sábado, 30 de novembro de 2013

Dia da Livraria e do Livreiro, hoje



Dia da Livraria e do Livreiro. Hoje. Com visita indispensável a uma livraria e um contacto mais directo, privilegiado e aturado com o livro e com o seu livreiro. E também com quem gosta de livros. Hoje.
E, a propósito: em Setúbal, na Culsete, na tarde de hoje, além de a data ser assinalada, haverá a entrega do diploma LIVREIRO DA ESPERANÇA ESPECIAL CULSETE - 40 ANOS, atribuído aos livreiros Manuel Medeiros e Fátima Medeiros. Fisicamente, estará só a Fátima; o Manuel estará também, sorrindo a partir de algures, invadindo as memórias enquanto conta estórias de livros a partir da eternidade.
Viva o Dia da Livraria e do Livreiro! Muito do que somos é devido a estes interlocutores! 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Para a agenda - Miguel de Castro: reencontro hoje, em Setúbal



Mais uma iniciativa do José Teófilo Duarte para a edição de um poeta setubalense e para o enriquecimento do programa de actividades da Casa da Cultura setubalense. Hoje, pelas 22h00, encontro com alguns textos de um grande poeta, Miguel de Castro (Jasmim Rodrigues da Silva, de baptismo). A não perder.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O ensino do Português e as Metas Curriculares, segundo António Carlos Cortez



Um artigo de opinião saído no Público de hoje. Que merece leitura atenta e reflexão. Subscrevo-o, em grande parte, embora também ache que a política de educação, programas incluídos, não deve andar à mercê dos tempos dos governos, antes deve exigir um pacto decente e uma duração a condizer.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Marcos de uma semana em que não disse (3) – Coral Infantil de Setúbal com 34 anos



Foi deslumbrante e emotivo o espectáculo com que o Coral Infantil de Setúbal assinalou o seu 34º aniversário na noite de sábado, no Forum Luísa Todi. De alguma forma participei no evento, ao ter sido responsável pelo guião da obra “O poeta da Arrábida”, que Samuel Pascoal musicou, que a Banda da Armada executou e que umas dezenas de coralistas interpretaram, gesto com que o Coral quis homenagear uma figura da cultura portuguesa nascida no concelho de Setúbal, Sebastião da Gama.

Esta razão foi forte para ter gostado do concerto, por ter admirado o caminho que a música seguiu, tendo feito uma interpretação sagaz da história e da poesia do poeta azeitonense. Mas igualmente intensa foi a sensação da obra feita por esta instituição, do clima vivido pelos componentes do Coral, do quanto estas organizações dão à educação, à cidade, à identidade. Uma alegria de entusiasmo, uma simplicidade comovente, uma grandiosidade de exemplo. Parabéns!
[Foto: Coral Infantil de Setúbal e Banda da Armada no concerto de 23 de Novembro, tirada daqui.]


Marcos de uma semana em que não disse (2) – Memória: Maria Irene Alves (1927-2013)



Conheci a Dra. Irene Alves (Maria Irene Ribeiro Gonçalves da Silva Alves) pelo final da década de 1980. Mantivemos muitos momentos de conversa, devidos a afinidades várias: a escola, o ensino do Português, a cultura portuguesa, a literatura, Sebastião da Gama. E também, sobretudo talvez, devido à amizade que fomos construindo e à admiração que fui nutrindo pela sua disponibilidade, pelo seu empenho, pela sua energia e dinâmica, sempre pronta para seguir, para agir, para participar, para fazer. Cruzámo-nos em vários eventos, alguns dos quais na Casa do Professor (da ASSP), em Setúbal, obra de que ela foi também construtora e a que deu muito da sua disponibilidade.
Inevitavelmente, nas nossas conversas saltava sempre a figura de Sebastião da Gama, que foi seu colega na Faculdade de Letras e que lhe escreveu um poema para o seu livro de curso (Finalistas de Letras – Curso de 1946-1950), de quem sempre falou com carinho e desvelo, relembrando momentos, versos e sorrisos.
A Dra. Irene Alves trocava impressões, opinava, aconselhava, comentava, sempre num respeito por ouvir também e por saber o que podia ser dito pelos outros e o que podia ser feito. Já fora da sua carreira profissional, muitas vezes a ouvi a sugerir práticas – as “boas práticas” agora descobertas para todas as áreas! –, a querer saber como reagiam os alunos a determinadas situações, a import(un)ar-se com a necessidade da leitura, não só de clássicos, mas sobretudo de clássicos. Senhora de vasto saber, ciente de ter marcado o tempo e de para ele ter contribuído de maneira intensa, a Dra. Irene Alves deixou saudades. Há uma semana, partiu. E a memória ficou mais viva!
[Foto: reprodução do livro de curso da Dra. Irene Alves]

