terça-feira, 12 de julho de 2016

No desporto, parabéns, a todos os títulos... (mesmo que custe aos franceses)



Dizia Rogério Alves há minutos na SIC-Notícias que "Descartes é francês, mas o futebol não é cartesiano". Eis uma lição que muita gente não percebeu, a começar pelos comentadores que eram pró-França no Europeu de Futebol!...
Claro que, no Domingo, Portugal mereceu todos, mas todos, os parabéns no desporto: no atletismo, pelo primeiro lugar de Sara Moreira (meia maratona feminina, em 1h10'19'') e de Patrícia Mamona (triplo salto, de 14,58 m), e pelo terceiro lugar de Jéssica Augusto (meia maratona feminina, em 1h 10'55'') e de Tsanko Arnaudov (lançamento de peso, com 20,59 m); no futebol, com o título de Campeões Europeus, obtido pela Selecção Nacional no Stade de France, com um golo de Eder aos 109'. Tudo, depois de Ana Dulce Félix, ter sido a segunda classificada nos 10 mil metros...
Quanto aos comentários... volte-se ao cartesianismo de que Rogério Alves falou.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Praxes para a integração? Não, obrigado!


Uma centena de subscritores (artistas, professores, jornalistas, políticos, escritores, desportistas, etc.) pôs a sua concordância numa carta aberta dirigida a todas as instituições de ensino superior a propósito das praxes que inundam o início do ano lectivo em todo o país.

Depois de analisarem a forma como a actividade praxística se tem “institucionalizado”, duas coisas são pedidas às instituições de ensino superior:

PRIMEIRA: «Instamos todas as equipas dirigentes das Universidades, Politécnicos, faculdades e escolas superiores a criar, com caráter duradouro, atividades de receção e de integração dos novos estudantes e das novas estudantes, ao longo do ano letivo, que configurem uma alternativa lúdica e formativa às iniciativas promovidas pelos grupos e organizações de praxe.»

SEGUNDA: «Apelamos também a que as mesmas instituições informem atempada e eficazmente todos os novos alunos e todas as novas alunas, por exemplo através do envio de um e-mail ou entregando, no ato da matrícula, um esclarecimento nesse sentido, de que as atividades de praxe não constituem qualquer espécie de obrigação e que não podem ser prejudicadas de nenhuma forma ou ameaçados de qualquer maneira por recusarem participar, devendo ser fornecido um contacto para o qual possam ser endereçadas queixas.»

Dois pedidos que deviam ser norma e que podem fazer a diferença, mais do que justos e que deveriam ser mais do que evidentes e, sobretudo, praticados.

Nas praxes a que o cidadão comum tem de assistir na rua, seja em Lisboa, em Setúbal ou noutro canto, não se vê, habitualmente, a marca de integração, antes se observa a boçalidade, a idiotice, a humilhação, a fanfarronice de uns poucos “mestres de praxe” perante os que serão os seus colegas ao longo do ano lectivo e do curso. Indigna atitude de indignos princípios!

Há dias, quando estava num encontro com alunos que acabaram o 12º ano e com outros que já estão no ensino superior, dizia uma das que está no final do 1º ano de uma instituição de ensino universitário para outra: “Se quiseres vir para a minha Escola, esse curso funciona bem, mas vais ter uma praxe pesada!” Fiquei espantado e ainda mais admirado quando ela, com um ano de universidade, me disse que ia participar nessa praxe porque era “giro”!...

Faz sentido haver alternativas, que podem passar pelo dizer “não” ou mesmo pela criação de outras vias de integração (se é de integração que se quer falar). Daí que tenha apreciado práticas de integração no ensino superior que passam por campanhas de solidariedade e de trabalho de voluntariado entre os alunos que chegam e os alunos que já lá estão, visando o conhecimento em equipa e a melhoria de condições sociais para desfavorecidos. Daí que o apelo surgido nesta carta faça todo o sentido, mesmo por ser um sinal de humanidade, uma defesa de direitos cívicos e uma questão de educação que não acarreta custos.

Compete agora às escolas de ensino superior o resto, assumindo a demarcação e a alternativa a práticas que em nada dignificam as pessoas, os estudantes ou as instituições. E compete aos jovens que iniciam os estudos universitários optar por serem tratados como pessoas.

