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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Exames do Ensino Secundário: o rol dos "culpados"

«"Menos investimento, menos trabalho e menos estudo" do lado dos alunos, comentou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues,a propósito dos resultados no exame de Matemática A, realizado por 38.303 estudantes. A média dos alunos internos (os que frequentam as aulas todo o ano lectivo, que são a maioria) desceu de 14 para 11,7 e a percentagem de retenções mais do que duplicou (de sete para 15 por cento), o que, segundo a ministra, se deve à difusão, pela comunicação social, "da ideia de que os exames eram fáceis". Em conferência de imprensa, o secretário de Estado Valter Lemos alargou o leque de responsáveis, juntando a Sociedade Portuguesa de Matemática e "partidos e pessoas com responsabilidades políticas". "É um desincentivo ao estudo e ao trabalho", sublinhou.»
Público: 08.Julho.2009

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Da Matemática, com Ron Aharoni

Ron Aharoni é professor universitário ligado à Matemática. O problema do ensino desta disciplina levou-o a optar por leccioná-la a alunos do 1º ciclo a fim de chegar a algumas conclusões. Passou por Portugal a propósito de um colóquio que a Fundação Gulbenkian está a promover sobre o ensino da Matemática. O Público entrevistou-o e na conversa há verdades que deveriam saltar para a vida…
O QUE É A MATEMÁTICA – «(..) Antes de mais, é preciso perceber que a Matemática é sobre coisas concretas e que a abstracção vem depois. Outro segredo importante é que a Matemática deve ser aprendida por etapas e nenhuma deve ser deixada para trás, porque se isso acontecer não vamos conseguir compreender o que se segue. (…)»
MANUAIS ESCOLARES - «(…) O principal caminho para ensinar os professores é através dos bons manuais escolares. Os manuais que existem vão na direcção errada, porque promovem actividades divertidas e a aprendizagem fica perdida. O problema é que os livros saltam etapas ou seguem teorias modernas. O que é preciso é que os manuais reflictam a Matemática, a sua essência, o que é e não teorias. (…)»
DIVERTIR OU COMPREENDER - «(…) as crianças não precisam de estar divertidas, elas precisam de compreender e só se o fizerem é que aprendem a gostar. A Matemática não tem que ser divertida, mas compreendida. (…)»
TABUADA - «(…) Se cada vez que queremos escrever uma carta tivermos que pensar como é que se juntam as letras... Para a Matemática o raciocínio é o mesmo: é preciso ter automatismos e a tabuada é essencial. Os pais podem ajudar os filhos a aprender, por exemplo, a dizê-la de trás para a frente. (…)»
EXACTIDÃO NAS FORMULAÇÕES - «(…) Outra coisa muito importante e que sempre ensinei aos meus três filhos é: ser preciso nas formulações, dizer correcta e claramente o que se quer dizer, nunca deixar os outros adivinharem o que se quer dizer, mas usar as palavras certas. (…)»
CALCULADORAS - «(…) Calculadoras? Atirem-nas para o lixo! Houve revoluções terríveis na escola e essa foi uma delas. Fazer cálculos é muito importante e não é uma coisa estúpida ou inútil, e que, por isso, se deve recorrer à máquina. Fazer cálculos significa compreender o sistema decimal. Usar uma calculadora na aula de Matemática é como pôr os alunos a conduzir automóveis em vez de correrem na aula de Educação Física. Quando pergunto a um aluno quanto é 10+10 e responde, mas precisa da calculadora para saber quanto é 10+11, então, ele não compreendeu qualquer coisa quando aprendeu, que precisa de saber e não é com o recurso à máquina que aprende. (…)»
PROFESSORES E COMPUTADORES - «(…) Sabemos que o cérebro das crianças é completamente diferente e que trabalha muito rapidamente. Se elas podem aprender com o computador? Todas as tentativas feitas até hoje nesse sentido falharam. Não sei se porque as crianças preferem brincar no computador do que trabalhar... Penso que no 1.º ciclo o contacto com o professor é o mais importante. (…)»

