É este o corpo do livro Quartzo – Vidas de um Veterinário, de Manuel Cardoso (Coimbra: Quarteto Editora, 2000).
A começar o livro, há um texto introdutório que justifica a escrita destas histórias. Curtas, elas são “tecidas de uma realidade vivida e simples, o dia-a-dia de um trabalho feito com empenho e dedicação, também com sacrifício e esforço, e bordadas de uma fantasia quão simples quão vivida também”, havendo, “nalgumas, a serenidade de um ritmo de épocas passadas; noutras, a premência de uma pressa que urge a prender o presente”. Característica comum a todas: “a paixão pela terra deste torrão precioso de Trás-os-Montes”.
Sendo o autor médico veterinário de formação e naquela região exercendo a sua actividade, fácil se torna concluir estarmos perante um registo autobiográfico, aqui e ali marcado por indicadores que o vão confirmando – como o nome de algumas personagens das histórias, que são as mesmas do círculo familiar do autor, ou a referência explícita ao próprio nome do autor, cumulativamente personagem e narrador, como acontece no texto “Visitas e Visitantes”.
Pelas histórias vai desfilando um mundo de crendices, de hábitos, de uma sociedade rural, em que os animais são a maior preocupação, seja pelo sustento, seja por serem vistos enquanto garante, em lutas que são pela vida e contra a morte ou contra o azar da doença, questões essenciais quando o que está em causa é a sobrevivência – seja dos homens, seja dos animais. Daí que o narrador considere a sua profissão de veterinário como algo que também dá para fugir à rotina, porque o homem se torna actor – “o pequeno grupo que se forma quando uma consulta é um bocado mais demorada é muitas vezes o colorido que faz desta profissão uma actividade em que a rotina é uma rara ocorrência”, em que “o interlocutor nunca é o doente mas o dono”, sendo que, “quando uma doença se declara, muitas vezes pior não é diagnosticá-la nem dar-lhe solução – é lidar com o dono do animal”.
Paralelamente, vai sendo mostrado que nem tudo é pacífico e que um profissional se faz com os conhecimentos da tradição, por vezes empíricos, mas também com a inovação, haja em vista o que é relatado no conto “O Detector de Metais”, em que tal equipamento se revela útil à detecção de objectos metálicos ingeridos pelos animais, mas cuja utilização causou espanto – “Uma das novidades que eu trouxe para cá quando acabei o curso foi o acto de não medicar animal nenhum sem lhe medir a temperatura e sem o auscultar. Isso causou-me algumas situações mais amargas com alguns colegas porque o costume era o de receitar pela história e sintomas colhidos a olho e levaram a mal que um franganote a principiar os ultrapassasse na mise-en-scène. Contudo, eu não desarmei e até reforcei a panóplia de possibilidades quando apareci a empunhar um detector de metais.”
Quartzo – Vidas de um Veterinário é, pois, a experiência de um joão-semana dos animais, já não montado numa égua, mas cavalgando um “Panda” ou um “UMM”, visto como salvador, como confidente, atendendo pastores, pequenos agricultores, ciganos, convivendo com a caça furtiva e as pequenas vinganças, com os mistérios da vida e da terra, penetrando nos modos de ser e nas intimidades familiares. Tudo isto valorizado por uma descrição da paisagem dos arredores de Macedo de Cavaleiros – geografia destes pequenos contos – decifrada com as cores do tempo e as tonalidades agrestes da serrania, com os cheiros intensos e os ruídos de um cenário que ganha animação graças ao homem que o povoa e nele se refugia.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O lobo de Gubbio contado por Bruckberger

