O futuro das faltas
Pensando bem, esta celeuma das faltas dos alunos na Escola, ao perderem a sua diferenciação entre "justificadas" e "injustificadas" e ao ganharem um efeito "inclusivo" - alguém disse, já não sei quem, a propósito desta medida, que a Escola provava assim que estava de portas abertas para receber os alunos... talvez numa alusão à parábola do filho pródigo -, pode ser o prognóstico de outros tempos. Não sei bem quando, mas talvez o pessoal que trabalha venha a ter consagrado no "Código de Trabalho" ou no "Estatuto" próprio que pode faltar sem consequências de maior, porque qualquer dia compensará (nem que seja na reforma), uma vez que a Empresa ou o Serviço pretenderão implementar uma cultura de "braços abertos" e de "inclusão" do funcionário ou do trabalhador no seio da organização.
Sou professor, mas também sou pai e encarregado de educação. Lamento que esta neutralização do não cumprimento da assiduidade - que pode descambar no laxismo e na desresponsabilização crescente do aluno relativamente à Escola - possa fazer corrente. Desgostar-me-ia que os meus alunos (e também os meus filhos) viessem (ou venham) a acreditar que esta medida reflecte a realidade do mundo.
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