domingo, 12 de outubro de 2008

Marçal Grilo e algumas amarguras na educação

A propósito da Futurália (Feira da Juventude, Qualificação e Emprego), que vai ter lugar em Lisboa entre 10 e 13 de Dezembro, Marçal Grilo, que preside à Comissão Consultiva do evento, teve entrevista publicada no Expresso de ontem, no suplemento “Emprego”.
Respondendo à questão sobre as áreas que lhe causam maior preocupação no panorama educativo, disse: “Preocupam-me alguns currículos nos cursos de formação de professores. Devíamos ter uma componente, designadamente para os professores dos primeiros anos de escolaridade, com maior incidência na componente científica. Além disso, verifica-se também um grande afastamento em áreas como a Matemática, as Ciências e as Tecnologias. E esta é uma matéria muito sensível porque temos alguns desencontros estruturais a este nível. Precisamos de mais gente nas áreas de tecnologia, ciências e engenharia. Preocupa-me também a atitude que muitos compatriotas têm em relação à escola. Eles não olham para a escola como algo que possa ser relevante para o futuro dos seus filhos, como um instrumento de aprendizagem, mas mais no sentido de a ultrapassar. Preocupam-se sobretudo que os miúdos passem e não tanto com o que eles sabem. Confesso que me inquieta também uma certa deterioração das relações entre os vários parceiros. Já o disse publicamente e faço votos para que este clima não regresse, pois isso reflecte-se no ambiente vivido nas escolas e quem sai prejudicado são as crianças e os jovens.”
Mais adiante, falando sobre o sucesso, essa palavra mágica que parece resolver todos os problemas do universo e que parece ser o único objectivo a atingir pela sociedade, considerou o ex-Ministro da Educação: “É preciso também perceber o que se pretende com o sucesso nas escolas. Para mim, o sucesso traduz-se nos alunos saberem mais, terem maior consciência das suas capacidades e uma atitude diferente perante o mundo e a sociedade.” O facto de 60% da população portuguesa ter o máximo de seis anos de escolaridade mereceu-lhe o seguinte comentário: “Isso é uma falha terrível que não fomos capazes de equacionar depois do 25 de Abril. A minha geração vai ficar aqui com um peso na consciência por não ter sido capaz de motivar os jovens para a educação. Houve muita euforia mas faltou isto. Não é admissível que tenhamos estas taxas de insucesso e de abandono escolar.”

sábado, 11 de outubro de 2008

Hoje, no "Correio de Setúbal"

