No dia de hoje de há 90 anos, pelas 5h da manhã, em Compiègne, políticos e oficiais alemães entravam numa carruagem de comboio ali estacionada, tendo à sua espera delegados de países que estiveram envolvidos na Grande Guerra. Era o fim do prazo que fora dado à Alemanha para assinatura do documento que punha fim ao conflito. Neste mesmo dia, pelas 11h da manhã, a guerra tinha que acabar. Foi às 11h do dia 11 do mês 11, em 1918. Foi o Armistício.
Bem distantes dali, em Breesen, prisioneiros portugueses sentiam na pele as agruras e o sofrimento do desterro forçado, depois de uma participação na Guerra que nunca foi clara, mas que foi efectiva, apesar de, nos números internacionais, a participação portuguesa ficar frequentemente esquecida.
Foi por esta altura que o vianense Adelino Delduque (1889-1953), prisioneiro, tendo sabido do armistício pela imprensa, registou, depois de saber com os seus camaradas que a Alemanha tinha 30 dias para evacuação de todos os prisioneiros de guerra: “Loucos de alegria, víamos agora aberto diante de nós o caminho da Liberdade de que estávamos separados havia já oito meses e quase garantido o dia de Natal nas nossas casas. (…)” [em Notas do Cativeiro – Memórias dum Prisioneiro de Guerra na Alemanha. Lisboa: J. Rodrigues & Cª (depositário), 1919]
1 comentário:
Continuo a achar, como já aqui partilhei com todos, que também nós nos esquecemos de nós próprios!!!!!!!
Onde se relembrou este dia? Tirando jornais e televisão, não dei por isso....
Se os próprios já não cá estão, estarão filhos, netos e bisnetos.
E esses sentem o silêncio.
90 anos não são uma data qualquer. Onde estão as escolas, os museus, os centros culturais? Esquecidos de nós ... esquecidos pelos outros, claro!
MCT
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