Os passos da vida de Miguel Torga podem ser acompanhados em exposição que está na Biblioteca Nacional, em Lisboa, com a presença da voz e da escrita do próprio. É a “Exposição Comemorativa do Centenário do Nascimento” do escritor, que já esteve em Amarante, Famalicão e Coimbra e que irá ainda até ao Porto, Bragança e Santiago de Compostela. Em Lisboa, Torga pode ser visitado até 12 de Outubro.
Por esta exposição passam imagens, livros, manuscritos, jornais e citações do Diário, o espelho em que Torga se quis deixar reflectido para a memória, feito ele mesmo com as memórias dos dias de uma vida que decorreu entre 1907 (12 de Agosto) e 1995 (17 de Janeiro).
Nas palavras do comissário da exposição, Carlos Mendes de Sousa, reproduzidas do catálogo, esta exposição é “o trajecto delineado pela vida e pela obra de Miguel Torga, revelando-se, deste modo, a extensão e a coerência do percurso de um dos maiores escritores de língua portuguesa do século XX”. A exposição é, então, um ponto de partida, um convite para a leitura e para o conhecimento de Torga, sendo, no entanto, pena que o espaço da mostra não tenha a profundidade necessária para uma visita sem estorvo e sem esforço, dada a sua exiguidade.
Em exibição estão também documentos sobre as perseguições que a polícia política moveu a Torga, assim como um abaixo-assinado protestando contra a apreensão de um dos seus livros, pouco tempo depois de o mesmo ter acontecido com Aquilino Ribeiro, que transcrevo: “O Governo Português, ao proibir a venda do 8º volume do Diário de Miguel Torga – proibição efectivada pela polícia na ronda às livrarias em 20 de Fevereiro – perpetrou novo atentado contra a dignidade da inteligência e a liberdade de expressão. Essa prepotência, vinda a seguir à apreensão do romance Quando os lobos uivam, e instauração de processo judicial ao seu autor Aquilino Ribeiro, não pode passar indiferente à consciência nacional, por muito habituada que ela esteja a ver açaimado hora a hora, dia a dia, tudo o que seja liberdade de pensamento e de expressão. Os abaixo-assinados protestam, com toda a indignação, contra mais esse atentado e afirmam ao admirável poeta e grande escritor que é Miguel Torga a sua inteira solidariedade.” Entre os subscritores estão José Cardoso Pires, Etelvina Lopes de Almeida, Fernando Piteira Santos, Pedro da Silveira, Manuel da Fonseca, Urbano Tavares Rodrigues, Jaime Cortesão, Raul Rego, Armindo Rodrigues e Manuel Mendes. Não estando datado, percebe-se ser de 1960, dados os factos relatados – publicação do oitavo volume do Diário nesse ano e apreensão de romance de Aquilino, que acontecera em Março do ano anterior. [foto a partir do catálogo da exposição]
Por esta exposição passam imagens, livros, manuscritos, jornais e citações do Diário, o espelho em que Torga se quis deixar reflectido para a memória, feito ele mesmo com as memórias dos dias de uma vida que decorreu entre 1907 (12 de Agosto) e 1995 (17 de Janeiro).
Nas palavras do comissário da exposição, Carlos Mendes de Sousa, reproduzidas do catálogo, esta exposição é “o trajecto delineado pela vida e pela obra de Miguel Torga, revelando-se, deste modo, a extensão e a coerência do percurso de um dos maiores escritores de língua portuguesa do século XX”. A exposição é, então, um ponto de partida, um convite para a leitura e para o conhecimento de Torga, sendo, no entanto, pena que o espaço da mostra não tenha a profundidade necessária para uma visita sem estorvo e sem esforço, dada a sua exiguidade.
Em exibição estão também documentos sobre as perseguições que a polícia política moveu a Torga, assim como um abaixo-assinado protestando contra a apreensão de um dos seus livros, pouco tempo depois de o mesmo ter acontecido com Aquilino Ribeiro, que transcrevo: “O Governo Português, ao proibir a venda do 8º volume do Diário de Miguel Torga – proibição efectivada pela polícia na ronda às livrarias em 20 de Fevereiro – perpetrou novo atentado contra a dignidade da inteligência e a liberdade de expressão. Essa prepotência, vinda a seguir à apreensão do romance Quando os lobos uivam, e instauração de processo judicial ao seu autor Aquilino Ribeiro, não pode passar indiferente à consciência nacional, por muito habituada que ela esteja a ver açaimado hora a hora, dia a dia, tudo o que seja liberdade de pensamento e de expressão. Os abaixo-assinados protestam, com toda a indignação, contra mais esse atentado e afirmam ao admirável poeta e grande escritor que é Miguel Torga a sua inteira solidariedade.” Entre os subscritores estão José Cardoso Pires, Etelvina Lopes de Almeida, Fernando Piteira Santos, Pedro da Silveira, Manuel da Fonseca, Urbano Tavares Rodrigues, Jaime Cortesão, Raul Rego, Armindo Rodrigues e Manuel Mendes. Não estando datado, percebe-se ser de 1960, dados os factos relatados – publicação do oitavo volume do Diário nesse ano e apreensão de romance de Aquilino, que acontecera em Março do ano anterior. [foto a partir do catálogo da exposição]
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