Sob o título "Descoordenação prejudica ensino do Português", o Público de hoje divulga a seguinte notícia: «A Associação de Professores de Português considera que um dos principais problemas do ensino da língua no mundo está relacionada com a falta de coordenação entre os ministérios responsáveis. Um estudo encomendado pelos ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros ao reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis, conclui que a influência da língua portuguesa no mundo não corresponde ao seu número de falantes, que há uma dispersão da política da língua e um fraco empenho dos sucessivos executivos portugueses na sua promoção. Na sequência destes resultados, o presidente da Associação de Professores de Português, Paulo Feytor Pinto, defendeu que há muito que esta realidade é conhecida e que "é preciso que finalmente se passe aos actos"."Já em Junho de 1998, há dez anos, tínhamos apresentado ao então Governo de António Guterres a proposta de um "livro branco", por já na altura haver várias entidades a tratar desta questão e porque, tal como agora, continuamos sem saber se há alguém que saiba tudo o que é feito nesta área", disse Paulo Feytor Pinto.O presidente da Associação de Professores de Português salientou que as políticas relacionadas com a língua portuguesa envolvem pelo menos três sectores do Governo. "O Instituto Camões, do Ministério dos Negócios Estrangeiros [por enquanto], é apenas e exclusivamente responsável pelo ensino do português no ensino superior; depois há a parte do ensino básico e secundário na tutela do Ministério da Educação e depois se reparar, agora com o acordo ortográfico, tudo foi tratado com o Ministério da Cultura", explicou, realçando que existe a intenção de o Governo passar "o ensino básico e secundário para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas não há ainda um prazo definido".
É verdade que, em número de falantes, a língua portuguesa ocupa um lugar cimeiro na difusão mundial. E a influência desta mesma língua será semelhante? É óbvio que não. Tem havido sempre uma dificuldade em encontrar a língua portuguesa como parceira de outras línguas por esse mundo fora, bastando pensar-se nos prospectos de informação ou divulgação que, no estrangeiro, se apanham em museus ou outras instituições, destinados aos visitantes, em que o português quase não surge, mas o castelhano, por exemplo, marca intensa presença. Ao que disseram, o acordo ortográfico vai contribuir para melhorar a situação. Mas vai? Aguardemos... Quantas vezes a evolução de um língua foi garantida por decreto? Será que todos os intervenientes na questão da difusão e utilização da língua portuguesa vestem a mesma camisola, apesar de a responsabilidade ser de todos?
1 comentário:
Whoever owns this blog, I would like to say that he has a great idea of choosing a topic.
Enviar um comentário