Diário da Auto-Estima – 87
Dia Mundial do Professor – No dia 5 de Outubro passou o Dia Mundial do Professor com o lema, proposto pela UNESCO, de “eles contam”. Da mensagem desta organização destaco dois princípios: 1) “Ao longo do processo de elaboração das políticas, é essencial garantir o diálogo social entre as partes, nomeadamente entre os decisores, os professores e as suas organizações. O diálogo social contribuirá para criar um consenso e um sentimento de apropriação a nível nacional, tendo em vista uma maior eficácia na adopção de políticas relativas aos professores”; 2) “É necessário que o papel dos professores na promoção de uma educação de qualidade para todos seja claramente definido e expresso em políticas encorajadoras da constituição de um corpo docente motivado, estimado e eficaz”. A gente lê e pensa que esta é uma mensagem vinda de algum paraíso… aliás, tão distante e inacessível que por cá quase não se falou do Dia Mundial do Professor. Bem sei que temos o nosso feriado nesse dia, mas esse não pode ser motivo para ofuscação, mesmo porque sabemos qual tem sido a preocupação republicana com a educação, pelo menos no ideário… A propósito, poderia ser visto se o ambiente que se vive entre professores nas escolas neste momento é tão propício a esta apropriação defendida pela UNESCO, a esta partilha de responsabilidades na causa educativa…
Matemática e Língua Materna – Afinal, não é só por cá que a língua materna e a matemática constituem o calcanhar frágil da educação. Em Inglaterra, por exemplo, passa-se o mesmo e, que se saiba, a língua materna de lá não é o português e também consta que a gramática inglesa é mais fácil do que as gramáticas das línguas latinas… Quem falou sobre esta dificuldade em Inglaterra foi o Secretário de Estado da Educação Jim Knight, há dias, em Lisboa: “A Matemática e o Inglês são as disciplinas onde os alunos têm maiores dificuldades. Aos 11 anos, há muitos alunos com dificuldades na leitura e na escrita, o que não pode ser.” Também aqui valeria a pena haver algum estudo para se detectar até que ponto as facilidades têm contribuído para as dificuldades de duas áreas que são essenciais ao ser humano – o raciocínio e a língua.
Pluralismos – Curiosa, muito curiosa, a noção de pluralismo que grassa no Partido Socialista. Há dias, Alberto Martins dizia que tinha sido decidida a disciplina de voto na bancada do seu partido quanto ao casamento entre indivíduos do mesmo sexo. Mas, para que não se ficasse a pensar que o pluralismo não existia, foi também explicado que um deputado que já liderara a respectiva juventude partidária tinha liberdade de voto, em virtude de já ter sido o rosto da questão. E, para que não houvesse dúvidas, esta excepção foi explicada como sendo uma prova do pluralismo dentro do partido. Ficam-me sempre dúvidas: quem impõe a disciplina de voto? até que ponto se disciplinam por igual as diferentes consciências? porque é que para decidir coisas das vidas privadas tem que haver disciplina de voto?
António Matos Fortuna – Já há tempos disse ser António Matos Fortuna uma das personalidades regionais que mais admiro. A caminho dos 78 anos, Matos Fortuna deixou o nosso convívio em Março passado. Ficou a memória do historiador local, do curioso inexcedível, do amigo sincero, do lutador incansável. Ficou a memória da genuinidade feita pessoa, da disponibilidade e partilha feitas momento, da simplicidade e do saber feitos caminho. Foi, por isso, com muita alegria que soube que o Grupo dos Amigos do Concelho de Palmela está a promover, com outras associações, a construção de um busto que lembre António Matos Fortuna, a ser erigido na sua terra, Quinta do Anjo, com data marcada para 1 de Novembro, também dia de festa na aldeia. Este gesto está aberto à colaboração de quem queira, pois existe subscrição pública para o efeito. António Matos Fortuna, que me honrou sendo meu amigo e deixando que fosse seu amigo, bem merece esta distinção!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Em terras de Sua Majestade, sobre educação...

Jim Knight, Secretário de Estado da Educação do governo britânico, está em Portugal, onde veio para uma conferência intitulada “As Crianças no Centro da Educação - A reforma educativa em Inglaterra” e para se inteirar do Plano Tecnológico na Educação. No suplemento “P2” do Público de hoje, há uma curta entrevista em que se fala do papel da inspecção, da avaliação das escolas, dos rankings, das tecnologias na educação, do papel dos pais, das relações das escolas com as autarquias e de dificuldades várias. Transcrevo três recortes.
Ser professor – “Actualmente, a profissão de professor está na tabela das dez melhores, das mais reconhecidas. E muitos dos licenciados que saem do ensino superior querem seguir esta profissão. Em termos de recursos humanos, criamos a figura do assistente do professor. São pessoas com formação para trabalhar em sala de aula, o que liberta os docentes de algum trabalho mais burocrático, de maneira a que se dediquem apenas ao ensino, porque ficam com mais tempo para ensinar. Existem já 13 mil assistentes.
Matemática e Língua Materna – “A Matemática e o Inglês são as disciplinas onde os alunos têm maiores dificuldades. Aos 11 anos, há muitos alunos com dificuldades na leitura e na escrita, o que não pode ser.
Pais na Escola – “Também temos escolas que estão a ser construídas em parceria com o movimento cooperativo, onde os pais estão mais envolvidos na gestão das escolas. Mas os pais não querem criar escolas, poucos são os que o querem, os pais querem é que a escola que escolheram seja boa.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

