Tenho uma amiga que leccionou hoje as suas últimas aulas na minha Escola. Olhando para trás e cavaqueando com o passado, recordo que sempre pensei que esta era a professora que não queria pensar na aposentação, que vivia também em função da Escola e, sobretudo, dos alunos. Muitas provas disso deu ela ao longo dos cerca de 20 anos em que trabalhámos na mesma Escola. Da “velha guarda”, daquelas que entrou no ensino e o praticou por convicção, por sentimento e por sensibilidade, crente numa Escola alicerçada sobre os princípios da liberdade, do fazer, do respeito, do partilhar com os alunos, seguidora das ideias de Sebastião da Gama, disponível para fazer tudo o que exigisse envolvimento, tudo o que implicasse novidade, manifestando sempre o ponto de vista resultante de leitura sua, pondo na actividade da Escola o mesmo cuidado (diria: carinho) que poria numa coisa “sua”… a Margarida foi mais uma das que não aceitou a imagem que, nos últimos tempos, se fez do professor e da Escola e, mesmo com algum prejuízo, embarcou no pedido de aposentação, que teve resposta rápida e a impediu de concluir o ano lectivo (que ela esperava levar até ao fim, mesmo por razões de estabilidade das turmas e dos cargos em que estava envolvida).
Reconheço o que partilhámos ao longo destes anos, o que aprendi com ela, o pilar que em muitas circunstâncias foi para a Escola e mesmo para mim. É justo que o testemunhe e o agradeça, quer pelos momentos bons, quer pelos mais difíceis e mesmo pelos que nem sempre foram de concordância.
Reconheço o que partilhámos ao longo destes anos, o que aprendi com ela, o pilar que em muitas circunstâncias foi para a Escola e mesmo para mim. É justo que o testemunhe e o agradeça, quer pelos momentos bons, quer pelos mais difíceis e mesmo pelos que nem sempre foram de concordância.