Notas & Notas
Os resultados dos exames do Ensino Secundário e do Ensino Básico, sobretudo os da disciplina de Matemática (mas também outros), têm alimentado uma discussão um tanto pacóvia e bem à portuguesa. Se os resultados tivessem sido maus (de preferência pior do que os do ano anterior), seria feito o gosto aos catastrofistas, que desancariam a escola, as condições, o Governo e mais mil e uma coisas; como os resultados foram melhores em termos globais, os catastrofistas alimentam a própria catástrofe, duvidando dos resultados, e o Governo explica que o êxito se deveu ao trabalho dos professores e dos alunos e a programas implementados.
Reconheço que o grau de dificuldade de algumas provas foi mais baixo do que em anos anteriores; os próprios alunos o notaram. Reconheço que este quase louvor ao trabalho dos professores é algo estranho, sobretudo depois de toda a ideia que o poder ajudou a criar sobre o trabalho dos professores até há uns meses atrás (pessoalmente, não me agrada este trajecto entre a desconfiança e a confiança tão subitamente implementado). Mas também reconheço que partir dos resultados deste ano para atirar foguetes ou para exagerar nas tintas do facilitismo... não passa de exageros e daquele opinar da mesma maneira sobre tudo e especialmente sobre educação, em que alguns teimam que está tudo cada vez pior.
É fácil fazer demagogia com a educação, seja ela a favor do poder ou contra o poder. É fácil, reconheço. Temo-lo visto. O futuro dirá se houve acasos ou propósitos. Mas também seria necessário que os que se assumem como duvidosos e os que se apresentam como certos e defensores dos métodos se situassem um pouco mais próximos da virtude...
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