O texto que segue, sob o título acima, é de José Matias Alves e fui buscá-lo ao terrear. É de leitura obrigatória: pela mensagem, contra o espírito trauliteiro e demagógico que tem imperado em muitas considerações, porque sinto que é assim.
O que os pais devem querer, em primeiro lugar, é uma educação recta, justa, e digna para os seus filhos. Que atenda e respeite a sua singularidade. Que lhes transmita o património da humanidade. Que lhes ensine a capacidade de ver, de escutar, de ler o mundo e os outros. Que lhes ensine a respeitar os outros. Que lhes ensine a respeitar a autoridade e a exercer responsavelmente o direito à crítica e à divergência. Que lhes incuta o gosto de aprender, de ultrapassar obstáculos, de celebrar as vitórias sobre si mesmos.
O que os pais devem querer é que as escolas sejam casas de humanidade. Que sempre têm as portas abertas para os receber e acolher. Que trabalham 15 ou 16 horas por dia para atender uma grande diversidade de públicos. O que o pais devem querer é professores prestigiados e respeitados, competentes, dedicados, rigorosos. E que gostam de fazer o que fazem. E que gostam das crianças. E que sentem orgulho da sua profissão.
O que os pais não devem querer é que as escolas sejam depósitos de crianças. E os professores os tomadores de conta. O que os pais não devem querer são ambientes destrutivos e de cortar à faca. O que os pais não devem querer é que os professores passem grande parte do tempo a preencher papéis que nada melhoram os processos e os resultados do ensino. O que os pais não devem querer é que se transformem meios em fins. O que os pais não devem querer é ver professores desautorizados e esgotados.
Os pais (a maioria dos pais, não tenho dúvida) querem um futuro para os seus filhos. E isso passa obrigatoriamente por apoiar os professores no cumprimento da sua missão.
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