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terça-feira, 4 de outubro de 2016

Para a agenda: A indústria conserveira em Setúbal


Mais uma noite de "Arte e Ciência" promovida pelo Synapsis em Setúbal, desta feita dedicada à indústria das conservas de peixe em Setúbal, conduzida por dois nomes que têm trabalhado a história local e este ramo em particular: José Madureira Lopes e Alberto Sousa Pereira. Um assunto que é também uma marca identitária de Setúbal! Em 7 de Outubro, pelas 21h30, na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal. Para a agenda!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Para a agenda - Revisitar a indústria conserveira sadina



As conservas sadinas vão ser objecto de mais um livro a ser apresentado em 19 de Dezembro, em Setúbal, nos Paços do Concelho, pelas 16 horas. O título A indústria das conservas de peixe em Setúbal, devido a José Madureira Lopes e a Alberto Sousa Pereira, afigura-se como documento importante para a crónica setubalense, sobretudo porque a identidade desta terra passa obrigatoriamente pelo sector das conservas, que eram saboreadas além fronteiras.
É conhecida a história passada com Sebastião da Gama, que, na sua deslocação a Paris, em 1948, aproveitou o último dia para entrar numa livraria e adquirir obras de autores franceses que admirava. No final, não tinha francos em quantidade suficiente para o pagamento. Pediu à senhora da livraria para os trazer fiados, que lhe enviaria o dinheiro logo que chegasse a Portugal. No decorrer da conversa, a livreira percebeu a origem geográfica do poeta e pediu-lhe: "Já que é de Setúbal, quando lá chegar, faça-me o pagamento não em dinheiro, mas enviando-me o equivalente em conservas de Setúbal..." Sebastião da Gama lá trouxe os livros e, chegado a Portugal, cumpriu a dívida e correspondeu ao pedido.
Para a agenda, pois, esta revisitação ao universo conserveiro de Setúbal!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Pagelas Setubalenses - 3

Ânforas do Sado
Setúbal não tem nenhuma Rua das Ânforas, mas a relação entre as ânforas e o peixe funcionou, nas margens do Sado, durante, pelo menos, quatro séculos. Hoje, a ânfora é a figura principal do logótipo do Agrupamento Vertical de Escolas Cetóbriga, com sede na Escola Básica de 2º e 3º Ciclos de Aranguez.
A tradição conserveira sadina justifica-se por condições locais de favor, como a riqueza piscícola do estuário e a qualidade do seu sal. Aqui se implantaram fábricas de preparados piscícolas, conforme pode ser observado nas salgadeiras ("cetárias") mostradas na Travessa Frei Gaspar (Setúbal) ou nas ruínas de Tróia ou em restos existentes na Comenda e no Creiro (Arrábida). De forma subsidiária prosperou também a olaria à custa da produção de ânforas para o transporte dos preparados de peixe.
Entre Alcácer do Sal e Setúbal, na margem direita do Sado, são conhecidas sete fábricas ligadas à produção anfórica. Saídas das olarias, as ânforas destinavam-se a ser enchidas com preparado de peixe. A temporada trazia à volta de 1890 barcos de pequena envergadura até Tróia ou cerca de 370 cargueiros de envergadura média, sabendo-se que tais embarcações podiam atingir os quarenta metros e transportar largas centenas de ânforas. O carregamento fazia assentar o pé da primeira camada de ânforas sobre estrutura adequada, alojando-se o pé das ânforas das camadas superiores nos espaços livres criados entre os colos de cada conjunto de quatro ânforas. Depois, era a viagem com destino a Roma, seguindo a rota mediterrânica.
DOUTROS TEMPOS: "A Sociedade Arqueológica Lusitana, organizada no ano de 1849, mandou fazer [em Tróia] algumas escavações, em resultado das quais se descobriram muitos vasos de diferentes formas e matérias, lâmpadas, ânforas, lacrimatórios, muitos fragmentos de louça, troços de coluna, instrumentos agrários, instrumentos de osso apropriados para o fabrico de redes, pedaços de mosaico e restos de paredes de casas revestidas dele, salgadeiras, termas e mais de duzentas medalhas romanas e algumas de maior antiguidade.” (Manuel Maria Portela, Notícias dos Monumentos Nacionais e Edifícios e Lugares Notáveis do Concelho de Setúbal, 1882)