Professores militantes do PS tiveram hoje uma reunião em Lisboa com o Primeiro-Ministro José Sócrates para falar sobre educação. Presume-se que o que esteve na ordem do dia foi a legislação que tem sido publicada (avaliação de desempenho de professores, ensino especializado) e anunciada (novo modelo de gestão). E aqui temos a primeira questão: para nenhum destes assuntos o Governo (ou o Ministério da Educação) tentou ter os professores envolvidos, embora tudo lhes diga directamente respeito; para todos estes assuntos, o responsável máximo do PS tentou ter alguns dos seus militantes envolvidos, agora, depois de vistas as reacções. A reunião, de acordo com o Sol, congregou quatro professores de cada federação distrital. Segundo Manuel Alegre (reproduzido também no Sol de hoje), “o que está a acontecer na Educação é uma contra-reforma, um desvario”.
Não sei se haverá muito para dizer na sustentação dos normativos em questão. Depois de o Primeiro-Ministro ter declarado na Assembleia da República que, depois de 30 anos, se iria fazer a avaliação de professores, muitas coisas ficam por explicar. A primeira: tem havido avaliação de professores; o que se pode é discordar da forma como essa avaliação tem sido feita, assim como do modelo. A segunda: o actual Primeiro-Ministro integrou, há uns anos, um governo em que este modelo de avaliação dos professores já existia; não é conhecido um comentário dessa altura relativamente ao modelo de avaliação de professores que então existia.
Duvido que os professores não queiram ser avaliados, mesmo para que sejam separadas águas. Mas duvido também da eficácia de uma avaliação que não envolveu os interessados (não havendo apropriação do modelo), que não demonstra carácter formativo, que não valoriza a necessidade de melhorar o sistema, que acena com punição, que deixa que os critérios tenham alguma relativização (mesmo que seja de escola para escola), que mete colegas de profissão a avaliar colegas e a construir instrumentos de registo para a sua própria avaliação, que faz depender a avaliação (também) de factores que o avaliado não controla… No afã de corridas para a frente e de concordância com o modelo de avaliação legislado, escolas tem havido que já produziram grelhas e que já lançaram “dicas” quanto ao que podem ser as suas grelhas, havendo casos assustadores, no mínimo, a comprovarem que a disparidade na forma de avaliação vai existir. Por isso, numa acção em que participei ontem, um colega que apresentou o Decreto Regulamentar da avaliação de desempenho docente terminou a sua intervenção a chamar a atenção para uma necessidade importante, muito importante, neste modelo: a da existência de “bom senso”. Seria necessário isto, dito de forma bem apelativa e a bater nas consciências, se houvesse sensatez nos princípios?
Não sei se haverá muito para dizer na sustentação dos normativos em questão. Depois de o Primeiro-Ministro ter declarado na Assembleia da República que, depois de 30 anos, se iria fazer a avaliação de professores, muitas coisas ficam por explicar. A primeira: tem havido avaliação de professores; o que se pode é discordar da forma como essa avaliação tem sido feita, assim como do modelo. A segunda: o actual Primeiro-Ministro integrou, há uns anos, um governo em que este modelo de avaliação dos professores já existia; não é conhecido um comentário dessa altura relativamente ao modelo de avaliação de professores que então existia.
Duvido que os professores não queiram ser avaliados, mesmo para que sejam separadas águas. Mas duvido também da eficácia de uma avaliação que não envolveu os interessados (não havendo apropriação do modelo), que não demonstra carácter formativo, que não valoriza a necessidade de melhorar o sistema, que acena com punição, que deixa que os critérios tenham alguma relativização (mesmo que seja de escola para escola), que mete colegas de profissão a avaliar colegas e a construir instrumentos de registo para a sua própria avaliação, que faz depender a avaliação (também) de factores que o avaliado não controla… No afã de corridas para a frente e de concordância com o modelo de avaliação legislado, escolas tem havido que já produziram grelhas e que já lançaram “dicas” quanto ao que podem ser as suas grelhas, havendo casos assustadores, no mínimo, a comprovarem que a disparidade na forma de avaliação vai existir. Por isso, numa acção em que participei ontem, um colega que apresentou o Decreto Regulamentar da avaliação de desempenho docente terminou a sua intervenção a chamar a atenção para uma necessidade importante, muito importante, neste modelo: a da existência de “bom senso”. Seria necessário isto, dito de forma bem apelativa e a bater nas consciências, se houvesse sensatez nos princípios?
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