Na Educação, um casamento por conveniência
"(...) Na Educação, Ministério e Sindicatos acabaram o divórcio, mas não foram além de um casamento de conveniência. Foi importante serenar os ânimos neste terceiro período, mas impressiona verificar como o essencial ficou por discutir: a verdadeira natureza da avaliação dos professores. É que avaliar pressupõe uma hierarquia, um desnível entre aquele que avalia e o que é avaliado! Em todos os sectores, os avaliadores são os que têm melhor curriculum e mais experiência, ou pelo menos os que ocupam uma posição mais credenciada. Nos professores tudo está inquinado à partida: se o concurso para professor titular cometeu a terrível injustiça de só valorizar os últimos sete anos, deixando de fora muita gente com carreira excepcional, como podem os docentes aceitar serem avaliados inter-pares, por colegas que (em muitos casos) acham que deveriam ter ficado para trás? Portanto, tudo a fingir até final do ano lectivo, tudo por resolver a partir de Setembro. Parece um casamento à antiga..."
Daniel Sampaio. "Casamentos por conveniência". Público (revista "Pública"). 27.Abril.2008
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