“Os professores são os profissionais em quem os portugueses mais confiam e também aqueles a quem confiariam mais poder no país, segundo uma sondagem mundial efectuada pela Gallup para o Fórum Económico Mundial. (…) Os professores merecem a confiança de 42 por cento dos portugueses, muito acima dos 24 por cento que confiam nos líderes militares e da polícia, dos 20 por cento que dão a sua confiança aos jornalistas e dos 18 por cento que acreditam nos líderes religiosos. (…) Relativamente à questão de quais as profissões a que dariam mais poder no seu país, os portugueses privilegiaram os professores (32 por cento) (…). A confiança dos portugueses por profissões não se afasta dos resultados médios para a Europa Ocidental, onde 44 por cento dos inquiridos confiam nos professores (…).Em último lugar na confiança voltam a estar os políticos, com dez por cento. A nível mundial, os professores são igualmente os que merecem maior confiança, de 34 por cento dos inquiridos (…).Os docentes apenas perdem o primeiro lugar para os líderes religiosos em África, que têm a confiança de 70 por cento dos inquiridos, bastante acima dos 48 por cento dos professores (…). A Europa Ocidental daria mais poder preferencialmente aos intelectuais (30 por cento) e professores (29 por cento), enquanto a nível mundial voltam a predominar os professores (28 por cento) (…).”
A notícia é da edição on line do Público. Os resultados da sondagem valem o que valem e todos sabemos como funcionam as sondagens. Surgido nesta altura, este retrato torna-se paradoxal, quer pelo que respeita aos professores, quer pelo que respeita aos políticos, sobretudo porque, se há crispação entre a profissão docente e a política, ela é devida à forma pouco dialogante, muito desconfiada e nem sempre recta como os professores têm sido tratados pela política. As mudanças num sistema educativo não têm que ser feitas com a agressão e o desprezo pelos grupos profissionais nele envolvidos. À política tem dado jeito que as coisas funcionem assim, mesmo pela demagogia de que ela necessita para fazer valer as suas posições. No entanto, isso não quer dizer que a sensatez impere. Vale ainda a pena lembrar um comentário a esta notícia registado por leitora anónima às 13H15: “Sou professora e a minha maior preocupação nunca foi ter mais uns tostões no final do mês, mas sentir que os meus alunos progrediram e aprenderam. O meu maior orgulho é ver alguns deles saírem-se bem nas suas vidas, nas suas profissões e saber que contribuí em alguma medida para isso. Acreditem que é isso que me realiza profissionalmente. É assim com a maioria dos professores. Muitas vezes o reconhecimento dos próprios alunos vem mais tarde, quando já não são nossos alunos. Quando falamos em melhores condições de trabalho, há quem pense que queremos trabalhar menos, o que não é verdade. Queremos trabalhar melhor, ter tempo e espaço para nos dedicarmos àquilo que realmente interessa na escola: a aprendizagem e formação dos jovens. Sem menosprezar outras profissões, duvido que haja muitos profissionais que gastem do seu próprio bolso para suprir o que o seu patrão deveria dar, duvido que haja muitos profissionais que façam uma auto-crítica contínua como os professores, duvido que haja muitos profissionais a trabalhar aos fins- de-semana e feriados sem serem supervisionados.”
A notícia é da edição on line do Público. Os resultados da sondagem valem o que valem e todos sabemos como funcionam as sondagens. Surgido nesta altura, este retrato torna-se paradoxal, quer pelo que respeita aos professores, quer pelo que respeita aos políticos, sobretudo porque, se há crispação entre a profissão docente e a política, ela é devida à forma pouco dialogante, muito desconfiada e nem sempre recta como os professores têm sido tratados pela política. As mudanças num sistema educativo não têm que ser feitas com a agressão e o desprezo pelos grupos profissionais nele envolvidos. À política tem dado jeito que as coisas funcionem assim, mesmo pela demagogia de que ela necessita para fazer valer as suas posições. No entanto, isso não quer dizer que a sensatez impere. Vale ainda a pena lembrar um comentário a esta notícia registado por leitora anónima às 13H15: “Sou professora e a minha maior preocupação nunca foi ter mais uns tostões no final do mês, mas sentir que os meus alunos progrediram e aprenderam. O meu maior orgulho é ver alguns deles saírem-se bem nas suas vidas, nas suas profissões e saber que contribuí em alguma medida para isso. Acreditem que é isso que me realiza profissionalmente. É assim com a maioria dos professores. Muitas vezes o reconhecimento dos próprios alunos vem mais tarde, quando já não são nossos alunos. Quando falamos em melhores condições de trabalho, há quem pense que queremos trabalhar menos, o que não é verdade. Queremos trabalhar melhor, ter tempo e espaço para nos dedicarmos àquilo que realmente interessa na escola: a aprendizagem e formação dos jovens. Sem menosprezar outras profissões, duvido que haja muitos profissionais que gastem do seu próprio bolso para suprir o que o seu patrão deveria dar, duvido que haja muitos profissionais que façam uma auto-crítica contínua como os professores, duvido que haja muitos profissionais a trabalhar aos fins- de-semana e feriados sem serem supervisionados.”
Habitualmente, os políticos não têm esse reconhecimento no futuro e raramente se podem rever nas vidas que ajudaram a crescer! Não reajo a estes resultados de sondagem com prazer corporativo; mas não posso ignorar que, se neles existe alguma fidelidade, vale a pena acreditar na profissão e pensar que os mundos que nos regem nem sempre se aproximam dos mundos em que vivemos!
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