quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

"Tristeza"

Chama-se "Tristeza", é assinado por Maria João Teles e pode ser lido na íntegra aqui. Mais coisa, menos coisa, creio que será o sentimento de muitos professores, sobretudo daquelas pessoas que abraçaram a educação e o ensino como causa, como convicção, como vida, como arte. E sem circo, sem representação, sem "faz-de-conta", sem carreirismo, sem burocracia, sem "lobbies". Vale a pena lê-lo na íntegra, vale. Subscrevê-lo-ia.
"(...) Pela primeira vez, questiono a sabedoria da escolha que fiz relativamente à minha profissão.
Escolha consciente, diga-se em abono da verdade...a culpa foi toda minha, ninguém me obrigou e pessoas avisadas bem me alertaram.
Mas, também existiam outras que pensavam de forma diferente.
Relembro nomes de antigos professores... daqueles que, por si só, já eram uma aula e não precisavam de recorrer a metodologias e estratégias inovadoras (já agora...se alguém souber de alguma que ainda não tenha sido tentada, não seja egoísta e partilhe-a comigo...eu já não consigo inventar mais!).
Recordo como esses professores me incentivaram a seguir esta carreira-"Foste feita para ensinar, miúda! Vai em frente!"- e como um deles, quando o encontrei já bem velhote, comentou com um sorriso "Eu bem sabia! Sempre lá esteve o bichinho!"
Que diriam, todos os meus professores que já partiram, sobre tanto decreto regulamentar que, em vagas sucessivas, vai transformando a nossa Escola e os seus professores num circo de muito má qualidade, cheio de artistas saturados, humilhados, mal pagos e fartos de trabalharem num trapézio sem rede? (...)
"

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