David Laws, o novo Secretário do Tesouro britânico, revelou o conteúdo de uma carta que o seu antecessor, Liam Byrne, lhe deixou no gabinete, que dizia muito laconicamente o seguinte: “Caro Secretário, lamento informá-lo que já não há dinheiro.”
Novidade? Ou já há muito tempo que não há dinheiro e a história do pagamento por cartões ou por outras formas tem sido o adiar dessa constatação, numa operação de engenharia? Sim, onde está o dinheiro, que a gente vê cada vez menos? Onde está o dinheiro, que adquire valores de insignificância quando ouvimos falar de números astronómicos de euros que nem sabemos o que significam? O que anuncia verdadeiramente esta revelação de Byrne para Laws, ao dizer-lhe que… “já não há dinheiro”? Cada vez mais, uma expressão como “dinheiro vivo” faz parte da arqueologia da língua e só serve para memória… dos tempos em que ainda havia dinheiro, sobretudo numa altura em que a economia virtual (!) é que nos governa, venha ela pela Bolsa ou pelas “dicas” das frentes que se reúnem para comandar a economia mundial!