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terça-feira, 5 de julho de 2011

"O fim das humanidades e o início da crise humanitária", de Inês Silva

"O fim das humanidades e o início da crise humanitária" é o título de um artigo de opinião, assinado por Inês Silva, docente na Escola Superior de Educação de Santarém, publicado no Correio da Educação, que põe o dedo na ferida dos tempos que correm. Provavelmente, muitos leitores assinariam o teor deste artigo... tanta é a verdade que nele jorra, infelizmente para os tempos de hoje!
O texto pode ser lido na íntegra se vier até aqui.

«(...) A que se deve este desinvestimento e este desinteresse (quase repúdio) pelas humanidades?
Em primeiro lugar, pelas várias ideias estereotipadas que se foram criando (e confirmando, de certa forma) de que as humanidades, por si só, não dão emprego a ninguém. Em segundo lugar, pelo sentimento de «perda de tempo» no trabalho gasto com um romance, um ensaio, uma antologia de poemas, um achado arqueológico, um facto linguístico, uma forma diferente de ver o mundo. Finalmente, pelo enorme prestígio social que certas profissões hoje em dia têm, como a de médico (porque escasseiam) ou a de gestor de uma multinacional (porque ganham muito), que contrastam, e bastante, com a de historiador ou a de professor, por exemplo. (...)
Postas as humanidades nas prateleiras das bibliotecas mais antigas, dá-se o início inevitável de uma crise humanitária. Sem a leitura, sem a reflexão, sem o pensamento associado ao que fomos, para onde vamos, quem somos, o que queremos, o que é a paz, a guerra, o amor, a vontade, a esperança… transformamo-nos em autómatos. Isto é, desprezando o conhecimento histórico, filosófico, literário, social, o homem deixa de ser criativo, deixa de ser empreendedor, deixa de querer ser independente do Estado, deixa de ser solidário, deixa de conhecer o mundo onde vive, deixa de pensar, deixa de ser competente a ler o que os outros escrevem, a ouvir o que os outros lhe dizem, a escrever as suas opiniões…
Deixa de se amar a si, deixa de amar os outros… deixa de ser homem.»
Inês Silva. Correio da Educação: nº 382, 30.Jun.2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ridícula forma de chegar ao fim

Uma senhora desaparece, vizinhos e familiares dão pela ausência e queixam-se da falta. Não é conseguida autorização para entrar na casa da dita senhora. Nove anos depois, descobre-se que a senhora estivera morta dentro de casa durante todo esse tempo. Com ela, estão também mortos os seus animais de estimação.
Isto aconteceu no Portugal que conhecemos, nos tempos que correm, lá para os lados da linha de Sintra.
No último episódio deste romance, a casa em que jazia a senhora foi penhorada pelo fisco e foi vendida por uma alegada dívida fiscal de cerca de mil e quinhentos euros. Segundo o Público, o Ministério das Finanças, ao confrontar-se com o insólito desta situação, garantiu que “a Administração Fiscal actuou sempre dentro da legalidade e com o zelo e a prudência aconselhados pelas várias circunstâncias”. Augusta Duarte Martinho, assim se chamava a senhora, completaria 96 anos neste Fevereiro, mas estava morta desde 2002! Ali, no seu apartamento, no meio da turbulência da cidade!...
História exemplar que dará um bom filme. Um bom e tétrico filme! E um bom retrato do que vale hoje uma pessoa… Muito pouco ou nada, perante o cavalgar de uma civilização que vai matando o que pode haver de humanidade, que vai esquecendo que o ser pessoa devia ser o mais importante!
Triste sociedade, mais tristes tempos, deplorável onda de desumanidade! Tudo num tempo em que há “dia dos vizinhos”, “apoios à terceira idade”, discursos sobre a solidão, voluntariado, verificações e “provas de vida”! Tudo num tempo em que até o ser humano se torna ridículo!
“A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e derradeira surpresa da natureza humana.” Disse-o Machado de Assis em 1881, quando escreveu a história de Brás Cubas. Não se aprendeu e chegou-se à morte ridícula!...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Paulo Guinote - A educação entre as grandezas e a humanização

Paulo Guinote. "A educação: uma questão de grandeza?". Diário de Notícias: 12.Julho.2010