Mário Soares reprovou a polémica que Sócrates estabeleceu com os sindicatos a propósito da manifestação de há dias e aconselhou o Partido Socialista a ouvir a sociedade, tendo em vista a maioria absoluta.
É claro que José Sócrates, politicamente, tem muito a aprender com Mário Soares. No entanto, desejar que este governo mude e comece a dialogar é conselho que já devia ter sido dado há muito tempo, porque a ideia generalizada é a de que a capacidade de diálogo está esgotada.
É claro que José Sócrates, politicamente, tem muito a aprender com Mário Soares. No entanto, desejar que este governo mude e comece a dialogar é conselho que já devia ter sido dado há muito tempo, porque a ideia generalizada é a de que a capacidade de diálogo está esgotada.
Por outro lado, as palavras de Soares, ao invocar a maioria absoluta, remetem para esse mito tão actual da “governabilidade”, que os amigos de um só partido no poder vão defendendo como magia para a resolução dos problemas.
Está visto que esse caminho não tem funcionado. E está visto que um dos deveres dos políticos é o de construir a “governabilidade” a partir das diferenças, a partir de pactos, a partir de uma definição conjunta do que é verdadeiramente importante para o país e para a sociedade, mesmo para que haja consistência e credibilidade. É esta dimensão que tem faltado. Enquanto isso não acontecer, todos os partidos apostarão na maioria absoluta como sonho, em vez de apostarem no país como meta. Enquanto isso não acontecer, a democracia vive de um só partido no poder, o que chega a ser paradoxal. E, obviamente, as vias do diálogo ficam bem estreitas… e cada partido que chega ao poder pensa que a história do mundo se inicia nesse dia!
A notícia, dada pela LUSA e reproduzida no Público online, é aqui reproduzida nos seus excertos mais importantes:
«O ex-Presidente da República Mário Soares criticou hoje o primeiro-ministro por entrar em polémica com os manifestantes contra o Governo e aconselhou o PS a dialogar e ouvir a sociedade se quiser ter maioria absoluta nas eleições. (…) Mário Soares considerou que a manifestação de sexta-feira passada, convocada pela CGTP-IN, "impressionou pelo seu volume e pela indignação que foi demonstrada pelas pessoas, numa época de crise global, que vem de fora para dentro". (…) O ex-chefe de Estado defendeu que o Governo socialista "faria bem em dialogar e ouvir, em vez de entrar em polémicas sobre uma manifestação". (…) Confrontado com a acusação do primeiro-ministro de que a manifestação de sexta-feira foi instrumentalizada pelo PCP e Bloco de Esquerda, Mário Soares demarcou-se e respondeu: "não vejo vantagem nenhuma que ele diga isso". (…) Para Mário Soares, "num momento em que vai tudo para pior e em que há muitas razões para indignação, o primeiro-ministro não deveria estar a polemizar a propósito das manifestações". (…) "Ele pode ganhar a maioria absoluta se houver diálogo com os sindicatos, com os partidos e com as pessoas. Num momento tão grave da vida nacional, os partidos têm de pôr um pouco de lado as suas pretensões próprias e devem ter a humildade de ouvir e de falar", avisou. (…) "O PS tem de dialogar com as pessoas. E, para dialogar com as pessoas, não pode ser de uma maneira em que todos fiquem zangados uns com os outros", acrescentou.»
A notícia, dada pela LUSA e reproduzida no Público online, é aqui reproduzida nos seus excertos mais importantes:
«O ex-Presidente da República Mário Soares criticou hoje o primeiro-ministro por entrar em polémica com os manifestantes contra o Governo e aconselhou o PS a dialogar e ouvir a sociedade se quiser ter maioria absoluta nas eleições. (…) Mário Soares considerou que a manifestação de sexta-feira passada, convocada pela CGTP-IN, "impressionou pelo seu volume e pela indignação que foi demonstrada pelas pessoas, numa época de crise global, que vem de fora para dentro". (…) O ex-chefe de Estado defendeu que o Governo socialista "faria bem em dialogar e ouvir, em vez de entrar em polémicas sobre uma manifestação". (…) Confrontado com a acusação do primeiro-ministro de que a manifestação de sexta-feira foi instrumentalizada pelo PCP e Bloco de Esquerda, Mário Soares demarcou-se e respondeu: "não vejo vantagem nenhuma que ele diga isso". (…) Para Mário Soares, "num momento em que vai tudo para pior e em que há muitas razões para indignação, o primeiro-ministro não deveria estar a polemizar a propósito das manifestações". (…) "Ele pode ganhar a maioria absoluta se houver diálogo com os sindicatos, com os partidos e com as pessoas. Num momento tão grave da vida nacional, os partidos têm de pôr um pouco de lado as suas pretensões próprias e devem ter a humildade de ouvir e de falar", avisou. (…) "O PS tem de dialogar com as pessoas. E, para dialogar com as pessoas, não pode ser de uma maneira em que todos fiquem zangados uns com os outros", acrescentou.»
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