E depois das massagens?
«Marinha proíbe massagens nas praias algarvias pois 'todos sabem como começam mas ninguém sabe como acabam'». A notícia é do Público de hoje, que continua: «Qualquer gesto que possa ser interpretado como uma "situação mais íntima" nas praias algarvias está proibido, por ordem do Comando Marítimo do Sul (CMS). Pedir ajuda para espalhar protector solar nas costas, ainda vá que não vá, mas se o movimento deslizar para uma prática que possa ser interpretada como massagem, a Polícia Marítima avança para aplicar uma coima, não vá algum turista queixar-se de atentado ao pudor.» Tudo terá a ver com a massagem enquanto prestação de serviços…. Mas não deixa de ser preocupante. Como é que num país com febre regulamentadora as massagens tinham ficado de lado? Ainda bem que há uns puristas dos costumes que olham para esta coisas com olhos de poder!!! Não sei se percebi, mas... o problema não é com as massagens, é com o que pode vir depois, não é? Ah, o depois...
Daqui a 50 anos alguém terá que explicar estes pruridos. Ocorre-me agora uma citação do Mário Zambujal no seu último romance - Já não se escrevem cartas de amor (Lisboa: A Esfera dos Livros, 2008): a história passa-se na Lisboa dos anos 50 do século passado e o narrador relembra o prazer dos chás dançantes de final de tarde, logo acrescentando (para os leitores mais novos, evidentemente) que "quem não viveu essa época, ignora que apalpar a namorada na rua ou dar beijos glutões na boquinha dela era caso de polícia, por atentado ao pudor e à moralidade pública". Daqui a meio século, alguém terá de escrever coisa semelhante sobre o verão de 2008 nas praias do Algarve...
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