A Freguesia de S. Sebastião
Data de 1553 a criação da freguesia de S. Sebastião, por “Carta de Desmembração” de D. Fernando, arcebispo de Lisboa. O seu território, abrangendo Palhais, Fontaínhas, Fumeiros e Hortas, deixava de ser tutelado por Santa Maria por razões de população e por necessidade de haver maior proximidade no atendimento feito pelos priores. S. Sebastião ficava constituída por 361 fogos, tendo o patrono uma ermida em sua honra, em espaço que hoje corresponde ao Largo Defensores da República.
A freguesia não pararia de crescer, apesar da sua topografia acidentada, quer pelo alargamento da linha de muralha, quer pela instalação de conventos (S. Domingos, Companhia de Jesus e “Grilos”), quer pela intensa actividade da salinicultura. Em 1758, o prior Pereira de Carvalho contava já, em S. Sebastião, 4458 “pessoas de Sacramentos” e 200 crianças, distribuídas por 1148 fogos, cerca de 40% da população de Setúbal. A freguesia cresceria ainda por motivos da industrialização (particularmente, as conservas), estendendo-se por bairros como Monarquina, Santos Nicolau, Carmona, Conceição, Bela Vista e Azeda.
Com 21 km² e cerca de 53 mil habitantes (40 mil eleitores), é nesta freguesia que estão localizados pontos importantes como a Casa de Bocage, o Museu do Trabalho ou o Hospital de S. Bernardo. Se, no momento da sua criação, a freguesia correspondia à paróquia de S. Sebastião, hoje, a freguesia é formada por três paróquias (S. Sebastião, S. José e Nossa Senhora da Conceição). A Junta de Freguesia, presidida por Carlos de Almeida, tem a sua sede no Largo Manuel L. Graça.
DOUTROS TEMPOS: “D. Fernando, (…) Arcebispo de Lisboa, (…) fazemos saber a todos os que esta nossa Carta de Desmembração e Separação e nova criação de igrejas matrizes virem, como El-Rei D. João o terceiro deste nome e meu Senhor, (…) zeloso de ampliar o culto divino (…) e por ter informação certa que na vila de Setúbal (…) havia muita gente e povoação e que as Igrejas Paroquiais, a que todos na dita vila eram obrigados a ir como fregueses, são somente duas (…) e querendo (…) prover a necessidade que há de haver mais freguesias, (…) ordena o seguinte: (…) há na freguesia de Santa Maria 877 fogos, manda Sua Alteza que se faça desta freguesia outra a S. Sebastião em Palhais (…). Cria Sua Alteza de novo esta freguesia na Ermida de S. Sebastião a Palhais, parte esta freguesia com a de Santa Maria pelo Postigo do Ouvidor, que está da banda do mar, e o beco que dele vem ter à rua Direita às casas de D. João de Lima; todas as casas que neste beco estão de uma banda e outra ficam a S. Sebastião e assim a rua Direita até aos muros, rua acima de uma parte e outra, e na mesma rua pela travessa de D. Filipa, à porta da vila as casas de Luís Mascarenhas, que estão sobre o muro da parte da terra ficam com S. Sebastião, com todas as mais casas daí até ao muro e assim o arrabalde de Palhais, Fontainhas, Fumeiros e as Hortas que cabiam à freguesia de Santa Maria, cabem a esta freguesia 361 fogos. (…)” - in "Carta de Criação da Freguesia de S. Sebastião" (14-03-1553, excertos)
A freguesia não pararia de crescer, apesar da sua topografia acidentada, quer pelo alargamento da linha de muralha, quer pela instalação de conventos (S. Domingos, Companhia de Jesus e “Grilos”), quer pela intensa actividade da salinicultura. Em 1758, o prior Pereira de Carvalho contava já, em S. Sebastião, 4458 “pessoas de Sacramentos” e 200 crianças, distribuídas por 1148 fogos, cerca de 40% da população de Setúbal. A freguesia cresceria ainda por motivos da industrialização (particularmente, as conservas), estendendo-se por bairros como Monarquina, Santos Nicolau, Carmona, Conceição, Bela Vista e Azeda.
Com 21 km² e cerca de 53 mil habitantes (40 mil eleitores), é nesta freguesia que estão localizados pontos importantes como a Casa de Bocage, o Museu do Trabalho ou o Hospital de S. Bernardo. Se, no momento da sua criação, a freguesia correspondia à paróquia de S. Sebastião, hoje, a freguesia é formada por três paróquias (S. Sebastião, S. José e Nossa Senhora da Conceição). A Junta de Freguesia, presidida por Carlos de Almeida, tem a sua sede no Largo Manuel L. Graça.
DOUTROS TEMPOS: “D. Fernando, (…) Arcebispo de Lisboa, (…) fazemos saber a todos os que esta nossa Carta de Desmembração e Separação e nova criação de igrejas matrizes virem, como El-Rei D. João o terceiro deste nome e meu Senhor, (…) zeloso de ampliar o culto divino (…) e por ter informação certa que na vila de Setúbal (…) havia muita gente e povoação e que as Igrejas Paroquiais, a que todos na dita vila eram obrigados a ir como fregueses, são somente duas (…) e querendo (…) prover a necessidade que há de haver mais freguesias, (…) ordena o seguinte: (…) há na freguesia de Santa Maria 877 fogos, manda Sua Alteza que se faça desta freguesia outra a S. Sebastião em Palhais (…). Cria Sua Alteza de novo esta freguesia na Ermida de S. Sebastião a Palhais, parte esta freguesia com a de Santa Maria pelo Postigo do Ouvidor, que está da banda do mar, e o beco que dele vem ter à rua Direita às casas de D. João de Lima; todas as casas que neste beco estão de uma banda e outra ficam a S. Sebastião e assim a rua Direita até aos muros, rua acima de uma parte e outra, e na mesma rua pela travessa de D. Filipa, à porta da vila as casas de Luís Mascarenhas, que estão sobre o muro da parte da terra ficam com S. Sebastião, com todas as mais casas daí até ao muro e assim o arrabalde de Palhais, Fontainhas, Fumeiros e as Hortas que cabiam à freguesia de Santa Maria, cabem a esta freguesia 361 fogos. (…)” - in "Carta de Criação da Freguesia de S. Sebastião" (14-03-1553, excertos)