Gerir a Escola
No Diário de Notícias de hoje, João Miranda escreve sobre a “autogestão escolar”, num arrazoado que se baseia nestas ideias:
1) “As escolas secundárias recebem dinheiro dos impostos para prestar um serviço ao público em geral.” – É a pura das verdades. Isto acontece com as escolas públicas como com milhentos outros serviços públicos, como se sabe.
2) “Um contribuinte que queira influenciar directamente uma escola, por exemplo, aquela que o seu filho frequenta, não tem meios para o fazer.” – Alguma luz parece fazer-se: a questão é “influenciar”.
3) “Em vez de serem os contribuintes a dizer como é que o serviço deve ser prestado, são os professores que através dos sindicatos conseguem influenciar as políticas do ministério e que através das eleições internas decidem quem deve mandar nas escolas.” – Uma falácia, porque os professores não conseguem influenciar (imagino que nem querem fazê-lo) as políticas do Ministério, como se sabe.
4) “Os contribuintes não estarão representados.” – De facto, os contribuintes não estão representados nas escolas.
Se o primeiro e o quarto pontos são pacíficos, já os outros o não são. Porque os cidadãos, a sociedade, os pais devem estar com a escola, ajudar a que ela seja e não a tentar influenciá-la. A escola não pode ser uma questão de poderes; tem que ser um espaço de aprendizagens, de educação, de saber, de formação, universo para que todos devemos contribuir e onde podemos estar, assim o queiramos sem ser a troco de poder.
Os contribuintes (serão os que pagam impostos?) não vão dizer a todos os outros serviços públicos o que ou como devem fazer. Provavelmente sugerem. Falar assim em nome dos contribuintes é uma forma de demagogia, porque quem trabalha nas escolas também é contribuinte e, como se sabe, não há contribuintes de primeira ou de segunda. Por outro lado, quantos pais há que não são contribuintes (pagadores de impostos) porque não têm rendimentos para tal? Imagina-se que estes não poderiam ter uma palavra a dizer…
Não sei se devem ser professores ou outros a ter o cargo de dirigir a escola pública. Sei que a gestão de uma escola passa também pela parte pedagógica, nisso se diferenciando de outras gestões. Sei também que as questões do compromisso e da responsabilidade deveriam ser tónicas na gestão e não são.
1) “As escolas secundárias recebem dinheiro dos impostos para prestar um serviço ao público em geral.” – É a pura das verdades. Isto acontece com as escolas públicas como com milhentos outros serviços públicos, como se sabe.
2) “Um contribuinte que queira influenciar directamente uma escola, por exemplo, aquela que o seu filho frequenta, não tem meios para o fazer.” – Alguma luz parece fazer-se: a questão é “influenciar”.
3) “Em vez de serem os contribuintes a dizer como é que o serviço deve ser prestado, são os professores que através dos sindicatos conseguem influenciar as políticas do ministério e que através das eleições internas decidem quem deve mandar nas escolas.” – Uma falácia, porque os professores não conseguem influenciar (imagino que nem querem fazê-lo) as políticas do Ministério, como se sabe.
4) “Os contribuintes não estarão representados.” – De facto, os contribuintes não estão representados nas escolas.
Se o primeiro e o quarto pontos são pacíficos, já os outros o não são. Porque os cidadãos, a sociedade, os pais devem estar com a escola, ajudar a que ela seja e não a tentar influenciá-la. A escola não pode ser uma questão de poderes; tem que ser um espaço de aprendizagens, de educação, de saber, de formação, universo para que todos devemos contribuir e onde podemos estar, assim o queiramos sem ser a troco de poder.
Os contribuintes (serão os que pagam impostos?) não vão dizer a todos os outros serviços públicos o que ou como devem fazer. Provavelmente sugerem. Falar assim em nome dos contribuintes é uma forma de demagogia, porque quem trabalha nas escolas também é contribuinte e, como se sabe, não há contribuintes de primeira ou de segunda. Por outro lado, quantos pais há que não são contribuintes (pagadores de impostos) porque não têm rendimentos para tal? Imagina-se que estes não poderiam ter uma palavra a dizer…
Não sei se devem ser professores ou outros a ter o cargo de dirigir a escola pública. Sei que a gestão de uma escola passa também pela parte pedagógica, nisso se diferenciando de outras gestões. Sei também que as questões do compromisso e da responsabilidade deveriam ser tónicas na gestão e não são.
Quanto às participações na escola, de repente, parece já não serem as estruturas onde os pais e a sociedade estão representados que interessam; é o mandar na escola, “influenciá-la”, assim se fazendo tábua rasa de todas as Associações de Pais, dos Conselhos Municipais de Educação e de outras estruturas que com a escola trabalham.
Continua-se, pois, a discutir o domínio das influências, não se elas devem ou não existir, mas quem é que deve influenciar. É gestão isto?
Continua-se, pois, a discutir o domínio das influências, não se elas devem ou não existir, mas quem é que deve influenciar. É gestão isto?
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