Diário da Auto-Estima – 80
Juventude – No discurso a propósito do 25 de Abril, no Parlamento, o Presidente da República revelou os dados de estudo sobre os jovens portugueses e a política, tendo mostrado que, para as perguntas “qual o número de Estados da União Europeia, quem foi o primeiro Presidente eleito após o 25 de Abril e se o PS dispunha ou não de maioria absoluta no Parlamento”, as respostas denunciaram que “metade dos jovens entre os 15 e os 19 anos e um terço entre os 18 e os 29 anos não foi sequer capaz de responder correctamente a uma das três perguntas”. Admiraram-se os responsáveis políticos, num discurso “politicamente correcto” e, para o cidadão comum, ficou quase a ideia a perguntar: então não era sabido? Numa sociedade que tanto capricha em fomentar as flexibilidades e as futilidades, que importância terá que os jovens não saibam responder a questões como essas? Grave é haver adultos, e até responsáveis a vários níveis, que desconhecem essas respostas de igual modo!... Os jovens crescerão e, se interessados, demandarão as respostas para essas questões, mesmo porque não terão sido testemunhas da História que lhes foi perguntada… No entanto, percebe-se a preocupação presidencial: é que esta “ignorância” terá razões profundas, às quais não será alheio o desinteresse pela causa política, a descrença nesse meio decisor que vive a ideia da festa, das recepções e da permanente atenção dos holofotes e dos media, ao mesmo tempo que a vida dos jovens e das suas famílias não esconde a sua dureza… Veremos, nas reuniões que estão previstas para Maio e que vão surgir por iniciativa presidencial, o que vão as representações juvenis dizer ao Presidente da República quanto a este desinteresse…
Década – O “Sem Mais” completou a década, o que é motivo de satisfação para o grupo de comunicação social que o suporta e anima. É óbvio que lhe têm que ser dados os parabéns! Adstritos ao “Sem Mais”, estão os títulos regionais e locais, como, por exemplo, o “Correio de Setúbal”, que também terá motivos para aplaudir o aniversário do pai, claro. Mas, enquanto leitor e colaborador, gostaria de ver este jornal a cruzar-se com o quotidiano das pessoas, dos setubalenses, com a vida que as próprias pessoas fazem e não com a vida que lhes querem fazer ou mostrar. Nessa altura, creio que poderíamos dizer estar perante o melhor projecto jornalístico da região, sem qualquer favor. Até lá, vamos acreditando nessa possibilidade e na vida que nos é transmitida por um jornalismo que tem ousado ser diferente, que por vezes se tem aventurado no questionar e no reportar. Mas é preciso mais. Para bem dos leitores e da própria região!
Sugestões – Seja-me permitido sugerir dois títulos para leitura, ambos devidos a autores ligados a Setúbal (não porque cá tenham nascido, mas porque para Setúbal vieram e ficaram), recentemente editados: no âmbito do pensamento e do ensaio, proponho a obra O sossego como problema (peregrinatio ad loca utopica), de Fernando Gandra (Lisboa: Fenda, 2008), que terá apresentação pública em Setúbal em 9 de Maio; no domínio da ficção narrativa, assinalo o aparecimento de A especiaria, de António Oliveira e Castro (Lisboa: Guerra e Paz, 2008), romance que passa pela história de África também, com data de apresentação pública em Setúbal ainda não definida. Um e outro já experimentaram a escrita em formas diversas; têm, portanto, provas dadas. Embarquemos nas respectivas criações!
Década – O “Sem Mais” completou a década, o que é motivo de satisfação para o grupo de comunicação social que o suporta e anima. É óbvio que lhe têm que ser dados os parabéns! Adstritos ao “Sem Mais”, estão os títulos regionais e locais, como, por exemplo, o “Correio de Setúbal”, que também terá motivos para aplaudir o aniversário do pai, claro. Mas, enquanto leitor e colaborador, gostaria de ver este jornal a cruzar-se com o quotidiano das pessoas, dos setubalenses, com a vida que as próprias pessoas fazem e não com a vida que lhes querem fazer ou mostrar. Nessa altura, creio que poderíamos dizer estar perante o melhor projecto jornalístico da região, sem qualquer favor. Até lá, vamos acreditando nessa possibilidade e na vida que nos é transmitida por um jornalismo que tem ousado ser diferente, que por vezes se tem aventurado no questionar e no reportar. Mas é preciso mais. Para bem dos leitores e da própria região!
Sugestões – Seja-me permitido sugerir dois títulos para leitura, ambos devidos a autores ligados a Setúbal (não porque cá tenham nascido, mas porque para Setúbal vieram e ficaram), recentemente editados: no âmbito do pensamento e do ensaio, proponho a obra O sossego como problema (peregrinatio ad loca utopica), de Fernando Gandra (Lisboa: Fenda, 2008), que terá apresentação pública em Setúbal em 9 de Maio; no domínio da ficção narrativa, assinalo o aparecimento de A especiaria, de António Oliveira e Castro (Lisboa: Guerra e Paz, 2008), romance que passa pela história de África também, com data de apresentação pública em Setúbal ainda não definida. Um e outro já experimentaram a escrita em formas diversas; têm, portanto, provas dadas. Embarquemos nas respectivas criações!
1 comentário:
O desinteresse pela causa política (e também por outras causas ...), a descrença no meio decisor apodrecido (e também em muitas mais coisas...), encadeados pelos holofotes do "agora"!
Já ninguém lê O princepezinho? Já ninguém sabe que o «essencial é invisível aos olhos»?
Adultos, acordem! A culpa foi da nossa geração! Quem está disposto a arrepiar caminho?
MCT
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