Levei-lhes O Lobo Milagreiro, de Raymond Léopold Bruckberger (1907-1998), para lhes ler na aula, que isto de incentivar à leitura também exige que se lhes leia. Imaginei que a narrativa poderia ser um pouco extensa e, em consequência, desmotivá-los. Imaginei ainda que o facto de correr em torno de um eixo constituído por uma figura da Igreja poderia não captar o interesse até final. Bem sei que, para ultrapassar isto, lhes contei alguns pormenores sobre S. Francisco de Assis e a sua designação como padroeiro dos ecologistas; bem sei que, com igual intenção, lhes falei de histórias de animais. Mas…
Certo é que aqueles alunos de 8º ano ficaram presos ao fio da história. E, como não foi possível concluir a leitura da narrativa no tempo de uma aula, quiseram que fosse continuada na seguinte.
Pedi-lhes, depois, comentários. Gostaram. E até notaram que esta história deveria ser conhecida pelos homens, porque fala deles, porque fala de coisas que fazem falta à sociedade. Só depois, para mostrar que as suas observações eram bem realistas, lhes li a justificação que o monge dominicano francês escreveu para esta história: “Muitas vezes me tem sido perguntado em que circunstâncias escrevi a história do lobo de Gubbio. Foi no fim da Guerra depois da libertação de Paris. Sentia-me farto da guerra, das suas derrotas e vitórias, farto de andar no mundo, fatigado da covardia dos homens, da vaidade das mulheres e das mentiras de todos, farto e desiludido de mim próprio. Voltei-me para os santos e, entre todos, para Francisco de Assis, o Pobre que a mãos cheias dá a alegria. (…) Também muitas vezes me têm perguntado qual o significado desta parábola. Ora! Cada qual que se deixe levar pela narrativa, que medite nela no fundo do seu coração, e os significados brotarão para ele como um campo de flores. (…) Não posso crer que o lobo de Gubbio não esteja no Paraíso, e quando lá nos encontrarmos com ele é em francês que havemos de falar-lhe. Era de resto a língua predilecta do seu Mestre.”
A história contada pelo padre Bruckberger retoma aqueloutra que é contada nas Fioretti, em que Francisco de Assis estabeleceu a paz entre um lobo e a população de Gubbio. A edição utilizada (Col. “1001 Livros”. Lisboa: Lisboa Editora, 2007), com orientação de leitura, tem tradução de Jorge de Sena.
Sublinhados
* “As mães, mesmo as menos ternas, têm um instinto infalível para conhecer os filhos.”
* “Como o poder, como o próprio heroísmo, a beleza tem a sua fatalidade própria, que empareda os seres dela privilegiados numa intransponível solidão.”
* “A alegria de um povo é um espectáculo tão formidável como um incêndio de floresta ou uma inundação.”
* “Nunca são os que ganham as batalhas que celebram as vitórias.”
* “A decadência de um ser nunca é súbita. É preparada de longa data por múltiplos abandonos.”
* “Uma conversão não acaba coisa alguma. Pelo contrário com ela começa tudo, o mais difícil e o mais belo.”

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Manuel Villaverde Cabral – entre a leitura e a escola

Carlos Vaz Marques entrevistou o sociólogo Manuel Villaverde Cabral para a revista Ler deste mês (Lisboa: Círculo de Leitores, nº 98, Janeiro.2011). A cultura, a sociedade, a política, a comunicação entre estratos, as elites, as gerações… são vários bons pretextos para ler uma análise que nos toca. Aqui ficam excertos relacionados com a leitura e com a escola.
Leitura – “A leitura de livros acrescenta. Nomeadamente, a leitura de ficção e de poesia, mas também de livros de reflexão. (…) As pessoas que lêem vão sempre distinguir-se das outras e terão sempre o seu nicho de mercado. (…) Nada activa mais o neurónio do que a leitura.”
Escola – “Nós ainda estamos a ensinar a ler a crianças cujos pais não sabem ler. A pretensão da escola de fazer tudo – o que as famílias faziam, o que a sociedade devia fazer – é que está a matar a escola. Porque é evidente que não vai poder fazê-lo. A escola, para funcionar bem, supõe que os pais fazem o seu papel.”
Autoridade – “Uma escola onde a autoridade desapareceu, onde só uma autoridade intrínseca, moral, etc., se pode exercer, é uma escola onde as famílias em que a crise de autoridade foi melhor resolvida, melhor negociada, voltam a ter uma espécie de vantagem. Ou seja, quanto mais anárquica a situação, mais beneficiados saem aqueles que têm uma boa estrutura familiar e social.”
Motivação – “Na escola (…) há uma crise de motivação. E porquê? Por causa da massificação dos diplomas escolares. A massificação aconteceu numa sociedade envelhecida, rígida, estatizada até ao tutano, onde de facto os jovens com habilitações tinham emprego. Ainda hoje, a taxa de desemprego do estudante universitário em Portugal é comparativamente baixa. Tem é aumentado muito, o que cria um trauma. Daí a dizer que não valia a pena massificar dessa maneira vai um passo que muita gente dá imediatamente. Mas há o tal problema da motivação. O problema dos bairros problemáticos é que muitos jovens não vêem como e em quê aquilo lhes vai servir. Depois, alguns deles exprimem-se para o lado. Musicalmente, por exemplo. E muito bem.”

domingo, 16 de janeiro de 2011

Máximas em mínimas (66)

A velhice e o firmamento
"Os mais velhos sabiam coisas incríveis - até os nomes das estrelas, que eram mais do que todos os antepassados da tribo juntos."