Marcos de uma semana em que não disse (1) – Sophia no Panteão Nacional



Gostei muito do texto de opinião, um quase manifesto ou uma quase exigência, assinado por José Manuel dos Santos no Público de domingo, 17 de Novembro (pg. 54), que alerta o leitor, o país, os responsáveis políticos – Assembleia da República, diga-se – para o imperativo de termos Sophia de Mello Breyner no Panteão Nacional.
O texto começa, de resto, com uma chamada de atenção para todos nós: “Não são os poetas que precisam de nós. Somos nós que precisamos deles e das suas palavras de vida e de morte. Somos nós que necessitamos das suas acusações e das suas celebrações, das cóleras e dos êxtases, dos anátemas e dos louvores, das profanações e das sagrações. Somos nós que necessitamos desse voo da voz, dessa veemência da vida, desse fogo da fronte. Nos grandes poemas dos grandes poetas, o mundo — ou a sua recusa — está perante nós e ficamos à altura da sua altura.” Um bom elogio para os poetas, uma boa lição para nós.
Depois, vêm as razões da proposta, centradas no cruzamento do estar de Sophia entre a palavra, o poema, a cultura e a cidadania. “A participação de Sophia na política fez-se das mesmas perguntas e das mesmas respostas de que a sua poesia se faz. É por isso que a coragem de Sophia era uma ética e a sua lucidez um compromisso com o mundo e com os homens que o habitam. É por isso que a sua morte foi um momento de despedida, de descoberta, de despertar. Ao vermos que a morte não prevaleceu sobre a sua obra, aprendemos que somos os herdeiros da sua palavra, da sua nobreza, do seu desassombro.”
O apelo de José Manuel dos Santos vai muito além do que poderia ser defender o poeta ou a sua obra. Encontra sentido para os tempos que nos invadem, para o exemplo e para a memória. Tudo associado às datas que passam em 2014 – os 40 anos sobre o 25 de Abril, os 10 anos sobre a morte de Sophia.
É que, na obra de Sophia, “a vida e a poesia não se separaram nunca e foram liberdade livre e justiça justa” e “no que escreveu e no que viveu, passa esse sopro de inteireza, de verdade e de audácia que a tornou um símbolo para todos.”

É bom que a proposta de José Manuel dos Santos seja tida em conta e que venha a ter um desfecho feliz. Seria uma excelente forma de celebrar a ética, de celebrar a arte, de apontar um caminho forte da identidade portuguesa.

Para a agenda: No centenário de Le Mattre de Carvalho



No centenário de Le Mattre de Carvalho, a LASA (Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão) e o MAEDS (Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal) promovem o "Retorno ao Paisagismo" para homenagear o pintor. A 30. Para a agenda.
Aditamento, em 26 de Novembro: A inauguração será às 18h00.

