Em nome da economia, da competitividade e da globalização...
(a ordem é indiferente)
No início de Setembro, num encontro da Université d’Été “Sauver les Lettres”, em Paris, o sociólogo Christian Laval reflectiu sobre “Política europeia e problemática das competências” (texto que só agora li), traçando a história das preocupações (?) da União Europeia com a educação.
A primeira pista: a política de educação é hoje influenciada pelos grandes organismos financeiros. A segunda pista: a Europa tem uma política de educação integrada numa lógica económica. A terceira pista: a educação não constou no Tratado de Roma senão sob a designação de “formação profissional” e só nos anos 90 entraria para os textos de referência europeus. A quarta pista: a Europa estabeleceu como objectivo edificar uma economia assente nas competências dos seus trabalhadores, tendo como vectores fortes o conhecimento e a comunicação, que conduzirão para o crescimento e o emprego.
A conclusão: “la politique d’éducation ne trouve plus ses fondements et ses justifications dans la morale, la politique, la culture, l’histoire, c’est-à-dire dans l’univers des valeurs, mais dans le seul horizon qui importe désormais dans les rouages de l’Union, celle de la " valeur économique ", de l’efficacité, de la compétitivité. C’est en réalité toute une conception de l’homme qui est ici en question. Avec l’idée que l’humain est d’abord un capital, une ressource productive, une main d’œuvre, c’est la question du destin de l’humanisme européen qui est évidemment posée. Le risque est grand d’une crise majeure de la tradition démocratique pour laquelle la formation de l’homme est la condition de la souveraineté des citoyens. D’une crise de la culture européenne aussi, qui a justement forgé cet idéal de souveraineté du citoyen sur le socle de la dignité de l’homme.”
Não se fique admirado, pois, do que vai acontecendo no sector da educação. Tornou-se fortemente politizado e com uma política abençoada pela globalização, pela economia e pela competitividade, afinal umas e outras tão queridas do discurso político que assim pinta o universo.
A primeira pista: a política de educação é hoje influenciada pelos grandes organismos financeiros. A segunda pista: a Europa tem uma política de educação integrada numa lógica económica. A terceira pista: a educação não constou no Tratado de Roma senão sob a designação de “formação profissional” e só nos anos 90 entraria para os textos de referência europeus. A quarta pista: a Europa estabeleceu como objectivo edificar uma economia assente nas competências dos seus trabalhadores, tendo como vectores fortes o conhecimento e a comunicação, que conduzirão para o crescimento e o emprego.
A conclusão: “la politique d’éducation ne trouve plus ses fondements et ses justifications dans la morale, la politique, la culture, l’histoire, c’est-à-dire dans l’univers des valeurs, mais dans le seul horizon qui importe désormais dans les rouages de l’Union, celle de la " valeur économique ", de l’efficacité, de la compétitivité. C’est en réalité toute une conception de l’homme qui est ici en question. Avec l’idée que l’humain est d’abord un capital, une ressource productive, une main d’œuvre, c’est la question du destin de l’humanisme européen qui est évidemment posée. Le risque est grand d’une crise majeure de la tradition démocratique pour laquelle la formation de l’homme est la condition de la souveraineté des citoyens. D’une crise de la culture européenne aussi, qui a justement forgé cet idéal de souveraineté du citoyen sur le socle de la dignité de l’homme.”
Não se fique admirado, pois, do que vai acontecendo no sector da educação. Tornou-se fortemente politizado e com uma política abençoada pela globalização, pela economia e pela competitividade, afinal umas e outras tão queridas do discurso político que assim pinta o universo.
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