A revista Ler, do Círculo de Leitores, ressurgiu. Com novo formato e a qualidade que sempre a caracterizou. Dirigida por Francisco José Viegas, que já a dirigira entre 1990 e 2000 (nº 9 a nº 48). E volta-se a sentir o prazer de viajar pela escrita da literatura e da edição. A partir desta saída – com o nº 69, correspondente a Maio –, a revista terá periodicidade mensal, depois de ter acompanhado o ritmo das estações.
Após dois anos de interrupção (o nº 68 foi publicado em 2006), é bom o reencontro com a Ler, ideia, aliás, perfilhada pelo próprio director, que escreve no editorial: “O número que o leitor tem nas mãos é apenas o recomeço de uma ideia que não se perdeu e não poderia perder-se, apesar de ter mudado o seu rosto.”
Pela sua cerca de centena de páginas passam motivos diversos e cativações plurais. Há as entrevistas longas com António Lobo Antunes (em luta contra a intelectualidade, testemunhando que a doença o mudou, falando do amigo Cardoso Pires e de outros, denunciando as suas preferências literárias) e com Paulo Teixeira Pinto (o novo dono da Guimarães, na sua vertente de esteta e de amador de livros e de pintura, que se comenta como estando na entrada de uma quarta vida, depois da política, da academia e da banca) e a entrevista curta com Diogo Pires Aurélio (mais específica, sobre a filosofia e a política). Há o dossier “Os 50 autores mais influentes do século XX e o que aprendemos ou devíamos ter aprendido com eles”, organizado por José Mário Silva, por onde passam os nomes de todas as bibliotecas e a cultura do século, com chamadas de atenção, em duas ou três linhas, para “o que nos ensinou” cada um deles. Há ensaio, como o de Miguel Real, sobre as heterodoxias de Eduardo Lourenço, caminhos de antecipação e de pensamento. Há apreciações a livros, em extensão variável, de géneros díspares, onde até cabe o comentário à última edição do Dicionário de Espanhol-Português da Porto Editora. Há pré-publicação (em extractos), de Lainez e Cortázar. Há autores que se dizem e (se) mostram, como Teolinda Gersão (em escrita de um romance) ou Pedro Tamen (entre a tradução e a sua casa em Palmela). Há crónicas (muitas), entre as penas de Abel Barros Baptista (o primeiro neste número) e de Onésimo Teotónio de Almeida (o último, com um texto sobre a escrita, o ciúme e a rivalidade entre sportinguistas e benfiquistas). Há espaço para ler e pensar, para escolhas e deleites, para esperar pelos números que se seguirão.
Após dois anos de interrupção (o nº 68 foi publicado em 2006), é bom o reencontro com a Ler, ideia, aliás, perfilhada pelo próprio director, que escreve no editorial: “O número que o leitor tem nas mãos é apenas o recomeço de uma ideia que não se perdeu e não poderia perder-se, apesar de ter mudado o seu rosto.”
Pela sua cerca de centena de páginas passam motivos diversos e cativações plurais. Há as entrevistas longas com António Lobo Antunes (em luta contra a intelectualidade, testemunhando que a doença o mudou, falando do amigo Cardoso Pires e de outros, denunciando as suas preferências literárias) e com Paulo Teixeira Pinto (o novo dono da Guimarães, na sua vertente de esteta e de amador de livros e de pintura, que se comenta como estando na entrada de uma quarta vida, depois da política, da academia e da banca) e a entrevista curta com Diogo Pires Aurélio (mais específica, sobre a filosofia e a política). Há o dossier “Os 50 autores mais influentes do século XX e o que aprendemos ou devíamos ter aprendido com eles”, organizado por José Mário Silva, por onde passam os nomes de todas as bibliotecas e a cultura do século, com chamadas de atenção, em duas ou três linhas, para “o que nos ensinou” cada um deles. Há ensaio, como o de Miguel Real, sobre as heterodoxias de Eduardo Lourenço, caminhos de antecipação e de pensamento. Há apreciações a livros, em extensão variável, de géneros díspares, onde até cabe o comentário à última edição do Dicionário de Espanhol-Português da Porto Editora. Há pré-publicação (em extractos), de Lainez e Cortázar. Há autores que se dizem e (se) mostram, como Teolinda Gersão (em escrita de um romance) ou Pedro Tamen (entre a tradução e a sua casa em Palmela). Há crónicas (muitas), entre as penas de Abel Barros Baptista (o primeiro neste número) e de Onésimo Teotónio de Almeida (o último, com um texto sobre a escrita, o ciúme e a rivalidade entre sportinguistas e benfiquistas). Há espaço para ler e pensar, para escolhas e deleites, para esperar pelos números que se seguirão.
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