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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Entre o Forum Luísa Todi e o Cinema Charlot, em Setúbal

Na edição de O Setubalense de hoje, António Elias, na sua rubrica "Conversas de Café", clama pela normalidade, num desabafo que muitos setubalenses perfilharão: é a urgência de Setúbal ter (de novo) o Forum Luísa Todi em funcionamento, condição mínima, determinante e essencial para algum ritmo na vida cultural da cidade. Chega a ser deprimente ver as instituições culturais da cidade arrastarem-se nos seus projectos porque não há uma sala de espectáculos em Setúbal! E, já agora, quanto ao cinema Charlot, será de pensar na atribuição àquele espaço do nome de Mário Ventura, como tão bem sugeriu Luís Souta no Encontro de Estudos Locais do Distrito de Setúbal, que teve lugar no final da semana passada.
Aqui fica o excerto do jornal a que faço referência:

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Hoje, no "Correio de Setúbal"

Diário da Auto-Estima – 98
Perdidos – Na recepção de um parque de diversões destinado a famílias, surge uma inscrição sobre fundo metálico a dizer: “Pais perdidos, perguntem aqui pelas vossas crianças.” Assim, de repente, parece que o mundo se inverte: pais perdidos? Exactamente. A frase envia os leitores em várias direcções: num tal parque, todos os utilizadores se confrontam com a criança que há dentro de si e vão atrás dos apelos da fantasia; a infância define a sua orientação no parque; aquele que não se envolver com uma dose de infância qb sentir-se-á perdido; os pais devem andar atentos aos filhos e por isso ser responsabilizados. Assim, não serão as crianças que se perdem, mas os progenitores. Pelo menos, do ponto de vista emocional e da responsabilização. O mundo, numa tal situação, ficará, de facto, ao contrário. Mais vale não experimentar!
Estacionamento – Em Setúbal, no troço da Avenida Luísa Todi entre o mercado e o quartel do 11, em ambos os sentidos, o automóvel perdeu lugares de estacionamento, seja pela configuração atribuída ao novo estacionamento e ao arruamento, seja pela quantidade de lugares privados atribuídos. Neste tipo de decisões, se era pretendido que lá não houvesse carros, que se assumisse isso, transformando a Avenida em lugar de passagem apenas. Ir à “baixa” da cidade e frequentar o seu comércio tornou-se mais complicado. Não admira, pois, que a movimentação das pessoas se faça noutras direcções…
Dicionário – O leitor já imaginou as implicações sociais e culturais de um dicionário? Já pensou que o próprio conceito de definição sofre os efeitos dos tempos? O que diria de um dicionário que lhe definisse “acordar” como “tornar a cogitar acabando o sono”, “bigode” como “duas torcidas da barba”, “bilha” como “vaso que faz o som bil bil no vasar”, “cabra” como “animal de pêlo”, “carneiro” como “ovelha macha”, “cuecas” como “panos do cu”, “gaiola” como “vaso furado para ter pássaros”, “macaco” como “animal de trejeitos delirantes”, “vértebra” como “dobradiças das costelas” ou “vertigens” como “rodadura do cérebro”? Pois esse dicionário existe. Deixo a sua história para a próxima crónica, porque espaço é coisa que não sobra por estes lados…