Não diga "há-des"; diga "hás-de"
Acabei de ver o episódio de "Fascínios" transmitido pela TVI. Fico surpreendido com a falta de cuidado no uso da língua portuguesa que, por vezes, passa pelas produções de origem lusa. E, hoje, foi o caso... Uma personagem, censurando para si própria a brutalidade do jovem que quer apanhar e que lhe foge, contenta-se com este desabafo: "Há-des cá vir!"
Recordo-me de, há uns anos, o Ministério da Educação ter feito chegar às escolas uns marcadores de livros para distribuição gratuita com uma lista de erros frequentes no uso da língua portuguesa e respectivas formas correctas. Talvez não ficasse mal alguns actores passarem pelo teste... É que, se é de louvar a forte aposta na produção portuguesa - acto de que a TVI se tem vangloriado (e com razão) -, deveria haver idêntico louvor para o tratamento da língua portuguesa. E isso nem sempre acontece! O caso do "há-des cá vir" ilustra.
Um destes dias, chegará o "tu tivestes", o "conversámos e prontos", o "agente que interviu" e outros dislates que por aí vão sendo ouvidos. Não se trata de "policiar" a língua; trata-se de ser exigente com o respeito pela língua. E os actores têm obrigação de cumprir essa exigência!
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