Diário da Auto-Estima – 67
Mourinho – À chegada de José Mourinho a Lisboa, os jornalistas quiseram saber o que ia ele fazer, como ia ser a sua vida, se iria ao futebol, etc., etc., as perguntas do costume. O treinador foi comedido e, pedagogicamente, disse mesmo que, agora que estava fora dos bancos e dos treinos, não iria dizer nada sobre futebol, acrescentando que o único futebol em que marcaria presença seria para ver jogos do sadino Vitória Futebol Club. Esta intenção, assim pacificamente manifestada, merece a minha admiração, mesmo porque vai ao encontro de um artigo que O Setubalense publicou recentemente, assinado por Giovanni Licciardello, intitulado "Pensar Setúbal" - é que, de acordo com o articulista (e eu subscrevo), ser setubalense não exige que a naturalidade no bilhete de identidade contenha a palavra "Setúbal", antes passa por "ter uma relação afectiva com a cidade e arredores, reconhecer as potencialidades inegáveis que tem e procurar dar o seu modesto contributo para que possa melhorar", por "gostar de Setúbal". Mostrar um pouco do vitorianismo que lhe vai dentro, como publicamente fez Mourinho, foi um acto de setubalense. E só esse bocadinho valeu a pena, quer para a auto-estima do clube, quer para a auto-estima de Setúbal.
Língua Materna – "Porque vale a pena continuar a estudar a língua portuguesa?" A pergunta foi lançada assim, de repente, para os grupos de trabalho, com a incumbência de cada grupo apresentar sete razões. O ambiente era o da primeira aula de Língua Portuguesa do ano lectivo, com estudantes de 8º ano, na faixa etária dos 13/14 anos. Entre as respostas obtidas, são visíveis razões escolares e curriculares, utilitárias, sociais, de respeito pelo outro, históricas, cívicas, identitárias e de memória. Apresento algumas delas, por poderem ser uma lição ou, pelo menos, um conselho: "para falarmos correctamente", "para sermos mais cultos", "porque, sabendo falar bem português, temos facilidade em aprender outras línguas", "para compreendermos a sociedade", "para que o calão e o inglês não dominem a nossa língua", "porque desenvolve a nossa capacidade mental", "por ser o mínimo que podemos fazer por todos os que mudaram a nossa história e contribuíram para o conhecimento da nossa língua em todo o mundo" e "porque... se não a soubermos falar correctamente, quem o saberá?"
Comparações – “Ao fim do dia, vou a Viana do Castelo de fim-de-semana.” “Ah, gosto tanto de Viana! Aquela é uma cidade linda! O rio, o mar, a cidade…” “Mas Setúbal também tem tudo isso…” “Setúbal? Pois tem. Mas Viana é uma cidade quase perfeita…” “Pois, de facto, Setúbal é mais uma cidade imperfeita…” “Apesar de se gostar dela, mas…” “Claro, tens razão!”
Sugestões para ver e saber – Quando se escreve sobre alguma coisa está já implícito um juízo crítico, porque, como constava no título de um texto lido há anos, “escolher é julgar”. Por razões diversas, sobretudo relacionadas com o património ambiental, histórico e humano, seja-me permitido deixar a sugestão de duas exposições: a primeira, em Palmela, na Biblioteca Municipal, intitulada “Adiafa – A festa das vindimas”, que pode ser vista até meados de Outubro e mostra bandeiras de um quarto de século de adiafas; a segunda, em Setúbal, no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, com fotografias de Rosa Nunes, sob o título “Águas do silêncio”, um conjunto que nos leva a conhecer o estuário do Sado de uma forma original.
Língua Materna – "Porque vale a pena continuar a estudar a língua portuguesa?" A pergunta foi lançada assim, de repente, para os grupos de trabalho, com a incumbência de cada grupo apresentar sete razões. O ambiente era o da primeira aula de Língua Portuguesa do ano lectivo, com estudantes de 8º ano, na faixa etária dos 13/14 anos. Entre as respostas obtidas, são visíveis razões escolares e curriculares, utilitárias, sociais, de respeito pelo outro, históricas, cívicas, identitárias e de memória. Apresento algumas delas, por poderem ser uma lição ou, pelo menos, um conselho: "para falarmos correctamente", "para sermos mais cultos", "porque, sabendo falar bem português, temos facilidade em aprender outras línguas", "para compreendermos a sociedade", "para que o calão e o inglês não dominem a nossa língua", "porque desenvolve a nossa capacidade mental", "por ser o mínimo que podemos fazer por todos os que mudaram a nossa história e contribuíram para o conhecimento da nossa língua em todo o mundo" e "porque... se não a soubermos falar correctamente, quem o saberá?"
Comparações – “Ao fim do dia, vou a Viana do Castelo de fim-de-semana.” “Ah, gosto tanto de Viana! Aquela é uma cidade linda! O rio, o mar, a cidade…” “Mas Setúbal também tem tudo isso…” “Setúbal? Pois tem. Mas Viana é uma cidade quase perfeita…” “Pois, de facto, Setúbal é mais uma cidade imperfeita…” “Apesar de se gostar dela, mas…” “Claro, tens razão!”
Sugestões para ver e saber – Quando se escreve sobre alguma coisa está já implícito um juízo crítico, porque, como constava no título de um texto lido há anos, “escolher é julgar”. Por razões diversas, sobretudo relacionadas com o património ambiental, histórico e humano, seja-me permitido deixar a sugestão de duas exposições: a primeira, em Palmela, na Biblioteca Municipal, intitulada “Adiafa – A festa das vindimas”, que pode ser vista até meados de Outubro e mostra bandeiras de um quarto de século de adiafas; a segunda, em Setúbal, no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, com fotografias de Rosa Nunes, sob o título “Águas do silêncio”, um conjunto que nos leva a conhecer o estuário do Sado de uma forma original.
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