... foi o tema escolhido para o programa “Prós e Contras” desta noite. Para já, diga-se que o tema, assim apresentado, exigia unhas, isto é, carecia de muito mais rigor do que aquele que tem sido o característico neste tipo de debates, sob pena de se tratar apenas de um título bombástico.
Começo pelo aspecto menos positivo, o da moderação, sempre a insistir num empurrãozinho das respostas para coisas como: “justifica-se este conjunto de protestos [dos professores]?”, “a escola pública está a falhar?”, “devem ou não os professores ser avaliados?”, “pode-se implementar este sistema já?”. As perguntas quase nunca tiveram a resposta do “empurrão” e, quando a tiveram, foram acompanhadas por considerandos que não estavam previstos. Aliás, a apresentação do tema no início não deixou margem para dúvidas: “sem professores não há escola, mas a escola não é dos professores”, habilidoso jogo de palavras…
As personalidades “de referência” que a televisão convidou foram, afinal, muito críticas para o sistema e para toda a história que tem estado a correr: “a avaliação dos professores é complexa” (João Lobo Antunes), “as quotas é instrumento a usar em último caso” (Luís Palha), “tem que haver apaziguamento e uma experimentação antes de o modelo ser aplicado a 200 mil pessoas” (António Câmara), “o sistema político procura culpabilizar os corpos profissionais que estão lá e a demonização dos professores gerou uma revolta que ultrapassa a dimensão corporativa” (Vila Verde Cabral), “esta crise é uma enorme falta de diálogo, o processo está inquinado e o ME deveria ter publicado o referencial teórico de suporte” (Estêvão de Moura). João Lobo Antunes foi mesmo mais à frente sugerindo que “tem que haver mediadores”, porque “há um desacordo e tem que ser negociado esse desacordo”, tendo-lhe a moderadora perguntado se estaria disponível para ser mediador… Está, então, justificado um eventual recurso à mediação no futuro.
Mas, pelo caminho, várias coisas vieram à superfície, que têm muito a ver com a situação que se faz sentir na escola e que não estão alheias a todo este descontentamento do grupo dos professores: a falta de autoridade do professor (e seria de prestar atenção à formulação de João Lobo Antunes quando disse que “o respeito pelos professores é um valor moral fortíssimo”), a educação como processo “plástico e singular”, o desencanto com os programas e curricula que existem presentemente, a necessidade de a escola preparar os alunos para a vida difícil, a dificuldade de a escola competir com o exterior, a necessidade de os pais colaborarem e participarem na escola.
Os discursos não se deixaram inquinar, felizmente. E teria sido bom que professores dos níveis de ensino em discussão interviessem, para não serem apresentados apenas como um dos extremos, num jogo de oposição ao Ministério. Essa imagem, apesar da “revolta”, não é a verdadeira, porque se falou da escola pública, tutelada pelo Ministério, onde professores e alunos trabalham e onde a sociedade deve colaborar.
Começo pelo aspecto menos positivo, o da moderação, sempre a insistir num empurrãozinho das respostas para coisas como: “justifica-se este conjunto de protestos [dos professores]?”, “a escola pública está a falhar?”, “devem ou não os professores ser avaliados?”, “pode-se implementar este sistema já?”. As perguntas quase nunca tiveram a resposta do “empurrão” e, quando a tiveram, foram acompanhadas por considerandos que não estavam previstos. Aliás, a apresentação do tema no início não deixou margem para dúvidas: “sem professores não há escola, mas a escola não é dos professores”, habilidoso jogo de palavras…
As personalidades “de referência” que a televisão convidou foram, afinal, muito críticas para o sistema e para toda a história que tem estado a correr: “a avaliação dos professores é complexa” (João Lobo Antunes), “as quotas é instrumento a usar em último caso” (Luís Palha), “tem que haver apaziguamento e uma experimentação antes de o modelo ser aplicado a 200 mil pessoas” (António Câmara), “o sistema político procura culpabilizar os corpos profissionais que estão lá e a demonização dos professores gerou uma revolta que ultrapassa a dimensão corporativa” (Vila Verde Cabral), “esta crise é uma enorme falta de diálogo, o processo está inquinado e o ME deveria ter publicado o referencial teórico de suporte” (Estêvão de Moura). João Lobo Antunes foi mesmo mais à frente sugerindo que “tem que haver mediadores”, porque “há um desacordo e tem que ser negociado esse desacordo”, tendo-lhe a moderadora perguntado se estaria disponível para ser mediador… Está, então, justificado um eventual recurso à mediação no futuro.
Mas, pelo caminho, várias coisas vieram à superfície, que têm muito a ver com a situação que se faz sentir na escola e que não estão alheias a todo este descontentamento do grupo dos professores: a falta de autoridade do professor (e seria de prestar atenção à formulação de João Lobo Antunes quando disse que “o respeito pelos professores é um valor moral fortíssimo”), a educação como processo “plástico e singular”, o desencanto com os programas e curricula que existem presentemente, a necessidade de a escola preparar os alunos para a vida difícil, a dificuldade de a escola competir com o exterior, a necessidade de os pais colaborarem e participarem na escola.
Os discursos não se deixaram inquinar, felizmente. E teria sido bom que professores dos níveis de ensino em discussão interviessem, para não serem apresentados apenas como um dos extremos, num jogo de oposição ao Ministério. Essa imagem, apesar da “revolta”, não é a verdadeira, porque se falou da escola pública, tutelada pelo Ministério, onde professores e alunos trabalham e onde a sociedade deve colaborar.
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