Para a agenda - Dina Barco e o diário da Sara



Dois anos depois de nos ter apresentado a personagem Sara às voltas com o seu diário, Dina Barco dá-lhe sequência, continuando a vida da jovem que se mostra. Desta vez, em Diário de Sara (quase irmã), a ser apresentado a 30, Sábado, pelas 17h30, no Clube Setubalense. Para a agenda!
Aditamento, em 26 de Novembro: A apresentação será às 21h00.

Para a agenda - A poesia de Maria do Carmo Branco



O rio que canto, título para poemas de Maria do Carmo Branco, em edição do Centro de Estudos Bocageanos. No dia 30, pelas 15h00, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal. Para a agenda!

sábado, 23 de novembro de 2013

Sebastião da Gama homenageado em concerto do Coral Infantil de Setúbal



Logo à noite, pelas 21h00, o Forum Luísa Todi, em Setúbal, acolherá o concerto “O Poeta da Arrábida”, que celebrará o aniversário do Coral Infantil de Setúbal. A interpretação musical estará a cargo da Banda da Armada, dirigida pelo 1º Tenente Músico Délio Gonçalves, e a interpretação coral vai competir ao Coral aniversariante, ao Coro Feminino TuttiEncantus, ao Coro do Conservatório Regional de Setúbal e ao Coro de Câmara de Setúbal. O roteiro da obra é da responsabilidade de João Reis Ribeiro, com poemas de Sebastião da Gama, e a autoria da composição musical é de Samuel Pascoal.
A Associação Cultural Sebastião da Gama procedeu à edição do roteiro, um opúsculo de 30 páginas, que inclui os poemas de Sebastião da Gama seleccionados e as partituras dos poemas que abrem e fecham o concerto, respectivamente, “Pequeno Poema” e “O Sonho”.
Mas o concerto de hoje tem uma história subjacente…
Quando celebrou o seu 30º aniversário, o Coral Infantil de Setúbal pretendeu levar a cabo um concerto de encerramento desse ano, em 2010, que homenageasse um valor da região de Setúbal, escolhendo a figura de Sebastião da Gama.
O roteiro para essa celebração, bem como a respectiva composição musical, foram efectuados, mas, por razões logísticas, esta actividade não pôde ser levada a cabo. Só agora este evento é possível, associado a um outro aniversário do Coral Infantil de Setúbal, quando se começa a celebrar o seu 34º ano de existência.
Sabe-se que a figura de Sebastião da Gama ultrapassa o epíteto de “Poeta da Arrábida” (haverá poetas de algum lado que não seja o universo?), mas, para quem vive aqui, nas margens da serra, o nome do poeta e o da montanha são inseparáveis. Por isso, mantivemos a ideia no título deste roteiro, construído sobre a biografia e sobre poemas do homenageado, numa tarefa a que a Associação Cultural Sebastião da Gama se aliou com gosto desde o primeiro momento. Afinal, a poesia relaciona-se com a música… como estabelece pontes com o silêncio… como celebra o concerto da contemplação! E Sebastião da Gama sabia tudo isso!...

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Sobre educação, com justiça e mercantilismo à mistura

O artigo de Francisco Teixeira, intitulado "Educação, justiça e mercado", saído no Público de hoje (pp. 50-51) bem merece ser lido pela análise feita, contributo para se entenderem as actuais ideias que pairam quanto à escola. Reproduzo a conclusão do texto, que pode ser lido na íntegra aqui.


domingo, 17 de novembro de 2013

Hoje é o Dia Mundial em Memória das vítimas da Estrada



Daniel Sampaio e as classificações dadas pelos "rankings" às escolas



"Classificar para quê?" é o que pergunta Daniel Sampaio na crónica hoje saída na revista do Público (pg. 40), texto com interesse para a reflexão sobre os rankings.

Manuel Carvalho e a escola (pública ou privada)


No Público de hoje (pg. ), Manuel Carvalho escreve sob o título "O vírus da insolvência das escolas públicas". Aqui reproduzo o texto que respeita ao tema da escola.


Como Terry Deary conta a Primeira Grande Guerra aos jovens...



