Natal em rosa
Não ouvi a mensagem de Natal do Primeiro-Ministro pela televisão; limitei-me a lê-la na versão disponível no Portal do Governo. O discurso começou com um apelo ao sentimento familiar. É óbvio que o que jogou foi a colagem à quadra para associar a ideia vertiginosamente rápida que logo se grudou à da família: todos conseguiram fazer “do ano de 2007 um ano de recuperação e um ano de resultados positivos para o País”. E, assim, estava escancarada a porta para o trabalho que a governação levou a cabo: contas públicas “finalmente controladas”, economia “consistente” e “bem preparada” para o global, fim do “alto risco na segurança social”, ultrapassagem do problema do “défice das qualificações”, reforçado prestígio internacional (para que foram gastos dois parágrafos de loas à presidência europeia de Portugal, equivalendo a quase 20% do texto da mensagem), a “nova geração de políticas sociais” (apoio aos idosos, aos jovens casais, à natalidade). Para o futuro ficou anunciada a competitividade e uma dose de solidariedade, assim como ficou em aberto o problema do desemprego, “problema social que mais preocupa” o Primeiro-Ministro, cuja taxa não se reduziu mas que se conteve.
O Primeiro-Ministro já fez discursos de campanha melhores. Este foi pobre, talhado para cumprir o hábito, com as ideias que foram repetidas ao longo do ano, um ano que foi difícil para todos, ao mesmo tempo que a festa europeia brilhava. E, sobretudo, pintou o País e a vida dos portugueses com os tons róseos da maioria que governa, um pouco em jeito de quem quer ver no espelho a imagem que quer talhar. No entanto, a vida não foi assim tão cor-de-rosa ao longo deste ano, como se sabe! É que vemos, ouvimos e lemos… conhecemos e sentimos!
O Primeiro-Ministro já fez discursos de campanha melhores. Este foi pobre, talhado para cumprir o hábito, com as ideias que foram repetidas ao longo do ano, um ano que foi difícil para todos, ao mesmo tempo que a festa europeia brilhava. E, sobretudo, pintou o País e a vida dos portugueses com os tons róseos da maioria que governa, um pouco em jeito de quem quer ver no espelho a imagem que quer talhar. No entanto, a vida não foi assim tão cor-de-rosa ao longo deste ano, como se sabe! É que vemos, ouvimos e lemos… conhecemos e sentimos!
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