terça-feira, 1 de julho de 2008

Les uns... et les autres

Um professor de Setúbal, António Galrinho de seu nome, vê, no Público de hoje, uma sua carta publicada na rubrica "Cartas ao Director". O tema é, no mínimo, actual - o que une polícias, professores e juízes, aliás, o que distingue estes mesmos grupos profissionais? Um indicador a partir das agressões de que uns e outros têm sido vítimas... E ainda: qual o papel dos políticos para este estado de coisas?
«Os polícias sempre ganharam mal e sempre trabalharam sem as condições que a sua actividade exige. Contudo, seria de esperar que, pelo menos, fossem respeitados pelos cidadãos e pelos governantes, mas isso não acontece. Manifestam-se, mas não lhes dão ouvidos. São agredidos e não podem utilizar a força para se defender. A autoridade está desprovida de autoridade. Polícias agredidos (às dezenas!) "são casos isolados"; diz quem nos governa que não há caso para alarme. Os professores deixaram de ter a consideração devida por serem transmissores de conhecimentos para as novas gerações se prepararem para o futuro, que se quer sempre melhor. Quem governa trata-os por bandidos, assim como alguns fazedores de opinião. Manifestam-se, mas quem devia não lhes dá ouvidos. Também são desrespeitados e agredidos (às centenas, no mínimo!), quer por alunos, quer por encarregados de educação. Diz quem nos governa que "são casos isolados", nada que possa gerar preocupação. Recentemente, foram agredidos dois juízes (só dois!). Aqui sim, a coisa apresenta-se feia! Juízes agredidos... é coisa impensável, que não pode acontecer num estado de direito. Mas, quem trata os polícias e os professores como tem tratado não se devia admirar com as agressões aos juízes, até porque são só dois "casos isolados". Ironia, claro!Que dirá quem nos governa quando os políticos forem alvo de agressões idênticas? Provavelmente vai dizer que os polícias não garantem segurança, que os professores não sabem educar e que os juízes não sabem aplicar a justiça, e que tal se reflecte na sociedade. Não está mal pensado, não senhor. Quem semeia ventos, está à espera de colher o quê?»

1 comentário:

Anónimo disse...

O pior é que quando chegar a altura de colherem as tempestades (nada mais semearam do que isto), vão-se "pisgar" para os oásis privados onde serão rapidamente reformados por invalidez para rapidamente também puderem assumir alguma administração interessante!
E as tempestades, seremos nós a colhê-las, como sempre! Mas será um caso isolado, não acham?
MCT