Adjectivar a Primeira Guerra Mundial com o qualificativo “terrível” será talvez pouco. Mas, ao tê-lo feito dessa maneira, quando escreveu A terrível Primeira Guerra (Mundial), em 1998 (com tradução portuguesa em 2001, nas Publicações Europa-América), Terry Deary (n. 1946) terá pretendido justificar a entrada do tema e do título na série “História Horrível”, de que é autor, anunciada como “a História que não esconde as piores partes”. A colecção visa um público de jovens leitores e é recheada com ilustrações, que, no caso deste título, são devidas a Martin Brown (n. 1959).
O excerto que Deary escolhe para iniciar a obra é o testemunho de um soldado que esteve nas trincheiras, ali mesmo junto da designada “terra de ninguém”: “Corpos e pedaços de corpos, e coágulos de sangue, e um lodo verde metálico viscoso formado pelos gases explosivos flutuavam à superfície da água. Os nossos homens viviam e morriam ali, a poucos metros do inimigo. Agachavam-se por debaixo dos sacos de areia e escavavam abrigos nas paredes das trincheiras. Estavam infestados de piolhos. Se cavassem mais fundo para se protegerem melhor, as suas pás encontravam os corpos macios daqueles que tinham sido os seus amigos. Pedaços de carne, pernas com botas, mãos enegrecidas, cabeças sem olhos, caíam sobre eles quando o inimigo disparava contra a sua posição.” Ainda que não sendo revelada a identidade do autor desta descrição, ela não surpreende, pois traça um quadro que vários outros combatentes descreveram, designadamente alguns portugueses.
A abordagem da Primeira Grande Guerra nesta obra surge em capítulos alinhados ao ritmo dos anos em que ela decorreu, com títulos que são, eles próprios, uma leitura dos acontecimentos: “1914 – O ano do primeiro tiro”, “1915 – O ano da guerra total”, “1916 – O ano do Somme”, “1917 – O ano da lama”, “1918 – O ano da exaustão”. Cada uma das partes inicia-se com breve cronologia e o restante capítulo é ocupado com o relato de curiosidades e de pormenores sobre o conflito, sobretudo abordando as formas de viver, não só dos combatentes, mas também dos familiares e das populações, numa quase entrada pelo quotidiano de uns e de outros.
Ao longo da obra, o jovem leitor vai tomando contacto com a situação política europeia da época e com a divisão dos Estados participantes na guerra, com a vida militar, com os marcos dessa fase histórica e com muitas curiosidades sobre que se foi construindo o quotidiano. Mas o que predomina no livro, eivado de humor, é o que aflige o homem que combate na Frente (o soldado comum e não as chefias), independentemente do lado por que lute – são os medos, os hábitos, as crenças, os truques para a sobrevivência, com evidência para a necessidade de aprender a viver uma outra vida, assente em condições precárias, de improvisação e de perigo, frequentemente acompanhado pelas ratazanas e pelos piolhos. Simultaneamente, vão aparecendo referências quanto às formas de vida das famílias, quanto ao papel da mulher nesta guerra e quanto à maneira como a sociedade se foi fazendo sobre ausências ao longo de uma guerra que, em vez de ter sido resolvida em três meses (como era esperado no início), se prolongou por quatro difíceis anos.
Alguns testemunhos vão sendo invocados para este rol de informações e de pequenas histórias, intervalando com apontamentos sobre factos ou pormenores das vivências. Mas o mais importante testemunho é uma aprendizagem ou um alerta que surge no epílogo e relembra a história de um jovem soldado alemão que teve a sorte de não ter morrido quando um obus atingiu a trincheira onde ele e os seus camaradas se encontravam, aquando da batalha do Somme. Sobrevivente que foi, com muitos a caírem mortos ao seu lado, esse soldado ficou com leves arranhões na face e viria a marcar – e de que maneira! – a rota do século XX: era Adolfo Hitler. E, quase a concluir, refere Deary: “Houve muitas tragédias na Primeira Guerra Mundial. Quase todas as famílias em Inglaterra, em França, na Alemanha e na Rússia perderam alguém. Em qualquer cidade ou aldeia poderás ver os nomes dos mortos em monumentos de pedra. Muitos dos homens que se alistaram morreram juntos e deixaram as suas cidades natais desoladas. Mas a verdadeira tragédia não foi essa. A coisa mais cruel de todas foi que a Primeira Guerra Mundial não resolveu quaisquer problemas e não trouxe a paz. Conduziu à Segunda Guerra Mundial e a muito, muito mais miséria, morte e destruição.” Na origem deste segundo conflito do século XX esteve o tal soldado que escapou quase ileso da trincheira do Somme…
Esta conclusão do autor é o pretexto para a recomendação pedagógica com que o livro encerra: “A história pode ser horrível. Mas cada um de nós deve descobrir o monumento aos mortos da guerra mais próximo de onde vive, ir lá e ler os nomes. Depois deve dizer ‘Nunca mais’. Se toda a gente disser isso, com sinceridade, então as mortes não terão sido em vão.” Dois apelos, pois: o de respeitar a memória e a obrigação que todos temos de evitar que a paz seja apenas uma utopia.

