Mostrar mensagens com a etiqueta Irlanda. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Irlanda. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Rostos (195)


James Joyce, em Dublin

Anda a gente pelas ruas de Dublin e... eis que encontra Joyce, o de Ulisses ou de Gente de Dublin. Um dos mais importantes escritores universais, um dos grandes escritores irlandeses.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O que faz correr a Europa?

No Público de ontem, sob o título "Lições europeias", escreveu Rui Ramos: «Para a "Europa", as "crises" são quase sempre boas, e a "aproximação aos cidadãos" quase sempre má. (...) O que faz correr a "Europa"? Os eurocépticos gostam de a imaginar como uma conspiração federalista, com morada em Bruxelas; os eurófilos preferem confundi-la com o idealismo de povos ansiosos por despir as casacas nacionais. Não é nem uma coisa nem outra. A UE e os seus tratados não são obra da "Europa", da sua Comissão ou do seu Parlamento, mas dos Estados soberanos do continente. A babel dos tratados, com as suas dezenas de protocolos e declarações em anexo, reflecte esse enorme bazar em que cada Estado tenta candidatar-se ao máximo de recursos económicos e de influência política. A UE é apenas outro meio de os Estados europeus continuarem as guerras do passado.
Perante o vil facto, as boas almas pedem que os cidadãos de cada Estado sejam convidados a participar directamente no "processo". É uma ilusão piedosa, porque a UE não é nem poderá ser uma democracia. As democracias não assentam apenas na possibilidade de votar, mas também no sentimento de pertença a uma comunidade histórica - como, na Europa, são as nações, mas não é a UE. A UE é uma organização de Estados donde se pode entrar e sair e onde se negoceia segundo determinadas regras - as que existem em cada momento.
Se nos últimos tempos houve a impressão contrária, não foi por qualquer pressão federalista, mas porque assim conveio às classes políticas do continente. Para se pouparem a debates difíceis, muitos governos tenderam a atribuir à UE a responsabilidade de algumas opções polémicas. Foi assim, em nome da "Europa", que em Portugal se equilibrou as contas públicas, como se fosse uma imposição externa. Como contrapartida, fingiu-se que esta UE, que supostamente ditava a vida de cada povo, estava a caminho de se tornar qualquer coisa de grandioso, transparente e representativo (um Estado democrático com a sua "constituição"), para cuja inauguração onze governos convidaram as populações. Estas, onde puderam, aproveitaram o convite para estragar a festa. Mas este é um problema da UE só na medida em que começa por ser um problema dos Estados membros. A UE não é a sua causa nem a sua solução.»

domingo, 15 de junho de 2008

E se o "não" ao Tratado viesse de diferente latitude?

Se, na França ou na Alemanha, tivesse havido um referendo ao Tratado de Lisboa e o resultado desse 53% ao "não", alguém se atreveria a sugerir que esse país tinha uma de duas soluções - ou saía da União Europeia ou repetia o referendo?
Depois dos procedimentos que os políticos tiveram para não referendar o Tratado, antes o fazendo passar apenas pelo crivo largo dos parlamentos; depois de ter havido políticos dizendo que o Tratado era quase inexplicável; depois de se ter assistido a um tempo em que ninguém esclareceu ninguém quanto às transformações reais que podem existir na sequência desse Tratado... ser-se "a favor" ou "contra" o Tratado é exercício indiferente, porque essa não foi preocupação na gestão de toda esta história. A Europa, a famosa Europa, quis (quer) passar ao lado dos cidadãos que a fazem e quer neles mandar, levando os princípios até onde os governos não podem levar... A participação é apenas uma imagem de (má) retórica!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Irish Coffee, please!

Conta-se que a bebida (com café, uísque irlandês, açúcar e chantilly) foi inventada na década de 40 do século passado, numa zona portuária, servindo para aquecer os passageiros chegados da América do Norte via Atlântico. Era, assim, um confortozinho… tal como o podem ser os resultados irlandeses, provavelmente partilhados por muitos europeus que não tiveram oportunidade de se pronunciar sobre o Tratado que sobrevoa a Europa.
E, aqui, chegamos ao ponto. Os irlandeses disseram “não” ao designado Tratado de Lisboa. Assim se vê a razão pela qual os pressurosos governos não quiseram que os respectivos povos se pronunciassem quanto ao Tratado.
Fica a Europa melhor? Fica a Europa pior? Sopre o vento para o lado que soprar, o certo é que o Tratado teria merecido uma abertura para explicação, clareza e partilha com os povos, ao invés de se transformar numa discussão de políticos apenas, mais parecendo que existe uma Europa para os políticos e outra para os cidadãos!Era escusado ter-se chegado a esta lição, que mais serve aos decisores da via não referendária! Era escusado deitar foguetes antes da festa! Era escusado ter ouvido o nosso Primeiro-Ministro a apostar a sua carreira política neste Tratado, como ainda há dias sugeriu! Era escusado confundir o porreirismo com o direito de os povos dizerem “não”! Era escusado ter sido dada tão grande prova de desconfiança nos eleitores!