Nikolay Amzov: as cores, um universo no parque

Nikolay Amzov (n. 1946) trouxe até ao Parque do Bonfim, em Setúbal, a alquimia da cor e o universo da sua Bulgária, numa exposição que torna o parque, com o seu verde e o seu rumorejar, ainda mais apetitoso, ainda mais atraente.
São esculturas em que a cerâmica pontua, em que a alegria da cor sobrecarrega os sentidos e em que a dinâmica do traçado convida para sensações em que o espaço se torna infinito, quase parecendo que aquelas peças estão ali desde há muito, fazem parte daquele espaço...
Vale bem a pena um passeio pelo parque como valem a pena uns minutos de conversa (ou de contemplação) perante as obras expostas. A não perder!


Nikolay Amzov, Amor

Nikolay Amzov, Código Cósmico

Nikolay Amzov, Cruz

Nikolay Amzov, Esfera

Nikolay Amzov, Estrela Flamejante

Nikolay Amzov, Metamorfose

Nikolay Amzov, Ovo Cósmico

Nikolay Amzov, Turbilhão

Nikolay Amzov, Vaivém Espacial



segunda-feira, 4 de julho de 2016

Para a agenda: Música e integração social na Arruada da Culsete



A IV Arruada de Livros organizada pela livraria independente Culsete, em Setúbal, proporciona, no final da tarde de hoje, uma visão da música como meio de integração social, em partilha com o Grupo Musical do Centro Social São Francisco Xavier, de Setúbal. Para a agenda!


sexta-feira, 1 de julho de 2016

Para a agenda: Nuno Costa Santos em Setúbal


O programa da IV Arruada de Livros, organizado pela livraria independente Culsete, prossegue em Setúbal. Para o dia 2, sábado, conte-se com Nuno Costa Santos, que traz a obra Céu nublado com boas abertas, a ser apresentado por João Brás. Para a agenda!


Bocage: Poemas à solta nas ruas de Setúbal






É um projeto para 30 poemas de Bocage andarem à solta pela cidade de Setúbal. Denomina-se "Bocage - 30 poemas na rua". Tem a participação do Teatro Estúdio Fontenova, da Câmara Municipal de Setúbal e de diversos artistas e actores, uns para darem cores aos poemas, outros para lhes emprestarem a voz.
No passado fim de semana, foram inaugurados os quatro primeiros recantos, preenchidos com oito poemas, colocados em sítios da cidade relacionados com um percurso do tempo de Bocage.
Até Setembro surgirão os restantes e, depois, será editado um roteiro. Até lá, fique-se com a localização dos que já se podem ler, ver e ouvir na rua:

1) Na Rua Luís de Camões, antiga Rua dos Açougues, no sítio da antiga livraria de Francisco Dias Raposo, com os poemas "Vós, ó Franças, Semedos, Quintanilhas" (interpretado por Elmano Sancho) e "Pilha aqui, pilha ali, vozeia autores" (dito por Jorge Silva) e a intervenção artística "Argumento falacioso", de Ricardo Guerreiro Campos.
 




2) Na Rua de Santa Catarina, junto ao antigo Postigo de Santa Catarina, onde era a saída para Palmela e para Lisboa, com os poemas "É pau, e rei dos paus, não marmeleiro" (interpretado por Carlos Rodrigues) e "Esse disforme e rígido porraz" (dito por Wagner Borges e Tiago Bôto) e a intervenção artística "Chuço", de Jaf.





3) Na Rua Augusto Cardoso, antiga Rua dos Sapateiros, onde ficava a antiga Porta Nova, ponto de saída para Lisboa, com os poemas "Tejo, que à minha voz abonançavas" (interpretado por Bruno Moraes) e "Quer ver uma perdiz chocar um rato" (dito por Maria Simões) e a intervenção artística "Anatomia para burro na partida de Bocage", de Prahlad Fernando Aranda.





4) No Largo Francisco Soveral, onde se localizava o antigo Estanqueiro do Tabaco, de Francisco Manuel (activo em 1762), com os poemas "Olhos suaves, que em suaves dias" (interpretado por Cátia Terrinca) e "Ó tranças de que Amor prisões me tece" (dito por Eduardo Dias) e a intervenção artística "Do lado de cá", de Ricardo Guerreiro Campos.