sábado, 16 de novembro de 2013

Para a agenda - Surrealismo(s) em Portugal, em congresso



"Surrealismo(s) em Portugal", quando passam 60 anos sobre a morte de António Maria Lisboa, é o tema de congresso a ter lugar entre 18 e 22 de Novembro, em sessões que se desdobram pela Fundação Calouste Gulbenkian, pela Casa da Liberdade Mário Cesariny e pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O programa, vasto, pode ser visto aqui. Para a agenda.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Para a agenda: "O poeta da Arrábida" que Sebastião da Gama foi



No 34º aniversário do Coral Infantil de Setúbal, um concerto sobre "O Poeta da Arrábida" que foi Sebastião da Gama, com guião de João Reis Ribeiro e música de Samuel Pascoal. No Forum Luísa Todi, a 23. Os coralistas serão acompanhados pela Banda da Armada. Para a agenda.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Para a agenda: Em busca de Cetóbriga, com Carlos Tavares da Silva



A arqueologia e a ponte entre Setúbal e Cetóbriga. Por quem sabe a história que se nos esconde e que tem de ser cavada. Carlos Tavares da Silva e a localização de Cetóbriga. A 16, na Casa da Cultura, em iniciativa do Centro de Estudos Bocageanos. Para a agenda.

Para a agenda: Teatro no Espaço Fontenova



Várias boas propostas na arte dramática ao longo de todo o mês de Novembro. Para a agenda!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Para a agenda: Manuel Bola, o segundo livro de poemas



Depois que, em 2005, publicou os poemas de Sem amor, eis que Manuel Bola (o actor Carlos Rodrigues) regressa com Poemas a soar a manhã. Na sexta, à noite, com a participação de José Nobre. Para a agenda.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Para a agenda - Ambiente e comportamento humano por José Palma Oliveira


O homem e o ambiente - uma relação para (des)agradar? José Palma falará sobre o assunto no MAEDS, na sexta-feira, 15. O título da palestra alicia: "História do ambiente e comportamento humano: a (in)evitável destruição?" Uma pergunta para todos nós. Para a agenda!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A propósito do Dia do Armistício: Nos campos da Flandres...


Aqui se reproduz o poema "In Flanders fields", do canadiano John McCrae (1872-1918), inicialmente intitulado "We shall not sleep", em memória de todos os que caíram na Primeira Grande Guerra:


In Flanders Fields


In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses, row on row,
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.

We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie,
In Flanders fields.

Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow
In Flanders fields.

domingo, 10 de novembro de 2013

Fernando Madrinha e o negócio do ensino (a propósito de uma reportagem da TVI)


A reportagem da TVI transmitida na semana passada, assinada por Ana Leal e por Gonçalo Prego, sobre o financiamento do Estado ao ensino particular não pode deixar ninguém indiferente. Absolutamente ninguém. Quer pelo que se fica a saber, quer pelas injustiças cometidas, quer pelas questões ideológicas subjacentes ao que está a acontecer, quer pela pobreza de argumentos de muitos dos envolvidos (dados assim como quem assobia para o lado), quer por todos nós, por este Portugal que é o meu país.
Fernando Madrinha, colunista do Expresso, na edição de ontem, acentuou a tónica da "promiscuidade". Vale a pena ler.


sábado, 9 de novembro de 2013

Rostos (193) - "Um grande passo para o homem", de Victor Lages



"Um grande passo para o homem", excerto de mural de mosaicos, por Victor Lages (2001), na Amadora

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ovelhas da Quinta do Anjo e de Palmela



Quando, hoje, circulava de Quinta do Anjo para Palmela, eis que o rebanho ocupava a estradazinha... e foi a oportunidade para a foto imediata.
Lembrei-me do afecto que prendia António Matos Fortuna a estas terras, do que sobre elas escreveu e investigou, do destaque que lhes deu em páginas de ouro. E... por causa das ovelhas e dos pastores, não se esqueceu o historiador Fortuna de chamar à sua terra de Quinta do Anjo a "capital da ovelharia de Entre Tejo e Sado". Lembranças... e saudades!...

sábado, 2 de novembro de 2013

Para a agenda: as histórias que sobre Azeitão contou o padre Manuel Frango de Sousa


Azeitão a nossa terra é o título do livro que vai ser apresentado em 8 de Novembro, pelas 21h30, na sede da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, em Azeitão. Da autoria de Manuel Frango de Sousa (1929-2000), a obra recolhe os textos do boletim com o mesmo nome que o autor, pároco em Azeitão entre 1963 e 2000, foi publicando, policopiado, e distribuindo aos paroquianos com o resultado das investigações que ia fazendo sobre factos históricos ligados a Azeitão.
O livro tem o apoio do mensário Jornal de Azeitão (da Santa Casa da Misericórdia de Azeitão) e da autarquia e a publicação deve-se a um grupo de azeitonenses interessados em preservar as memórias locais e a obra de Manuel Frango de Sousa.
Para a agenda. 

Primeira Grande Guerra com o "Expresso" de hoje



A colecção “Grandes Batalhas da História de Portugal”, que o semanário Expresso tem vindo a oferecer aos leitores desde há sete semanas, chega hoje ao fim, com a obra Grande Guerra 1914-1918, assinada por Aniceto Afonso.
Quando estamos a pouco tempo de começar a assinalar o centenário do início dessa hecatombe, em que Portugal participou, é bom relembrar e contextualizar o que foi a entrada do nosso país no conflito mundial e Aniceto Afonso tem sido um estudioso da questão desde há muito.
Em 120 páginas, temos o essencial, não faltando a notícia do envolvimento de Portugal em África e na Flandres, a história militar, a estratégia, o quotidiano na frente de guerra, as memórias de quem por lá andou, os olhares da política da altura, a história do último fuzilado português, a inevitável batalha do Lys e uma cronologia orientadora no final do volume.
Um bom pretexto para o leitor se encontrar com uma fatia da memória de Portugal.

Para a agenda: Arrábida e Sebastião da Gama em Palmela, hoje



No âmbito do programa de "Recepção à Comunidade Educativa", a Câmara Municipal de Palmela promove, na tarde de hoje, o encontro sobre o Diário e a poesia de Sebastião da Gama, orientado por Manuela Cerejeira, estudiosa da obra do poeta azeitonense.
O momento constitui ainda a oportunidade para a visita à exposição "Arrábida, um Lugar Sagrado", preparada a propósito da candidatura da Arrábida a património mundial. A não perder!

