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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Encontros sadinos nos Açores (5) – Morgado de Setúbal

Há uns anos, um amigo trouxe-me do Museu Carlos Machado, de Ponta Delgada, um postal reproduzindo uma natureza morta do Morgado de Setúbal, dizendo-me que era o único quadro que havia reproduzido em postal. Embora algumas das obras do Morgado de Setúbal tenham vindo até à cidade do Sado em 2009, havia a curiosidade de ver o legado que a Condessa de Cuba deixou ao Museu Carlos Machado, constituído em grande parte por telas do Morgado de Setúbal.
No entanto, essa visita não foi possível, assim tendo sido mais um desencontro do que um encontro – é que, ao visitar-se o núcleo de arte sacra do Museu, exposto na Igreja do Colégio (com um altar que é o expoente do barroco português), a informação foi clara: não se podia visitar o núcleo principal do Museu por estar encerrado para obras. “Está fechado já vai para cinco anos e não se sabe quando abrirá…” Ao perguntar-se por reproduções dos quadros do Morgado, a resposta foi idêntica: “Havia um postal, mas já acabou há muito e tão depressa não haverá nova edição…”
Não sei se a melhor palavra para o estado de espírito é "estupefacção". Lá ficou o registo, no livro dos visitantes - o fascínio e a falta de palavras para descrever o altar barroco da igreja e também a falta de palavras para qualificar o encerramento do Museu... temporário de vários anos!
Uma pessoa com quem se falava umas horas depois confirmava este tempo de encerramento, explicado por politiquices que terá havido em tempos… Não sei se sim, mas não custa a acreditar, porque tem de haver margem para que o inacreditável exista!
[Foto: Igreja do Colégio, em Ponta Delgada]

Encontros sadinos nos Açores (4) – Joaquim Serrão

Joaquim Silvestre Serrão foi freire de Palmela, nasceu em Setúbal (1801) e acabou os seus dias em Ponta Delgada (1877), distinguindo-se como compositor de música sacra. Os Micaelenses não o esqueceram e erigiram-lhe uma estátua que pode ser vista no centro da cidade de Ponta Delgada, mesmo nas traseiras da igreja matriz de S. Sebastião.
A peça escultórica nem sempre esteve ali, mas, ao ser trasladada para este local, o setubalense Silvestre Serrão ganhou visibilidade, mesmo porque no pedestal, há as notas biográficas essenciais relativas ao período de vida.

Encontros sadinos nos Açores (3) – Resendes Ventura

Um dos encantos de uma ilha reside no percurso da sua costa, seguindo o perímetro. Em S. Miguel, a via rápida que ligará Ponta Delgada a Nordeste está ainda em construção e, por isso, outra maneira não há para chegar a esse ponto que não seja pelas curvas e contracurvas costeiras, ricas de paisagem e de surpresas.
Descendo de Nordeste para as Furnas, depara-se o viajante com Água Retorta, perto de Povoação, abrigada no fundo da montanha, a olhar o azul intenso do mar. No adro da igreja de Nossa Senhora da Penha de França, há um painel de azulejos com um poema em louvor da terra, ali colocado pela Junta de Freguesia em 2005.
“Terra Encantada” lhe chama o poeta ali nascido, Resendes Ventura de nome literário, que outro não é senão o livreiro setubalense Manuel Pereira de Medeiros.

Encontros sadinos nos Açores (2) – Roberto Ivens

Em Ponta Delgada, há uma rua apadrinhada por Roberto Ivens, em que o célebre explorador do século XIX tem direito a busto sobre alto pedestal, onde se informa a travessia do continente africano em 1884-1885, expedição que foi um misto de aventura e de coragem, de morte e de epopeia. O companheiro de Ivens foi o palmelense Hermenegildo Capelo e dessa viagem que ambos levaram a cabo num grupo de cerca de 120 homens ficou relato na obra De Angola à Contracosta, surgida logo em 1886.
Um e outro deram nome a escolas nos locais de nascimento: em Palmela, existe a Escola Básica 2, 3 Hermenegildo Capelo; em Ponta Delgada, a Escola Básica Integrada Roberto Ivens.