Passam hoje 148 anos sobre a elevação de Setúbal a cidade, quando reinava D. Pedro V e governava Fontes Pereira de Melo. Cerca de dois anos antes, em 14 de Abril de 1858, uma carta redigida
pelo executivo camarário fora dirigida ao rei, pedindo a elevação da vida à categoria de cidade. O seu primeiro subscritor era o presidente da Câmara Aníbal Álvares da Silva (sobre cujo falecimento passa neste ano o primeiro centenário).
Que argumentos apresentou essa carta para tal pretensão? “Setúbal, conhecida em toda a parte do mundo pela extensão do seu comércio de sal, laranja, cortiça e cereais; compreendendo o seu concelho mais de sete mil fogos, com perto de trinta mil almas, rivaliza, em população e grandceza, com todas as cidades do reino, exceptuando Lisboa e Porto; e a todas disputa o lugar imediato a estas duas capitais da Monarquia. (…) Setúbal (…) todos os dias está recebendo, em seu magnífico porto, o preito que lhe pagam as principais nações do Mundo, cujos estandartes ali flutuam, atraídos pela excelência dos seus géneros e produtos da sua indústria. É uma povoação que progride, que enriquece e se civiliza. (…) A que alto graus de prosperidade não poderá chegar esta grande povoação, se ligada pelo já contratado ramal à linha férrea do Alentejo, se facultar pelo seu
porto a entrada de mercadorias estrangeiras e se destruir o actual sistema económico que obriga a entrar em lastro as embarcações que ali vão comerciar? A que esplendor não chegará Setúbal, se tornada empório da riqueza do Alentejo, ela puder enviar ao centro desta província os produtos estrangeiros de que ela possa carecer?”
A resposta foi dada cerca de dois anos depois, através de decreto assinado no Paço das Necessidades em 19 de Abril de 1860, a que foi dada a seguinte redacção:
pelo executivo camarário fora dirigida ao rei, pedindo a elevação da vida à categoria de cidade. O seu primeiro subscritor era o presidente da Câmara Aníbal Álvares da Silva (sobre cujo falecimento passa neste ano o primeiro centenário).Que argumentos apresentou essa carta para tal pretensão? “Setúbal, conhecida em toda a parte do mundo pela extensão do seu comércio de sal, laranja, cortiça e cereais; compreendendo o seu concelho mais de sete mil fogos, com perto de trinta mil almas, rivaliza, em população e grandceza, com todas as cidades do reino, exceptuando Lisboa e Porto; e a todas disputa o lugar imediato a estas duas capitais da Monarquia. (…) Setúbal (…) todos os dias está recebendo, em seu magnífico porto, o preito que lhe pagam as principais nações do Mundo, cujos estandartes ali flutuam, atraídos pela excelência dos seus géneros e produtos da sua indústria. É uma povoação que progride, que enriquece e se civiliza. (…) A que alto graus de prosperidade não poderá chegar esta grande povoação, se ligada pelo já contratado ramal à linha férrea do Alentejo, se facultar pelo seu
porto a entrada de mercadorias estrangeiras e se destruir o actual sistema económico que obriga a entrar em lastro as embarcações que ali vão comerciar? A que esplendor não chegará Setúbal, se tornada empório da riqueza do Alentejo, ela puder enviar ao centro desta província os produtos estrangeiros de que ela possa carecer?”A resposta foi dada cerca de dois anos depois, através de decreto assinado no Paço das Necessidades em 19 de Abril de 1860, a que foi dada a seguinte redacção:
“Decreto pela 2ª Repartição da Direcção-Geral de Administração Pública
do Ministério do Reino
Tendo em consideração que a muito notável vila de Setúbal goza naturalmente da primazia de ser a povoação imediata em importância às primeiras cidades do Reino, não só pela sua grande população e excelente posição topográfica e pela qualidade dos edifícios que avultam dentro de seus muros, mas também pelo movimento e vastidão do seu comércio, devido ao porto de mar, por onde anualmente se faz uma considerável exportação de géneros e produtos agrícolas;
Atendendo a que estes artigos comerciais devem ter progressivo incremento com a ligação de Setúbal à cidade de Lisboa, por meio de uma linha de vapores no Tejo e de um caminho-de-ferro desde o Barreiro até àquela vila;
Por estas razões e tendo em muito apreço os constantes testemun
hos que os seus habitantes têm dado de nobre dedicação ao trono e às instituições constitucionais da Monarquia, hei por bem, anuindo à representação da Câmara Municipal de Setúbal, em vista da informação do Governador Civil de Lisboa e resposta fiscal do procurador geral da Coroa, fazer mercê à vila de Setúbal de a elevar à categoria de cidade, com a denominação de cidade de Setúbal; e me apraz que nesta qualidade goze todas as prerrogativas, liberdades e franquezas que directamente lhe pertencerem, devendo expedir-se à respectiva Câmara Municipal a carta competente, em dois exemplares, um para título daquela corporação e outro para ser depositado no Real Arquivo da Torre do Tombo.
O Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço das Necessidades, em 19 de Abril de 1860. – Rei – António Maria Fontes Pereira de Melo.”
Atendendo a que estes artigos comerciais devem ter progressivo incremento com a ligação de Setúbal à cidade de Lisboa, por meio de uma linha de vapores no Tejo e de um caminho-de-ferro desde o Barreiro até àquela vila;
Por estas razões e tendo em muito apreço os constantes testemun
hos que os seus habitantes têm dado de nobre dedicação ao trono e às instituições constitucionais da Monarquia, hei por bem, anuindo à representação da Câmara Municipal de Setúbal, em vista da informação do Governador Civil de Lisboa e resposta fiscal do procurador geral da Coroa, fazer mercê à vila de Setúbal de a elevar à categoria de cidade, com a denominação de cidade de Setúbal; e me apraz que nesta qualidade goze todas as prerrogativas, liberdades e franquezas que directamente lhe pertencerem, devendo expedir-se à respectiva Câmara Municipal a carta competente, em dois exemplares, um para título daquela corporação e outro para ser depositado no Real Arquivo da Torre do Tombo.O Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino assim o tenha entendido e faça executar. Paço das Necessidades, em 19 de Abril de 1860. – Rei – António Maria Fontes Pereira de Melo.”
A carta patente a confirmar o título de cidade seria passada três meses depois, em 23 de Julho, assinada pelo Marquês de Loulé.


Sem comentários:
Enviar um comentário