Máximas em mínimas - Katherine Mansfield


Partilho algumas máximas, depois de ler o Diário, de Katherine Mansfield, em tradução de Fernanda de Castro (Col. “Contemporâneos”. Porto: Livraria Tavares Martins, 1944).

Criação – “Serei eu capaz de exprimir algum dia o meu amor pelo trabalho, o meu desejo de perfeição, a minha ânsia de um labor mais consciencioso? Serei eu capaz de dizer esta paixão que sinto – esta paixão que substitui a religião, porque é a minha religião… que substitui a companhia dos outros, porque sou eu que crio os meus companheiros… que substitui a vida, porque é a própria vida? Sinto-me às vezes tentada a joelhar diante do meu trabalho, a adorá-lo, a prostrar-me, a ficar um tempo infinito em êxtase ante a ideia da criação. (31 de Maio de 1919)”
Diário – “Tenho de pôr o meu diário em andamento e depois tenho de conservá-lo em dia. Mas serei eu capaz de ser honesta? Se mentir, esse diário não servirá para nada. (Fevereiro.1921)”
Honestidade – “A honestidade (porque será?) é a única coisa que me parece mais preciosa do que a vida, do que o amor e do que a morte. Só ela permanece. Acreditem-me! Feitas as contas, a verdade é a única coisa que merece ser possuída… A verdade é mais comovente, mais alegre e mais ardente do que o próprio amor… Tudo acaba por nos abandonar mas ela não pode trair-nos. (Setembro de 1919)”
Mal – “Quando um mal está diagnosticado, qualquer demora que atrase o esforço para curá-lo causa um enfraquecimento fatal. (…) Quando se é negligente, as más ervas pululam. (18 de Outubro de 1920)”
Mar – “O mar, aqui, é mar verdadeiro. Encapela-se, levanta-se e torna a cair com um barulho estrondoso, seguido de um longo rolar macio; por vezes, dir-se-ia que tenta escalar o céu e vêem-se os barcos empoleirados nas nuvens como querubins voadores. (22 de Maio de 1918, em Looe, Cournouailles)”
Morte – “Como seria intolerável morrer deixando apenas fragmentos, esboços, nada de verdadeiramente acabado! (19 de Fevereiro de 1918)”
Partir – “Cada vez que abandonamos um sítio qualquer deixamos atrás de nós qualquer coisa de precioso que não deveríamos matar mas que morre. (9 de Fevereiro de 1922)” (Katherine Mansfield. Diário. Col. “Contemporâneos”. Porto: Livraria Tavares Martins, 1944, pg. 256)
Representar – “Todos nós começamos por representar um papel e, quanto mais perto estamos do que desejaríamos ser, mais perfeito é o nosso disfarce. Por fim chega o momento em que já não representamos; este momento pode mesmo colher-nos de surpresa. Então, contemplamos, talvez com espanto, a nossa bela plumagem, que já não é de empréstimo. Os dois aspectos confundiram-se: o primitivo e este; representar, agora, é agir. (24 de Novembro de 1921)”
Ser – “Para fazermos seja o que for, para sermos seja o que for, precisamos de ser inteiros, de fortificar a nossa fé. Um ser desunido não pode fazer nada de jeito. (1 de Fevereiro de 1922)”
Sofrimento – “Não há limites para o sofrimento humano. Quando se pensa ‘Agora toquei o fundo do abismo, agora não posso descer mais fundo…’ – eis que descemos mais, ainda mais e assim até ao infinito. (…) O sofrimento não tem limites, é a própria eternidade. (…) O sofrimento pode ser vencido. (…) Temos de nos submeter. De não resistir. De o acolher. De nos deixarmos submergir. De o aceitar plenamente. De fazer da dor uma parte da vida. Tudo o que na existência verdadeiramente aceitamos sofre uma transformação. Assim, o sofrimento deve transformar-se em amor. (14 de Dezembro de 1920)”