O Setubalense: 31.Agosto.2009
Já se tinha percebido que uma das "questões" a abordar na campanha eleitoral autárquica pelos socialistas seria a saída de Carlos de Sousa de Presidente da Câmara e a chegada ao mesmo lugar de Maria das Dores Meira, sem acto eleitoral e sem satisfação às populações. No entanto, também valerá a pena pensar se a Câmara setubalense com Maria das Dores Meira é igual ao que foi com Carlos de Sousa... e se o concelho de Setúbal ganhou (ou não) com a mudança. Infelizmente, o que se passou com a substituição de Carlos de Sousa pode ocorrer em muitas circunstâncias e em todos os partidos - Durão Barroso deixou o lugar de Primeiro-Ministro para rumar a Bruxelas, Fernando Negrão (social-democrata) deixou o lugar de vereador da Câmara de Setúbal para se candidatar à presidência da autarquia lisboeta e, ainda que não sendo um caso de eleição mas de nomeação, Teresa Almeida (socialista) deixou o lugar de Governadora Civil de Setúbal para ir para a Câmara de Lisboa. Se calhar, era bom que fossem impostas outras regras aos partidos nestas situações. Ou até podia ser bom que os partidos aprendessem a ser democráticos no respeito pelos cidadãos e pelas proximidades... Mas, passados dois anos sobre essa substituição de Sousa por Meira, também seria bom que os argumentos da Juventude Socialista se prendessem mais com o presente e o futuro do município - mesmo porque, agora, Maria das Dores Meira é candidata -, sob pena de reproduzirem, na prática, os esquemas da (fraca) discussão política que, infelizmente, têm sido (má) constante na sociedade portuguesa.