Ontem, foi a assinatura do "Tratado de Lisboa", evento badalado, noticiado, comentado, que... "fez História". Agora, é altura de o Primeiro-Ministro revelar o tal segredo da ratificação, que vinha adiando para depois da assinatura. Já ontem houve muitos adeptos da ratificação por via parlamentar. Legítima, é certo. Mas que deixa dúvidas, pois é sempre utilizada para se opor à via referendária. Mesmo Mário Soares, que, no fim-de-semana passado, disse em Coimbra que este Tratado era confuso, defendeu ontem a ratificação pelo Parlamento, sem referendo. Será pela confusão que pode ser explicar tudo isto? Não duvido nem ponho marcas nas intenções. Mas para quem fica ou entre quem fica a divulgação do Tratado? A Europa tem que ser discutida (e conhecida) apenas pelos políticos? A Europa é a festa dos políticos? E o resto? Sim, e o resto, que é incrivelmente maior e mais populoso do que os políticos que fazem a Europa? Será que a Europa vai continuar afastada do cidadão comum europeu? Porque é a Europa apenas uma discussão (e um saber, mesmo que confuso) de uma pequena parte? A verdade é que fica sempre aquela sensação de que a Europa não tem chegado aos cidadãos europeus, nomeadamente aos portugueses... e dizerem que as auto-estradas, os subsídios e não-sei-que-mais existiram por causa da Europa é uma explicação que não diz os direitos nem os deveres dos cidadãos, que não permite a concordância ou a discordância relativamente a princípios, que não dá voz.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
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