Fernanda Botelho, falecida ontem, começou o seu percurso poético na revista Távola Redonda, em 1950, em cujo primeiro número (de Janeiro desse ano) publicou seis poemas. Dirigida por António Manuel Couto Viana e por David Mourão-Ferreira, a revista durou 20 números, tendo Fernanda Botelho participado com poemas nos números 1, 2, 4, 7, 8, 10, 12, 14 e 19/20, e com notas de leitura nos números 6 e 12. Nesse número inaugural da Távola, colaboraram, além dos directores e de Fernanda Botelho, nomes como Sebastião da Gama, Alberto de Lacerda e Luiz de Macedo. Seria ainda a Távola Redonda que, numa colecção dedicada a obras poéticas, publicaria em 1951, o primeiro livro de Fernanda Botelho, Coordenadas líricas.
"Seis poesias de Fernanda Botelho" no número inaugural de Távola Redonda (Janeiro.1950)
Apesar de o seu primeiro livro ser de poesia, foi como prosadora que esta autora ficou conhecida, depois de publicar títulos como O ângulo raso (1957), Calendário privado (1958), A gata e a fábula (1960), Xerazade e os outros (1964), Terra sem música (1969), Lourenço é nome de jogral (1971), Esta noite sonhei com Brueghel (1987), Festa em casa de flores (1990), Dramaticamente vestida de negro (1994), As contadoras de histórias (1998) e Gritos da minha dança (2003).
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