Um amigo, que viveu fora de Portugal durante cerca de oito meses e aqui regressou por um tempo de quinze dias, dizia-me no reencontro, no meio de uma conversa sobre o que somos: “É incrível como se chega a um espaço de livros como a fnac e tudo é diferente do que ali vi há oito meses!...” Neste caso, acompanha-se o ritmo das publicações que já mede os livros editados por dia e não por mês ou por semana… Forçosamente, o panorama tinha que ser diferente! “Mas também acho que o país está triste, quase sinto o retrato de um povo deprimido. Quando saí, não se sentia isso assim!...” Vejo-me a concordar com ele. E este resultado não é dado por estatísticas vindas de um organismo estrangeiro que diz que os portugueses são dos povos mais tristes do mundo no presente, não! O país não está na mesma quanto ao seu estado de espírito. Eça teria de arranjar um final diferente para Os Maias, pois não conseguiria pôr Carlos a olhar para uma sociedade que se mantinha igual ao que fora uns anos antes, com os “mesmos” hábitos, a “mesma” vida, as “mesmas” figuras nos “mesmos” sítios da “mesma” maneira e com o “mesmo” ar, sobretudo quando olhasse o vulgar cidadão da rua…
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