A pena
"Normalmente, as penas ficam cá dentro de nós. Só saem se alguém nos ajudar a deitá-las para fora, o que nem sempre é fácil."

Ideias
"As ideias não precisam de ter pés nem cabeça. Basta que sejam boas!"

História
"Todas as histórias têm um fim, menos a história da nossa vida - essa está escrita num livro muito grande (o maios do Universo), que só existe na biblioteca que há no Céu. Cá na Terra, ninguém teria tempo de o ler."

Saber
"Se a vida te dá um limão azedo, junta-lhe água e açúcar e tens uma limonada."

Maria Teresa Maia Gonzalez. A História dos Brincos de Penas. Lisboa: Editorial Presença, 2006.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Boaventura de Sousa Santos: entre o FMI, a (des)responsabilização e a Europa

Boaventura de Sousa Santos é entrevistado por Maria Leonor Nunes e Luís Ricardo Duarte na edição do Jornal de Letras que saiu hoje, uma peça a não perder. Deixo
FMI - "Agora temos todos os trauliteiros a dizer que venha o FMI, porque nós não nos sabemos governar. Outro dia, num programa televisivo, vi uma série de senhores a falar sobre a tragédia da crise e a impressão que dava é que não tinham cometido nenhum erro, os portugueses é que eram todos um bando de marginais. Mas se eles é que foram ministros, quem são afinal os marginais e incompetentes? Corta o coração ver tanta falta de espelho. Essa gente não sabe perceber que está a menorizar todo um país. E só se preocupam em zurzir no estado social e naqueles que segundo eles não querem trabalhar. Em relação aos mercados, que são os verdadeiros abutres, não dizem nada. Como é possível? Os seus espelhos são os ecrãs dos computadores: só vêem os números."
EUROPA - "Não temos tido capacidade para fazer um constitucionalismo europeu a partir da participação dos cidadãos. E a Europa vai desaparecer como existe actualmente - ou então terá que se aprofundar."
PARLAMENTO EUROPEU - "O Parlamento Europeu terá de ser muito mais forte. Com toda esta crise, praticamente não o temos ouvido. Precisamos de uma maior federalização da Europa. Porque é hoje claro que esta união monetária, sem políticas sociais e fiscais de convergência real, só benficia os ricos. OU seja, a Alemanha ou a França, com os seus bancos e interesses."

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sebastião da Gama: o "Diário" começou há 62 anos e vai ter nova edição

