No Público de hoje, há duas "Cartas ao Director" que transcrevo, relacionadas com o que se vive nas escolas.
A primeira é assinada pelo professor jubilado do IST António Brotas, que sobre a avaliação dos professores, diz: “Uma má avaliação dos professores pode comprometer o futuro educacional do país por um larguíssimo período. É este o risco que corremos. Uma avaliação que tem a oposição da esmagadora maioria dos professores está certamente errada. Infelizmente, as oposições e os sindicatos empenharam-se em combater as propostas do Governo em vez de apresentarem propostas alternativas que, se fossem seriamente pensadas e debatidas, seriam certamente aceites de um modo consensual.”
A segunda é subscrita por Miguel Alves e questiona a facilidade com que o poder pode fazer mudanças, assim como a consistência de muitas delas: “Se analisarmos cuidadosamente, teremos de concluir que, no ensino básico e secundário, foram poucos os diplomas e as ‘reformas’ da responsabilidade da actual equipa do Ministério da Educação que não tenham tido a discordância dos professores e da comunidade educativa de um modo geral. A ideia de que essa resistência da classe docente se justifica por uma correcta política do Governo de afronta a interesses corporativos instalados parece-me que tem cada vez menos apoiantes. Na verdade, cada vez mais gente começa a acreditar que essa constante afronta à classe docente apenas esconde a ausência de uma ideia estruturada de política para a educação e uma incapacidade de criar um ambiente construtivo e qualificado de trabalho. Será que a actual maioria parlamentar, que sustenta este Governo, está convencida de que as ‘reformas’ que se estão a propor ou a tentar implementar são correctas e têm alguma hipótese de durabilidade? Será que estão convencidos de que terão uma maioria eterna? Se não queremos que a educação pública esteja em constantes sobressaltos e reformulações ao sabor das pequenas vontades e de maiorias circunstanciais, se achamos que é importante a existência de um ensino público e queremos um sistema de educação público prestigiado e exigente, então chegou o momento de exigirmos a criação de um corpo legislativo que regule o ensino básico e secundário público, apoiado por uma maioria qualificada de deputados eleitos para a Assembleia da República, e, de preferência, que a Constituição obrigue a que qualquer alteração desse corpo legislativo necessite do voto de igual maioria qualificada.”
A segunda é subscrita por Miguel Alves e questiona a facilidade com que o poder pode fazer mudanças, assim como a consistência de muitas delas: “Se analisarmos cuidadosamente, teremos de concluir que, no ensino básico e secundário, foram poucos os diplomas e as ‘reformas’ da responsabilidade da actual equipa do Ministério da Educação que não tenham tido a discordância dos professores e da comunidade educativa de um modo geral. A ideia de que essa resistência da classe docente se justifica por uma correcta política do Governo de afronta a interesses corporativos instalados parece-me que tem cada vez menos apoiantes. Na verdade, cada vez mais gente começa a acreditar que essa constante afronta à classe docente apenas esconde a ausência de uma ideia estruturada de política para a educação e uma incapacidade de criar um ambiente construtivo e qualificado de trabalho. Será que a actual maioria parlamentar, que sustenta este Governo, está convencida de que as ‘reformas’ que se estão a propor ou a tentar implementar são correctas e têm alguma hipótese de durabilidade? Será que estão convencidos de que terão uma maioria eterna? Se não queremos que a educação pública esteja em constantes sobressaltos e reformulações ao sabor das pequenas vontades e de maiorias circunstanciais, se achamos que é importante a existência de um ensino público e queremos um sistema de educação público prestigiado e exigente, então chegou o momento de exigirmos a criação de um corpo legislativo que regule o ensino básico e secundário público, apoiado por uma maioria qualificada de deputados eleitos para a Assembleia da República, e, de preferência, que a Constituição obrigue a que qualquer alteração desse corpo legislativo necessite do voto de igual maioria qualificada.”
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