Notas & notas (II)
«A média da segunda fase do exame nacional de Matemática A do 12º ano não atingiu os nove valores, registando um resultado pior que o do ano passado (9,3) e contrariando, assim, a tendência positiva da primeira época em que a média foi de 12,5 valores – a melhor dos últimos anos.» O texto é do Público, mas a notícia já começou a ser divulgada ontem. Questiono-me quanto à validade dos argumentos usados pela tutela do Ministério da Educação para explicar a subida dos resultados em Matemática na 1ª fase, quando dizia que esses bons resultados se deviam ao "efeito combinado de três factores": "mais tempo de trabalho e estudo por parte dos alunos acompanhado pelos professores no âmbito do Plano de Acção para a Matemática", "provas de exame correctamente elaboradas, sem erros e com mais tempo de realização" e um "maior alinhamento entre o exame, o programa e o trabalho desenvolvido pelos professores". Aqui temos como as notas dos exames do Ensino Secundário podem ser transformadas num hino de propaganda. Aqui temos como é utópico, por exemplo, avaliar um professor tomando como uma referência o desvio entre as notas que o professor atribuiu e as que os seus alunos obtiveram no exame nacional. Quem garante que as provas de exame são melhores referências do que as provas feitas ao longo de um ano lectivo? Quem garante que os alunos que vão à 1ª fase são melhores do que os que vão à 2ª fase? A análise dos resultados dos alunos não pode resultar de uma precipitação de conveniência temporal, tem que ser estudada e pensada. Só assim terá interesse para melhorar processos e resultados. O resto…
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