sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Espírito de Natal - Uma mensagem da Caritas



Partilho mensagem recebida de Eugénio Fonseca, presidente da Caritas Portuguesa, pelo que contém de espírito de solidariedade e de sinal dos tempos. Entremos na onda, fazendo Natal.

Caríssimo/a,
Esta é uma época do ano em que todos e todas estamos mais sensíveis a valores humanos tão importantes para um mundo mais humanizado. Independentemente das convicções de cada um/a, este é um tempo em que vale a pena fazer alguma coisa por esta imprescindível humanização. Sabemos que deveria ser um modo de estar ao longo de todo o ano. Porém, há que aproveitar estes momentos fortes para despertar consciências. A solidariedade, a justiça, a paz são uns desses valores mais propalados na época do Natal. Não é preciso ser cristão para reconhecer a urgência da opção a fazer por eles. Este é um ano muito especial:
- Pelas guerras que teimam em não terminar. O que se está passar na Síria não pode deixar ninguém indiferente;
- os riscos que a União Europeia está a correr por se ter vindo a esquecer dos valores que a fundaram:
-……..
O mais preocupante é a guerra na Síria.
Para que o nosso Natal seja verdadeiro e o próximo ano mais impregnado de paz, venho convidar toda a gente de boa vontade a, no dia 24, a partir das 20h00, colocarem uma vela acesa numa das janelas de suas casas. Peço a colaboração de todos e todas para que mais gente adira a esta corrente simbólica, mas consciencializadora, da necessidade urgente de paz para a Síria. Difundam este apelo através das redes sociais, motivem colegas de trabalho ou de escola, familiares, amigos e coloquem este pedido nas caixas de correio dos  vizinhos. Motivem quem contatar a fazer o mesmo, reencaminhando, igualmente, esta mensagem. Se puder ser uma vela da Cáritas, este gesto tornar-se-á solidariedade efetiva, dado que uma parte da verba angariada irá para as famílias refugiadas na Grécia.    
A todos e todas, em particular, e às famílias deixo os votos de paz e bem. Leiam, por favor, o cartão anexo.
Obrigado por se juntarem a esta corrente solidária.
Eugénio Fonseca

Boas Festas!



sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A carta de Salvador Peres ao Menino Jesus



Partilho aqui uma muito interessante “Carta de Natal”, dirigida ao Menino Jesus, devida a Salvador Peres (n. 1954), setubalense, músico e animador cultural, além de escritor com os seguintes títulos publicados: A Vingança da Ferramenta (1991), O Armazém de Palavras (2000), A Travessa dos Bispos Escarlates (2012) e, em co-autoria com João Coelho, Está alguém desse lado? (2016). A carta foi publicada ontem no facebook. Vale mesmo a pena ler, porque vale muito a pena pensar.


menino.jesus@belem.com

Querido Menino Jesus,
Dirijo-me a ti neste especial momento em que estás prestes a nascer pela enésima vez (Natal oblige). A tua santa mãe, coitada, há dois mil anos que não faz outra coisa se não dar à luz. E o teu pai terreno, que santo homem e que infinita paciência tem, velando, debruçado sobre a manjedoura, esperando o Esperado: tu. E o burro e a vaca, pachorrentos e santarrões, bufando no esforço de produzir o calor que precisas para não sentir as agruras desse Inverno da Palestina. A Palestina, a Palestina … que lugar para nasceres, criatura divina! Um dia, nem as pedras nem o pó persistirão, tal não é o ardor do ódio. Há dois mil e tal anos, meus Deus e teu Pai, que a coisa se repete num cenário que resistiu ao tempo e não mudou. E a coisa está para durar, dois mil anos ou mais.
A esta hora, já vêm a caminho os Reis Magos e os pastores, estremunhados, quase que estão adivinhando na alvorada o Teu divino nascimento. Está tudo a postos. O Mundo já sabe quem és e o que representas, mas finge que não sabe de nada, à espera que nasças e que tudo se faça a preceito. Paz, amor, esperança, alegria, felicidade, eis o que todos esperam da quadra. Tanta gente na expectativa, todos debruçados sobre a manjedoura, como teu santo terreno pai, José, e o Outro, espreitando, quieto, lá em cima, deixando tudo como está, para não estragar a festa.
O Presépio está a postos, falta nasceres. A tua representação já lá está. Deitado nas palhinhas, ou nas palhinhas deitado, consoante e conforme dê jeito à rima. Falta nasceres, cumprires a tradição, formalizares o acto e descansares os espíritos de milhões de cristãos, novos e velhos, mais e menos crentes, menos ou mais tementes a Deus teu Pai. Gente que espera que nasças as mais das vezes porque sim, porque acreditam que em tu nascendo o sol não lhes faltará no raiar de todas as manhãs.
Salvador (não o de Belém) Peres

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Tróia e a subida do nível do mar



O testemunho de Tróia na subida do nível do mar nas páginas do Público de hoje (13.Dez.2016, pg. 26).

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Memória - Manel Bola, aliás Carlos Rodrigues (1944-2016)



Caro Manel Bola,
Não sei como te agradecer o tempo de amizade que me dispensaste.
Fico-te grato pela tua disponibilidade; pela tua boa disposição; pela tua erudição quanto a teatro, quanto a poesia; pela tua forma de estar, comprometida com toda a gente, sempre aberto e franco, sempre sorridente; pelos encontros múltiplos que tivemos aqui e ali, em sessões culturais, no mercado do Livramento, na rua, ao telefone, por email ou por redes sociais; pelo encontro adiado para, mais uma vez, dizeres poesia aos meus alunos (era para ser no ano lectivo passado, mas passou para o calendário deste ano); pela tua transparente colaboração nas actividades para que te convidei; por tudo o que não sei dizer.
A esta hora, deves estar na maior com o Jasmim, o nosso Miguel de Castro, poeta e amigo. E com o Fernando Guerreiro, poeta, actor e amigo, também. Dá-lhes um abraço. 
Por cá, deixas-nos saudades. Muitas! Vou lembrar-te com esta fotografia que está em O Setubalense de hoje. Mas também poderia ser com aqueloutra que a lente do Maurício Abreu registou...
Obrigado por tudo! Um abraço sentido e... até um dia!