Passam hoje 62 anos sobre o dia em que Sebastião da Gama iniciou o seu Diário, obra publicada postumamente, em 1958, com o acompanhamento de Hernâni Cidade, que foi professor de Sebastião da Gama. Por absoluta coincidência, hoje mesmo entreguei na editora as primeiras provas revistas da nova edição do Diário, que chegará ao público na segunda quinzena de Fevereiro. Absoluta coincidência de datas ou coisas que o destino tece…
Depois de treze edições, num percurso que veio até 2005 (até à 11ª, de 1999, a cargo da Ática; as duas últimas, de 2003 e de 2005, com a chancela da Sebenta Editora / Edições Arrábida), o Diário de Sebastião da Gama vai entrar numa nova fase, já que, pela primeira vez, vai ser publicado na íntegra, tal como o seu autor e protagonista o redigiu, além de ser uma edição anotada.
O Diário, de Sebastião da Gama, tem alimentado muitas mentes e tem contribuído para a pedagogia, ainda que não tanto como poderia, pois a sua leitura e o seu estudo deveriam ser obrigatórios para quem à educação se quisesse dedicar, independentemente da função que aí desempenhasse.
A história da sua edição não tem sido absolutamente inócua: logo em 1958, quando saiu a primeira edição, os critérios seguidos pelo organizador levaram a que muitas páginas – sobretudo aquelas que transcrevem e comentam trabalhos de alunos – fossem suprimidas e a pequenas alterações no texto e lapsos de transcrição, princípios que se mantiveram ao longo de todas as edições subsequentes. A partir de 2003, foram acrescidas algumas páginas à obra (das tais que tinham sido suprimidas), mas outras ficaram de fora por razões editoriais, ao mesmo tempo que eram mantidos (e acrescentados) os lapsos de transcrição e as alterações que já vinham desde 1958. Um exemplo? Na entrada de 24 de Janeiro de 1949, tem sido publicada a frase “E um belo dia acontece que lêem ‘A Moleirinha’ com os olhos deslumbrados e torcem o nariz a um mau poeta.” No entanto, no original de Sebastião da Gama, sempre esteve escrita a frase “E um belo dia acontece que lêem ‘A Moleirinha’ com os olhos deslumbrados e torcem o nariz ao Silva Tavares.” Outro? O nome do psicólogo estónio Köhler, que Sebastião da Gama referiu na entrada de 14 de Janeiro de 1950, sempre tem aparecido registado como “Roehles”.
Obviamente, poder-se-á considerar que essas transcrições não afectam o essencial da mensagem de Sebastião da Gama. E é verdade, da mesma forma que é verdade que o trabalho feito pelos anteriores editores foi o responsável pelo conhecimento que há desta obra. No entanto, o Diário de Sebastião da Gama é ele mesmo o repositório de uma cultura vasta, de uma informação actualizada, de um espírito crítico (e autocrítico) acentuado, que serão tanto mais visíveis quanto exista maior rigor na transcrição do seu escrito. Mais: as transcrições que Sebastião da Gama fazia para o seu Diário dos textos dos seus alunos obedeciam ao princípio de lhes dar voz, de prolongar o convívio e a troca de ideias do professor com os discípulos, pelo que dele são parte absolutamente inseparável.
A nova edição do Diário, que estará disponível no final de Fevereiro, é feita a partir do original manuscrito do próprio Sebastião da Gama e inaugura a colecção das “Obras Completas” do poeta da Arrábida, projecto que foi abraçado pela Editorial Presença.
[foto: página inaugural do Diário, de 11 de Janeiro de 1949]

domingo, 9 de janeiro de 2011

Memória: Vitor Alves (1935-2011)

Oficial de Abril. Habituámo-nos a vê-lo como a face mais diplomática do movimento. Ficou a ideia da ponderação. Válida, mesmo (sobretudo) em tempos de grandes mudanças.
[foto: Sociedade de Geografia de Lisboa]

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ouvir Vivaldi por vozes femininas "à capela"


É uma parte da "Primavera", inserida em As Quatro Estações, de Antonio Vivaldi, interpretada pelo grupo feminino "Carmel A-Cappella", israelita, de Haifa, uma descoberta recomendada por um amigo a partir do "You Tube". Escusado será dizer que é lindo! E que, nestes tempos de angústia, em que apenas se fala de crise, de défice, de dinheiro, de escândalos e outras coisas afins, vale bem mais a pena ouvir isto do que todos os discursos que nos rodeiam... Ao menos aqui há alegria, criatividade, cultura, humanidade, saber, vida!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Memória: Malangatana (1936-2011)

“Foi pastor de gado, aprendiz de nyamussoro (médico tradicional), criado de meninos, apanhador de bolas e criado no clube de elite colonial de Lourenço Marques.” Assim o apresentava em 2001 o catálogo da Galeria de Arte Santiago, que existiu em Palmela e que promoveu duas exposições do artista moçambicano (em 1999 e em 2001). Além de artista plástico (a expor desde 1959), foi também poeta, tendo publicado o primeiro livro, 24 poemas, em 1966. Detentor de vários prémios e de importantes títulos – como o de doutor “honoris causa” pela Universidade de Évora –, Malangatana foi considerado pela UNESCO, em 1997, “artista pela Paz”.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Datas para 2011

2011 é o Ano Internacional das Florestas e o Ano Europeu do Voluntariado. Mas o ano de 2011 é também aquele em que passam os centenários da refundação da Universidade de Lisboa e do nascimento de Alves Redol (29 de Dezembro), de Orlando Ribeiro (16 de Fevereiro) e de Manuel da Fonseca (15 de Outubro). Setúbal tem também bons motivos para assinalar em 2011, uma vez que passam os 400 anos sobre a primeira edição de Afonso Africano, de Vasco Mouzinho de Quevedo (5 de Junho), 100 anos sobre o nascimento do pintor Luciano dos Santos (25 de Março) e sobre a morte do poeta António Maria Eusébio, o Calafate (22 de Novembro), e os 50 anos da criação do Museu de Setúbal e da morte do escritor, e também estudioso bocagiano, João Elói Vidal do Amaral (19 de Novembro).