As facilidades que não facilitam, com a Matemática de permeio

Mais uma vez, a Matemática, agora com a facilidade excessiva dos testes que foram produzidos pelo Ministério da Educação! José Manuel Fernandes, no editorial de hoje do Público (para ler, clicar sobre a imagem), fala sobre o assunto e compara com o que se passa num país mais a norte… Não há dúvida de que se está no caminho do sucesso, pelo menos daquele sucesso que significa que muitos alunos transitam, mas que deixa dúvidas quanto à credibilidade desse transitar. Curiosamente, os alunos, mesmo no ensino básico, vão dizendo: “ó professor, este teste foi muito exigente!”. Duvido que, com isso, queiram apenas metaforizar a dificuldade; também têm um grão de saber que lhes permite pensar que as facilidades são madres de muitas inutilidades! E sei que eles têm razão. (declaração de interesses: não sou professor de Matemática, mas sempre tenho dito aos meus alunos que o estudo é um direito, um dever e um valor e que, de facto, a Matemática e a Língua Materna são disciplinas fundamentais para o crescimento intelectual de cada um.)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Matemática em boa conta...

Há uns tempos, vários “mails” foram gastos para a circulação de uma análise a um suposto exercício aritmético mal resolvido. Transcrevo, com o atraso necessário, essa história. Perante a soma resolvida de “6+7=18”, o autor da anedota escrevia, quanto ao item “Análise”: “A grafia do número seis está absolutamente correcta; o mesmo se pode concluir quanto ao número sete; o sinal operacional + indica-nos, correctamente, que se trata de uma adição; quanto ao resultado, verifica-se que o primeiro algarismo (1) está correctamente escrito e corresponde ao primeiro algarismo da soma pedida; o segundo algarismo pode muito bem ser entendido como um três escrito simetricamente – repare-se na simetria, considerando-se um eixo vertical! Assim, o aluno enriqueceu o exercício recorrendo a outros conhecimentos... a sua intenção era, portanto, boa.” O texto continuava com o segundo item, designado como “avaliação” [que o executor da operação obteria]: “Do conjunto de considerações tecidas nesta análise, podemos concluir que: a atitude do aluno foi positiva, ele tentou; os procedimentos estão correctamente encadeados, os elementos estão dispostos pela ordem precisa; nos conceitos, só se enganou (?) num dos seis elementos que formam o exercício, o que é perfeitamente negligenciável; na verdade, o aluno acrescentou uma mais-valia ao exercício ao trazer para a proposta de resolução outros conceitos estudados – as simetrias... –, realçando as conexões matemáticas que sempre coexistem em qualquer exercício... Em consequência, podemos atribuir-lhe um EXCELENTE e afirmar que o aluno... PROGRIDE ADEQUADAMENTE!!!”
Obviamente, esta história não vale mais do que o ser uma boa caricatura de muitas teorias que minaram a educação, um bom exagero do “eduquês” e da sua aplicação. Mas, enquanto caricatura – é para isso que ela existe –, cada leitor percebe perfeitamente o que se quer dizer e o que se pretende veicular…
Vem isto a propósito do tema que José Manuel Fernandes trouxe para o editorial do Público de hoje: a questão da Matemática e de uma anunciada “revolução” no seu ensino na América. Não sendo professor da área, reconheço que, enquanto aluno, me deixei levar, muitas vezes, pelo fascínio da Matemática e ainda hoje não compreendo que os jovens (e muitos colegas) olhem a Matemática como algo tenebroso e medonho. Tenho tentado provar aos meus alunos que o estudo da Matemática e da língua são contributos essenciais para o quotidiano, assim como lhes tenho dito que não alinho na versão pirata de que… quem é bom em línguas não é bom em Matemática, ideia muito apregoada, infelizmente. Aliás, a comprovar o contrário deste aforismo bacoco está o facto, por estes dias divulgado, da jovem que foi premiada nas Olimpíadas de Matemática e que já tinha sido premiada, no ano passado, no concurso de língua portuguesa que o Expresso tem promovido…
