Neste dia, em 1917, nasceu em Torres Vedras José Paulino Pereira, futuro médico formado em Coimbra (1946) e cirurgião em Setúbal, bem conhecido pelo seu envolvimento na medicina e na vida da cidade sadina. Há pouco mais de uma semana, em 4 de Maio, o Dr. Paulino passou a viver apenas na nossa memória, partindo à beira de fazer 91 anos, linda e legítima idade para contar a vida, para passar a experiência, para mostrar o olhar sobre o (seu) mundo. O Dr. Paulino não pôde, por essa decisão das parcas, assistir ao aparecimento do seu livro que, hoje mesmo, dia do seu aniversário, foi posto à venda em Setúbal, na Culsete, livraria que tem a seu cargo a difusão desta obra, em que o livreiro Manuel Medeiros se empenhou.
Aqui há uns anos – cinco, seis? –, o Dr. Paulino dizia-me que gostava de coligir num volume os seus escritos, uns de memórias, outros de histórias. A partir daí, quando o encontrava, perguntava-lhe pelo livro. Só o deixei de fazer agora para o fim, vendo-o a decair, sempre apoiado na garra da esposa, professora aposentada, a Dra. Auzenda.
É claro que já fui comprar o livro. Tinha que ser hoje, em gesto de quase homenagem, admito. Tinha que ser ainda hoje o início da sua leitura, para me reencontrar com aquele espírito humorístico, fino, crítico, requintado, que animava o Dr. Paulino. Quando, no dia 5, soube telefonicamente do falecimento do Dr. Paulino, uma pessoa que estava comigo e se apercebeu do teor da conversa perguntou-me, em jeito de confirmação, se este Dr. Paulino de que eu falara ao telefone era aquele que tivera consultório ali na 22 de Dezembro, que tinha estado a dirigir o Hospital de S. Bernardo e que era cirurgião… Disse-lhe que sim. E a senhora, que conhecera o Dr. Paulino em circunstâncias de recurso médico, não se conteve: “Esse senhor era um doce. Tão fino, tão pronto, tão atencioso, tão humano… Era uma doçura!”
Bisturi do tempo é, assim, o legado escrito que o Dr. Paulino Pereira deixou aos seus amigos e aos curiosos, obra que assenta também numa geografia própria, que é a do mapa das suas permanências, com entradas para Torres Vedras (cidade onde nasceu e que começa por evocar no texto “A minha rua”, numa ida até à rua dos Celeiros de Santa Maria), para Coimbra (onde estudou medicina), para Peniche (onde passou férias muitas vezes) e para Setúbal (cidade onde se fixou e que adoptou como sua ou por ela foi adoptado).
Não resisto sem transcrever o final do prefácio redigido por Jorge Abreu e Silva, médico e amigo do autor: “Esta é uma obra para gente que sente, que pensa, que sonha. É uma obra obrigatória para quem, como eu, o Paulino Pereira e tantos colegas da velha Universidade de Coimbra, aprendemos na Escola da Vida o valor da Amizade, a força da Liberdade, a intensidade do Amor, a magia da Medicina praticada com humanidade. Ler esta obra é sorrir, emocionarmo-nos e deixar à solta a nossa essência humana mais pura.”
A ler, obviamente.
Aqui há uns anos – cinco, seis? –, o Dr. Paulino dizia-me que gostava de coligir num volume os seus escritos, uns de memórias, outros de histórias. A partir daí, quando o encontrava, perguntava-lhe pelo livro. Só o deixei de fazer agora para o fim, vendo-o a decair, sempre apoiado na garra da esposa, professora aposentada, a Dra. Auzenda.
É claro que já fui comprar o livro. Tinha que ser hoje, em gesto de quase homenagem, admito. Tinha que ser ainda hoje o início da sua leitura, para me reencontrar com aquele espírito humorístico, fino, crítico, requintado, que animava o Dr. Paulino. Quando, no dia 5, soube telefonicamente do falecimento do Dr. Paulino, uma pessoa que estava comigo e se apercebeu do teor da conversa perguntou-me, em jeito de confirmação, se este Dr. Paulino de que eu falara ao telefone era aquele que tivera consultório ali na 22 de Dezembro, que tinha estado a dirigir o Hospital de S. Bernardo e que era cirurgião… Disse-lhe que sim. E a senhora, que conhecera o Dr. Paulino em circunstâncias de recurso médico, não se conteve: “Esse senhor era um doce. Tão fino, tão pronto, tão atencioso, tão humano… Era uma doçura!”
Bisturi do tempo é, assim, o legado escrito que o Dr. Paulino Pereira deixou aos seus amigos e aos curiosos, obra que assenta também numa geografia própria, que é a do mapa das suas permanências, com entradas para Torres Vedras (cidade onde nasceu e que começa por evocar no texto “A minha rua”, numa ida até à rua dos Celeiros de Santa Maria), para Coimbra (onde estudou medicina), para Peniche (onde passou férias muitas vezes) e para Setúbal (cidade onde se fixou e que adoptou como sua ou por ela foi adoptado).
Não resisto sem transcrever o final do prefácio redigido por Jorge Abreu e Silva, médico e amigo do autor: “Esta é uma obra para gente que sente, que pensa, que sonha. É uma obra obrigatória para quem, como eu, o Paulino Pereira e tantos colegas da velha Universidade de Coimbra, aprendemos na Escola da Vida o valor da Amizade, a força da Liberdade, a intensidade do Amor, a magia da Medicina praticada com humanidade. Ler esta obra é sorrir, emocionarmo-nos e deixar à solta a nossa essência humana mais pura.”
A ler, obviamente.
4 comentários:
obrigado João por esta linda homenagem ao Homem que deixou uma imagem que recordaremos sempre, como uma pessoa amiga, "doce",(como referiu a sua amiga)e sempre pronto para ajudar o próximo.
Onde esteja, Dr Paulino,descanse em paz.
Aureliano Carvalho
Damu pa kmu to?.. Nano ni klase blog man?
Foi um acaso, que pesquizei, o nome "Paulino Pereira",
dado que meu pai ramiro Paulino Pereira, era primo direito deste distinto senhor....
Fiquei bastante emocionada com sua morte...
algumas vezes, recorri à sua sabedoria, como doente e jamais esquecerei, a sua "tranquilidade" ao dirigir suas palavras de carinho..
Até à eternidade, primo!
Branca da Piedade Pereira
Parafraseando a opinião da senhora que conheceu o Pai do Dr.Jorge Paulino Pereira- " esse Senhor era tão atencioso,tão humano, tão pronto.Venho aqui dirigir a minha homenagem ao seu filho que tal como o Pai, tem sido o meu **Anjo da Guarda ** !!!.(... ainda há Homens Bons).Com gratidão ,Isabel Macedo.
Enviar um comentário