Transcrevo, então, a parte que me interessa do editorial do Público: «Em Setembro de 2004, estava eu de férias, ia-me dando um colapso quando olhei para a manchete do PÚBLICO (honestamente, devo confessar que não foi a primeira nem a última vez, mesmo sem estar de férias). Cito de memória o título: "Sócrates ganha PS com mais de dois terços dos votos"; e o texto: "Sócrates deverá ter recolhido mais de 75 por cento dos votos..."
Sucede que dois terços corresponde a 66,6 por cento, enquanto 75 por cento é igual a três quartos. Esta evidência não chocou muitos dos meus colegas quando, logo na segunda-feira seguinte, regressei ao trabalho. A maioria não tinha dado pelo erro. De resto, julgo que nem um só leitor protestou. E isso deixou-me desesperado: não ter a mínima ideia do valor real de uma fracção, ou de uma percentagem, afligiu-me. Mas a verdade é que pouco podia fazer a não ser recomendar que se utilizassem títulos mais fáceis de entender. Como, por exemplo, "Mais de três em cada quatro militantes do PS escolheram Sócrates". Num país de tão dramática iliteracia aritmética (já nem falo de iliteracia matemática...), assim ao menos far-nos-íamos entender.
Conto este episódio porque ontem me chamaram a atenção para um documento que, espero, já deve estar entre os papéis que Maria de Lurdes Rodrigues meteu na mala para ir lendo nos seus (eventuais) tempos livres destas férias: o relatório sobre o ensino da Matemática que os melhores especialistas dos Estados Unidos entregaram, no passado dia 13, ao departamento federal de Educação. Lá, como cá, a iliteracia matemática é um problema nacional. Só que lá entregaram a um painel de excepcional qualidade (os documentos podem ser consultados em
www.ed.gov) a análise do problema e a formulação de sugestões.
Os documentos são demasiado ricos para serem sintetizados neste espaço, mas devo dizer que não pude deixar de recordar o episódio atrás relatado quando, entre as conclusões síntese, li a seguinte frase: "O conhecimento de fracções é a mais importante competência que não se encontra devidamente desenvolvida entre os estudantes americanos" (e os jornalistas portugueses, acrescentaria eu).
Só que, para além de saberem lidar com fracções, e entenderem intuitivamente a que correspondem, o painel considerou fundamental que os estudantes americanos de Matemática deviam ter um conjunto de competências solidificadas de acordo com o grau de ensino, evitando regressar, e regressar, a conceitos básicos ano após ano; que a aritmética simples (como a malfadada tabuada) devia ser decorada, por forma a que existisse uma memória "viva" que os ajudasse a resolver problemas mais complexos; nenhum estudante deve terminar o oitavo ano sem ter aprendido os conceitos fundamentais da álgebra, saber resolver equações lineares e quadráticas, funções, polinómios, cálculo combinatório e de probabilidades.
Ou seja: acabe-se com as facilidades e regressemos ao essencial. De nada serve ter um computador ou uma máquina calculadora sofisticada à mão se não soubermos raciocinar. E nunca conseguiremos raciocinar se não compreendermos, sem um milésimo de segundo de hesitação, que dois terços e 75 por cento correspondem a valores diferentes. (…)
E o pior é que somos capazes de acabar a preferir a máquina calculadora à tabuada, na ilusão de que podemos inventar uma roda melhor do que a roda...
»
Obviamente, concordo e aplaudo. Mesmo porque é preciso ressuscitar a ideia de que a memória tem um papel fundamental e não faz adoecer quem a pratica. Traumático será ficar-se com a memória de que nos ensinaram a não memorizar nada!...